O que pode acontecer nos mercados em que as empresas atuam?
By Érico Borgo
A Disney vai comprar a Marvel. Na negociação de 4 bilhões de dólares, o grupo que começou como estúdio de animação e hoje é um dos maiores conglomerados de mídia do mundo vai adquirir a empresa que começou como editora de quadrinhos e hoje é uma das marcas mais fortes nos quadrinhos e no cinema.
A primeira coisa que os fãs querem saber é: quando o Superpateta vai unir-se aos Vingadores? Ou quando Howard o Pato vai encontrar Pato Donald? Mas o negócio tem ramificações que, sim, além de poder impactar no conteúdo dos seus gibis, tem um significado muito maior para a organização do mundo do entretenimento.
Os conglomerados de mídia são empresas descomunais com investimentos em cinema, TV, games, quadrinhos, livros e o que mais tiver a ver com entretenimento. A Disney, por exemplo, responde não só por gibis do Tio Patinhas, pelos parques de diversão e pelas animações da Pixar. Ela engloba também o canal ABC (de Lost e Desperate Housewives), um dos líderes em audiência nos EUA, as produtoras de cinema Touchstone e Miramax, canais de TV a cabo como Jetix e The History Channel, a editora Hyperion Books e a maior parte da ESPN.
A Marvel Entertainment – que é soma da Marvel Publishing (quadrinhos) com Marvel Studios (filmes e TV), a Marvel Animation, a Marvel Toys e outras divisões - era uma das poucas empresas do mundo do entretenimento com alta rentabilidade que ainda não fazia parte de um dos grandes conglomerados. Agora vai virar mais um estrelinha na constelação Disney.
A maior concorrente da Marvel, a DC Comics, também faz parte de um conglomerado, a Time Warner, que – por acaso ou não – disputa diariamente com a Disney a posição de maior do mundo. Time Warner, novamente, não é só Superman e Pernalonga, mas a America Online, os canais HBO (de Família Soprano e True Blood), The CW (de 90210 e Smallville), Cartoon Network, uma parte da CNN, a revista Time e uma série de outras divisões.
A DC, é claro, é administrada separadamente do resto da Warner. Jeffrey Bewkes, presidente da Time Warner, não dá opinião sobre o que a DC publica ou deixa de publicar. Mas pode ter certeza que Paul Levitz, presidente da DC, não vai publicar algo que vá contra os interesses do conglomerado – pois seu cargo é, em grande parte, fazer justamente isso.
A primeira lição vem daí: a Marvel deve continuar a ser administrada independentemente. Mas Isaac Perlmutter, presidente da Marvel Entertainment, terá o rabo preso com Bob Iger, chefão da Disney, assim como David Maisel, presidente da Marvel Studios, e Dan Buckley/Joe Quesada, da Marvel Publishing, terão rabo preso com Perlmutter. Se todos estes nomes mantiverem seus cargos, claro.
By Érico Borgo
A Disney vai comprar a Marvel. Na negociação de 4 bilhões de dólares, o grupo que começou como estúdio de animação e hoje é um dos maiores conglomerados de mídia do mundo vai adquirir a empresa que começou como editora de quadrinhos e hoje é uma das marcas mais fortes nos quadrinhos e no cinema.
A primeira coisa que os fãs querem saber é: quando o Superpateta vai unir-se aos Vingadores? Ou quando Howard o Pato vai encontrar Pato Donald? Mas o negócio tem ramificações que, sim, além de poder impactar no conteúdo dos seus gibis, tem um significado muito maior para a organização do mundo do entretenimento.
Os conglomerados de mídia são empresas descomunais com investimentos em cinema, TV, games, quadrinhos, livros e o que mais tiver a ver com entretenimento. A Disney, por exemplo, responde não só por gibis do Tio Patinhas, pelos parques de diversão e pelas animações da Pixar. Ela engloba também o canal ABC (de Lost e Desperate Housewives), um dos líderes em audiência nos EUA, as produtoras de cinema Touchstone e Miramax, canais de TV a cabo como Jetix e The History Channel, a editora Hyperion Books e a maior parte da ESPN.
A Marvel Entertainment – que é soma da Marvel Publishing (quadrinhos) com Marvel Studios (filmes e TV), a Marvel Animation, a Marvel Toys e outras divisões - era uma das poucas empresas do mundo do entretenimento com alta rentabilidade que ainda não fazia parte de um dos grandes conglomerados. Agora vai virar mais um estrelinha na constelação Disney.
A maior concorrente da Marvel, a DC Comics, também faz parte de um conglomerado, a Time Warner, que – por acaso ou não – disputa diariamente com a Disney a posição de maior do mundo. Time Warner, novamente, não é só Superman e Pernalonga, mas a America Online, os canais HBO (de Família Soprano e True Blood), The CW (de 90210 e Smallville), Cartoon Network, uma parte da CNN, a revista Time e uma série de outras divisões.
A DC, é claro, é administrada separadamente do resto da Warner. Jeffrey Bewkes, presidente da Time Warner, não dá opinião sobre o que a DC publica ou deixa de publicar. Mas pode ter certeza que Paul Levitz, presidente da DC, não vai publicar algo que vá contra os interesses do conglomerado – pois seu cargo é, em grande parte, fazer justamente isso.
A primeira lição vem daí: a Marvel deve continuar a ser administrada independentemente. Mas Isaac Perlmutter, presidente da Marvel Entertainment, terá o rabo preso com Bob Iger, chefão da Disney, assim como David Maisel, presidente da Marvel Studios, e Dan Buckley/Joe Quesada, da Marvel Publishing, terão rabo preso com Perlmutter. Se todos estes nomes mantiverem seus cargos, claro.
FONTE: OMELETE
continua...
Oie. Me preocupa isso justamente porque a Disney é muito do políticamente correto. Espero que isso não signifique filmes da Marvel mais "família". Por um lado, a produção dos filmes seria extraordináriamente rica (veja o caso da série Piratas do Caribe) e o potencial de divulgação da Disney é estrondoso. Se eles forem espertos, não vão mexer em time que se está ganhando. Espero que, daqui para frente a gente veja mais "Cavaleiro das Trevas" e "Homem de Ferro" no cinema do que "Quarteto Fantástico" e "Elektra". Abração. Parabéns pelo blog!!!
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