terça-feira, 27 de março de 2012

A NECESSIDADE E O ACASO


Lendo as mensagens deixadas pelos leitores da coluna que escrevo para o site Almas Gêmeas, do Zaz, fui atingida por uma pergunta à queima-roupa:a necessidade cria o amor ou ele existe?
A questão é delicada e conduz a uma resposta que confunde mais do que explica. Sim, o amor existe. Sim,a necessidade cria o amor. Na verdade, fomos condicionados pela sociedade e seus contos de fadas a acreditar que o amor é uma coisa que acontece quando menos se espera,que domina nosso coração, que interrompe nossos neurônios e nos captura para uma vida de palpitações, suspiros e lágrimas.
Que o amor não tem idade, não tem hora pra chegar, não tem escapatória. Que o amor é lindo, poderoso e absoluto, que vence todos os preconceitos, que vence a nossa resistência e ceticismo, que é transformador e vital.
Esse amor existe e ai de quem se atrever a questioná-lo, avisam os deuses lá em cima.
Rendo-me. Esse amor existe mesmo, é invasivo e muitas vezes perverso, mas também pode ser discreto, sereno e indolor. Costuma acontecer ao menos uma vez na vida de todo ser humano, ou pode acontecer todo final de semana, se for o caso de um coração insaciável.
Mas também pode acontecer nunquinha, e aí a outra verdade impera. Sim, a necessidade também cria o amor. A pessoa nasce idealizando um parceiro para dividir a janta e as agruras, a cama e as contas, os pensamentos e os filhos.
Passam-se os anos e esse amor não sinaliza, não se apresenta, e o relógio segue marcando as horas, lembrando que o tempo voa.
Esse ser solitário começa a amar menos a si mesmo, pelo pouco alvoroço que provoca à sua volta, e a baixa auto-estima impede a passagem de quem quer se aproximar. É um círculo vicioso que não chega a ser raro.
Qual a saída: assumir a solidão ou usar a imaginação?
O nosso amor a gente inventa, cantou Cazuza.
A necessidade faz quem é feio parecer um deus, quem é tímido parecer um sábio, quem é louco parecer um gênio.
A necessidade nos torna menos críticos, mais tolerantes, menos exigentes, mais criativos.
A necessidade encontra sinônimos para o amor: amizade, atração, afinidade, destino, ocasião.
A necessidade nos torna condescendentes, bem-humorados, otimistas. Se a sorte não acenou com um amor caído dos céus, ao menos temos afeto de sobra e bom poder de adaptação: elegemos como grande amor um amor de tamanho médio.
O coração também sobrevive com paixões inventadas, e não raro essas paixões surpreendem o inventor.
O amor pode ser casual ou intencional. Se nos faz feliz, é amor igual.
ƸӜƷ


Martha Medeiros
Trem Bala
Outubro de 1998

imagem: True Art Gallery
Artist: Karol Bak

segunda-feira, 19 de março de 2012

ESPECTROS

(Dire Wraiths)

Uncanny X-Men (1981) 187-A
Comic Book by Marvel, Nov 1984

Alienígenas originários da Nebulosa Negra, os Espectros são os principais inimigos de Rom, o Cavaleiro Espacial. Derrotados no planeta Gálador, muitos deles fugiram para a Terra, onde assumiram a forma de seres humanos. Rom ofereceu-se para vir ao encalço dos seres malignos e até hoje se encontra em nosso planeta combatendo-os.

Criação de Bill Mantlo em 1979.

Fonte: Dicionário Marvel - 244

domingo, 18 de março de 2012

CONTRA A INGRATIDÃO DE NISE


IV

Raios não peço ao Criador do mundo,
Tormentas não suplico ao rei dos mares,
Vulcões à terra, furacões aos ares,
Negros monstros ao báratro profundo:

Não rogo ao deus do Amor, que furibundo
Te arremesse do pé de seus altares;
Ou que a peste mortal voe a teus lares,
E murche o teu semblante rubicundo:

Nada imploro em teu dano, ainda que os laços
Urdidos pela fé, com vil mudança
Fizeste, ingrata Nise, em mil pedaços:

Não quero outro despique, outra vingança,
Mais que ver-te em poder de indignos braços,
E dizer quem te perde, e quem te alcança.

Bocage
O delírio amoroso &
outros poemas
Sonetos Eróticos

L&PM Pocket, vol. 382
junho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Roman Garassuta

sábado, 17 de março de 2012

O AUTOR AOS SEUS VERSOS


II

Chorosos versos meus desentoados,
Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza, e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:

Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:

Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz a tirania:

Desculpa tendes, se valeis tão pouco;
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado e rouco.


Bocage
O delírio amoroso &
outros poemas
Sonetos Eróticos

L&PM Pocket, vol. 382
junho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Fabio Perez

sexta-feira, 16 de março de 2012

PROPOSIÇÃO DAS RITMAS


I

Incultas produções da mocidade
Exponho a vossos olhos, ó leitores:
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade,
Que elas buscam piedade, e não louvores:

Ponderai da Fortuna a variedade
Nos meus suspiros, lágrimas, e amores;
Notai dos males seus a imensidade,
A curta duração dos seus favores:

E se entre versos mil de sentimento
Encontrardes alguns, cuja aparência
Indique festival contentamento,

Crede, ó mortais, que foram com violência
Escritos pela mão do Fingimento,
Cantados pela voz da Dependência.


Bocage
O delírio amoroso &
outros poemas
Sonetos Eróticos

L&PM Pocket, vol. 382
junho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Fabio Perez

EU KA-ZAR, VOCÊ STAN LEE

X-Men Vol 1 #10
March, 1965

Lee nunca negou que buscava inspiração em outras fontes, inclusive na literatura barata. Em X-Men 10, de 1965, os leitores foram apresentados a Ka-Zar, cujo nome é Kevin Plunder, um humano que vive na misteriosa Terra Selvagem, uma extensão de terra habitada por dinossauros e outras criaturas pré-históricas, localizada na Antártida. Nessa época, o personagem era mais violento e falava de forma truncada, mas com o tempo tornou-se civilizado e participou de várias HQs da editora.

Obviamente, Ka-Zar parecia ser apenas uma imitação de personagens como Tarzan, de Edgar Rice Burroughs, e de Tor, um homem das cavernas criado por Joe Kubert nos anos 50. Mas o herói tinha uma outra origem. "Ka-Zar" era também o nome usado por David Rand, um branco que vivia entre os selvagens do Congo, lançado nos pulps pela Manvis Publishing - uma empresa do dono da Marvel, Martin Goodman - em Ka-Zar 1, de 1936.

Mais tarde, em 1939, o personagem foi adaptado para as HQs na primeira publicação por Goodman, a revista Marvel Comics.

Ka-Zar #1
(Outubro de 1936)

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS - 14
pág. 32

janeiro/fevereiro de 2009
EDITORA EUROPA

O QUE QUER O SENHOR DAS REDES - 2


Com 800 milhões de usuários em seu Facebook, o americano Mark Zuckerberg é o homem mais poderoso da internet. Há alguns dias ele mudou as regras da sua rede social. Saiba como tirar proveito delas

JADYR PAVÃO E RAFAEL SBARAI


Quando as novidades do Facebook estiverem todas implantadas, o usuário daquela rede social poderá facilmente construir, em um espaço chamado Linha do Tempo, sua própria biografia, com textos e imagens. Para Zuckerberg e o time de engenheiros que dão vida ao serviço a partir de Palo Alto, na Califórnia, é a oportunidade de realizar um objetivo grandioso: transformar o Facebook, em uma espécie de internet dentro da internet. Será um ambiente em que usuários encontrarão tudo o que procuram - amigos, informações, emprego, produtos, recomendações, diversão.

A ascensão do Facebook pode significar uma profunda transformação na internet - a passagem definitiva da era das buscas para a era social. O surgimento do Google na década de 90, com seu genial mecanismo de consulta, permitiu organizar o acesso à míriade de informações esparsas do mundo virtual. Para realizar sua tarefa, o Google usa cálculos matemáticos que levam em conta dezenas de fatores para indicar quais páginas são mais relevantes para quem faz a busca. O Facebook dá um passo além: são as interações pessoais do usuário - aquilo que seus amigos indicam, curtem, reprovam - que conferem peso a uma informação. É uma mudança tão relevante que até o Google decidiu introduzir o fator humano em suas pesquisas. Criou uma rede social, a Google+, e um botão, o +1, que permite recomendar conteúdos na web. Isso influi no resultado da busca.

O sucesso do Facebook no território ainda em exploração das redes sociais se deve à intransigência com que Zuckerberg e seu time defenderam algumas posições que, com o passar do tempo, se mostraram acertadas, e à rápida correção de equívocos. Entre os acertos está a convicção de que era preciso em primeiro lugar conquistar a confiança do usuário. Desde os primeiros anos, Zuckerberg elegeu como prioridade a estabilidade do sistema - o site jamais pode sair do ar. Ele também aprendeu com os erros do MySpace, ex-rei das redes, comprado pelo magnata Rupert Murdoch em 2005 por 580 milhões de dólares e negociado seis anos depois por menos de 10% daquele valor. Ao contrário do MySpace, o Facebook permitiu que pessoas e empresas desenvolvessem aplicativos de forma independente e os inserissem em seu ambiente. É o caso de jogos com o CityVille, da Zynga, um blockbuster que chegou a contar com 100 milhões de usuários. A correção de rumos mais importante foi assegurar o sigilo dos dados pessoais carregados no site. Em maio do ano passado, o Facebook tornou públicas algumas informações que os usuários, anteriormente, mantinham restritas. Houve gritaria. A rede voltou atrás, evitando um êxodo. O tempo mostrou que os caminhos estavam corretos. Sete anos depois de surgir em um dormitório estudantil da Universidade Harvard, a empresa se prepara para lançar ações na bolsa, o que deve ocorrer no segundo semestre de 2012. O valor estimado: 100 bilhões de dólares. Pode ser a maior oferta pública de ações da história.

Fonte: Veja - Número 40 - edição 2237 - ano 44 - 5 de outubro de 2011
págs. 91-95

quinta-feira, 15 de março de 2012

C


NO MEIO da terra afastarei
as esmeraldas para divisar-te
e tu estarás copiando as espigas
com tua pluma de água mensageira.

Que mundo! Que profundo perrexil!
Que nave navegando na doçura!
E tu talvez e eu talvez topázio!
Já divisão não haverá nos sinos.

Já não haverá senão todo o ar liberto,
as maçãs transportadas pelo vento,
o suculento livro na ramagem,

e ali onde respiram os cravos
fundaremos um traje que resista
de um beijo vitorioso a eternidade.
ƸӜƷ


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Karol Bak

COM O DEMOLIDOR, A JUSTIÇA É CEGA

Daredevil (1964) 1-A
Comic Book by Marvel, Apr 1964

Em 1964, Stan Lee criou o personagem que tornou-se um dos seus preferidos. Em sua contínua busca por interessantes e lucrativos heróis, o editor e roteirista queria um personagem que tivesse uma deficiência mais interessante que seus poderes. Ele lembrou-se do policial Duncan McClain, um detetive cego criado pelo escritor Baynard Kendrick, que lia na adolescência. Se um homem sem visão poderia ser um ótimo detetive, o que impediria que o outro se tornasse um grande super-herói?

Quando uma pessoa perde a visão, seus outros sentidos se ampliam. Lee levaria isso às últimas consequências, fazendo com que um isótopo radioativo atingisse o jovem Matt Murdock durante o acidente que o deixou cego, dando a ele sentidos sobre-humanos. Mas ele não teria superforça. Suas armas seriam seus sentidos apurados, o corpo de atleta e a inteligência. O próprio nome mostraria sua bravura: Daredevil ("destemido" seria uma tradução melhor), com o título de "o homem sem medo". Para desenhar Daredevil 1, de 1964, Lee convidou Bill Everett. A capa, porém, era do eterno parceiro Jack Kirby.

Daredevil (2011) 9-A
Comic Book by Marvel, Apr 2012

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS - 14
pág. 32

janeiro/fevereiro de 2009
EDITORA EUROPA

Super-Homem muda de uniforme

Superman (1987) 123-A
Comic Book by DC, May 1997

O ano de 97 começa com mudanças no figurino do sexagenário Super-Homem. O herói das histórias em quadrinhos vai abandonar seu tradicional uniforme vermelho, amarelo, azul e branco e adotar um modelo azul e branco com listras que imitam relâmpagos.

A notícia foi dada por Mike Carlin, editor-executivo da DC Comics, que edita as histórias do herói. Segundo Carlin, Super-Homem também vai perder a capa. As mudanças acontecerão a partir de março. "O novo traje terá um aspecto elétrico", disse Carlin, que ainda anunciou mudanças na letra "S" que o herói carrega no peito.

Também vai mudar um de seus superpoderes. Seu corpo não vai mais ricochetear as balas inimigas, mas será atravessado por elas sem danos ao uniforme. A vida do herói passou por uma grande mudança após 58 anos de namoro, Clark Kent casou-se em outubro com a jornalista Lois Lane.

O ano foi marcante também para a atriz Margot Kidder, 47, que interpretou Lois Lane no cinema. Kidder desapareceu por quatro dias e reapareceu na Califórnia.

Superman: The Man of Tomorrow 9-B
Comic Book by DC, Sep 1997

Folha de São Paulo
03/01/1997

quarta-feira, 14 de março de 2012

XCIX


OUTROS DIAS VIRÃO, será entendido
o silêncio de plantas e planetas
e quantas coisas puras passarão!
Terão cheiro de lua os violinos!

O pão será talvez como tu és:
terá tua voz, tua condição de trigo,
e falarão outras coisas com tua voz:
os cavalos perdidos do outono.

Ainda que não seja como está disposto
o amor encherá grandes barricas
como o antigo mel dos pastores,

e tu no pó de meu coração
(onde haverá imensos armazéns)
irás e voltarás entre melancias.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Roberto Proietti

Grandes momentos


1 Na floresta, Sayid cai numa armadilha. Acorda numa cadeira elétrica armada por Danielle Rousseau. Descobre que foi ela quem gravou a mensagem de rádio que se repete na ilha há 16 anos. Episódio 8

2 Hurley resolve descontrair e chama a turma para jogar golfe. Ilha deserta também é diversão! Episódio 8

3 Boone escala um pequeno penhasco para entrar no bimotor nigeriano. Descobre as estátuas cheias de heroína e liga um rádio. Fala com os outros sobreviventes do Oceanic, até o avião cair do penhasco. Boone morre dias depois. Episódio 14

4 Michael, Walt, Sawyer e Jin tentam sair da ilha em uma jangada. Encontram um barco de pesca, pedem socorro, mas se dão mal. Eram os Outros, que sequestram Walt e explodem a jangada. Episódio 23

5 Hurley vê que seus números malditos (4, 8, 15, 16, 23, 42) estão gravados na escotilha. Tenta evitar que os amigos acendam a dinamite, mas não consegue. A escotilha se abre. Episódio 23

A melhor frase

"Não me diga o que eu não posso fazer"
John Locke

BIZARRO


O principal campeão da Legião do Mal se sairia muito bem contra Superman e a Mulher-Maravilha, e quebraria a coluna de um sujeito como Arqueiro Verde se pusesse as mãos nele. Para afastar Bizarro do reino do absurdo e lhe dar um aspecto mais horripilante, Ross baseou seu Bizarro numa fonte inesperada: a garotinha amendrontadora do filme O Chamado. "Seu rosto deve ser assustador, com aquela aparência de pele cristalina e rachada", afirma o artista. "Ele deve parecer deformado, mas superficialmente, principalmente de uma certa distância, deve ser confundido com o Superman." Uma coisa que não ouviremos de Bizarro é a velha fala estilo "Eu ser Bizarro". Ross e companhia querem algo mais pertubador. "Este Superman quase irracional será muito mais silencioso e aterrorizante."

WIZARD BRASIL - 18
Março de 2005

OS CAVALEIROS DAS TREVAS

Oito razões por que Frank Miller e Jim Lee figuram entre as melhores equipes criativas do Homem-Morcego de todos os tempos

Por Mike Cotton

1. O BATMAN DE MILLER DÁ MEDO DE VERDADE

Em seus piores dias, Batman é uma paródia de si mesmo ou um chorão lamuriento, mas em seu melhores dias - sob a direção de Miller - o Cavaleiro das Trevas espreita o submundo de Gotham City como um predador saído dos nossos piores pesadelos. O Batman de Miller é o melhor naquilo que faz, e sabe disso. Ele não quer apenas arrebentar a cara dos bandidos e deixá-los amarrados para os policiais levarem - ele quer atemorizá-los a tal ponto que nunca consigam superar essa lembrança terrível. "Meu Batman é essencialmente um terrorista", disse Miller à queima-roupa em 1996. "Ele apenas combate o inimigo certo".

Batman: The Dark Knight Returns 4-A
Comic Book by DC, Jun 1986

WIZMANIA - 42
Março de 2007

terça-feira, 13 de março de 2012

XCVIII


E ESTA PALAVRA, este papel escrito
pelas mil mãos de uma só mão,
não fica em ti, não serve para sonhos,
cai à terra: ali permanece.

Não importa que a luz ou a louvação
se derramem e saim da taça
se foram um tenaz tremor do vinho
se tingiu tua boca de amaranto.

Não quer mais a sílaba tardia,
o que traz e retraz o arrecife
de minhas lembranças, a irritada espuma,

não quer mais senão escrever teu nome.
E ainda que o cale meu sombrio amor
mais tarde o dirá a primavera.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Karol Bak

A HISTÓRIA SECRETA DA MARVEL NO BRASIL - 2

A chegada dos super-heróis criados por Stan Lee ao Brasil,
40 anos atrás, aconteceu ancorada em ampla campanha patrocinada pela Shell, fato inédito no mercado editorial brasileiro,
e é cercada de curiosidades


GONÇALO JUNIOR & FERNANDO LOPES

Era a segunda vez que se tentava ressuscitar os bons tempos da Timely. A editora foi fundada em outubro de 1939 e abandonou o nome em fevereiro de 1950, durante um processo de reestruturação. Voltou com a marca Atlas em novembro de 1951. Por fim, em julho de 1961, transformou-se em Marvel Comics.

Como o público estava respondendo às expectativas de vendas, acreditava-se no renascimento do gênero. Portanto, perguntou a empresária, por que Aizen não comprava os direitos de publicação de todos eles? Afinal, a Ebal tinha tradição nesse ramo e a empresa americana poderia lhe fazer um bom preço.

Aizen fora procurado pela Transword por sugestão de Luiz Rosemberg, da Agência Periodista Latino-americana (APLA), distribuidora de features (textos, imagens e quadrinhos para jornais e revistas para todo o continente sul-americano, com sede no Rio e escritório em Buenos Aires - de onde atuava nos países de língua hispânica.


Fundada em 1946, a APLA dividia o mercado de representação de quadrinhos com a Record, de Alfredo Machado - a pioneira nesse segmento, que em 1942 importou para o Brasil as histórias de Tocha Humana e Namor e os forneceu para Roberto Marinho (1904-2003) publicá-los no Gibi Mensal e no O Globo Juvenil.


O editor brasileiro não escondeu seu entusiasmo em trazer de volta às bancas personagens que fizeram parte do começo de sua carreira. Mas se esquivou da sugestão por um motivo político, que envolvia diretamente ele, Marinho e Assis Chateaubriand, então os três maiores editores de quadrinhos do país.

Em 23 de setembro daquele ano, o presidente João Goulart baixou o decreto 52.497, que obrigava as editoras de quadrinhos a publicarem dois terços (66%) de material nacional em suas revistas - um assunto que mereceu ampla discussão na imprensa e causou muita polêmica. Parecia ser o ponto final de uma pendência que durava quase quinze anos e se tornara debate nacional em 1961, quando Jânio Quadros anunciou um projeto para atender os artistas. O presidente renunciou um mês depois, sem assinar o decreto.

Goulart assumiu a bandeira e cumpriu a promessa após conseguir de volta seus poderes presidencialistas. Enquanto isso, nas ruas, setores organizados e conservadores da sociedade civil, do empresariado e da Igreja Católica se mobilizavam numa intensa campanha para impedir que o presidente transformasse o país numa nação comunista, segundo acreditavam.

Para Alzien, portanto, lançar os super-heróis da Marvel num contexto de fragilidade política e de intenso nacionalismo - que se manifestava pela pressão direta dos quadrinhistas - poderia se voltar contra ele. O editor temia ser acusado de fazer provocação com mais heróis estrangeiros. Veio o golpe militar, em abril de 1964, a lei de Goulart foi engavetada e sinais de uma ditadura apareciam no horizonte.

O tempo passou. No segundo semestre de 1965, Paulo Adolfo, filho de Aizen e um dos editores da Ebal, viajou para os Estados Unidos, para fazer o curso Orientation In Grafic Arts, com duração de uma semana, oferecido pela Western Printing and Lithographic Company, em Nova Iorque. Naumin, também filho do editor, fizera o mesmo curso pouco tempo antes por sugestão de Alfredo Machado, que achava a experiência importante para profissionalizar a editora de seu velho amigo.

Fonte: Marvel - 40 Anos no Brasil
págs. 8 e 9

continua

GUERRA CIVIL

Civil War 1-E
Comic Book by Marvel, Jul 2006

A SITUAÇÃO DO UNIVERSO MARVEL

Os ventos da guerra têm soprado há meses, e quando a primeira edição da saga Guerra Civil, de Mark Millar e Steve McNiven, chegou às bancas, os leitores se depararam com uma tempestade prestes a irromper em meio ao Universo Marvel como um tornado.

E no olho da tormenta está o editor executivo Tom Brevoort, o homem por trás da campanha editorial da Marvel para o evento Guerra Civil.

"É meio intimidador, por causa do número de horas do meu dia", diz Brevoort, que está coordenando o megacrossover com a ajuda da Redação Marvel e alguns dos maiores criadores da indústria. "Preciso saber onde está todo mundo e o que cada um está fazendo (em termos de personagem) - para que Mark e todos os caras envolvidos no crossover fiquem cientes. Portanto, minha sala é o quartel-general do Universo Marvel."

Para manter os fãs a par da situação tanto quanto Brevoort, nós preparamos 4 perfis sobre os principais protagonistas da saga, e traçamos um mapa do moderno universo de heróis da Casa das Idéias.

WIZMANIA - 47
Agosto de 2007

segunda-feira, 12 de março de 2012

XCVII


HÁ que voar neste tempo, aonde?
Sem asas, sem avião, voar sem dúvida:
já os passos passaram sem remédio,
não alçaram os pés do passageiro.

Há que voar a cada instante como
as águias, as moscas e os dias,
há que vencer os olhos de Saturno
e estabelecer ali novos sinos.

Já não bastam sapatos nem caminhos,
já não servem a terra aos errantes,
já cruzaram a noite as raízes,

e tu aparecerás em outra estrela
determinadamente transitória
por fim em papoula convertida.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Tina Spratt

O fogo inesquecível inflama almas e corações


Depois da consagração de tantos grupos ingleses e do domínio mundial dos norte-americanos, quem poderia imaginar que a melhor banda de rock da atualidade viria de Dublin, Irlanda? Qualquer um que tenha acompanhado a trajetória do U2, iniciada há 13 anos, poderia prever o fenômeno. O grupo faz discos para seu prazer, e não para agradar os outros, inova-se a cada passo, ao invés de ater-se a fórmulas desgastadas, e assume uma postura simples, mas profunda e honesta, rara nos posers do atual star-system. Com esse perfil, o U2 galgou aos poucos uma carreira brilhante, correta e mundialmente reconhecida, sempre pontilhada pela poesia e pela música da melhor qualidade.

"A culpa é do Larry", costuma brincar Bono. "Ele começou tudo isto." E é verdade. A idéia de formar um grupo de rock partiu do adolescente bateirista, que aos 16 anos colocou um anúncio no mural da escola Mount Temple - a primeira escola "progressiva liberal" da Irlanda - procurando músicos para a tão sonhada banda, Definidos os membros, percebeu-se que o baixista Adam Clayton era o único que já havia participado de outra banda (The Max Quad), de onde foi expulso por indisciplina. Mas nos outros três, o que faltava em experiência sobrava em talento e vontade. Larry Mullen já estava bastante treinado na bateria e Dave Evans (futuramente conhecido com The Edge) tocava guitarra há um bom tempo.

O único que não se encaixava era um jovem instrospectivo e de aspecto meio revoltado chamado Paul Hewson. Ele afirmava veementemente que sabia tocar guitarra, mas logo nos primeiros acordes ficou clara sua inépcia com o instrumento. Que tal cantar?, sugeriu alguém. Cantar? Não, o jovem Hewson nunca havia pensado nisso, porém, como queria muito fazer parte do novo grupo, aceitou a empreitada. Os novos companheiros descobriram então encantados que Paul tinha uma boa voz, (ou, em latim, "Bono Vox"), além de um carisma incrível. Surgia um cantor e uma lenda. Surgia o U2.

Aldebaran de Touro

(Cavaleiros do Zodíaco)

Aldebaran de Touro

Cavaleiro de ouro, guardião da Casa de Touro. É o possuidor da postura do ataque-defesa, ou seja, seu ataque é fulminante e sua defesa inabalável. O único que conseguiu ver através da guarda de Aldebaran foi Seiya de Pégasus. O Golpe do Cavaleiro de Touro é o "Grande Chifre".

BATMAN 1

2ª Série
Publicado em: 10 de setembro de 1987
Editora: Abril
R$ 6,90


Batman (1940) 404-A
Comic Book by DC, Feb 1987

Ele irá se tornar
o maior combatente do
crime de todos os tempos.

Isso não será fácil.

BATMAN
ANO UM
POR FRANK MILLER E DAVID MAZZUCCHELLI

Adaptação livre dos trabalhos de Bob Kane, Bill Finger e Jerry Robinson

CAPÍTULO PRIMEIRO:
QUEM EU SOU E
COMO VIM A SER

Tradução, Letras e Cor:
Estúdio Artecômix

Batman criado por Bob Kane.

Título original:
Batman: Year One, Chapter 1 of 4: Who I Am, How I Came to Be

Saga of the Swamp Thing 28-A
Comic Book by DC, Sep 1984

O MONSTRO DO PÂNTANO
O FUNERAL
Argumento: Alan Moore
Arte: Shawn McManus
Tradução, Letras e Cor: Estúdio Artecômix

Monstro do Pântano criado por Lein Wein e Berni Wrightson.

Título original:
The Burial

Vigilante (1983) 4-A
Comic Book by DC, Mar 1984

VIGILANTE
JOGO DE AMOR
Argumento: Marv Wolfman
Desenhos: Don Newton
Arte-final: Pablo Marcos
Tradução, Letras e Cor: Estúdio Artecômix

domingo, 11 de março de 2012

XCVI


PENSO, esta época em que tu me amaste
irá por outra azul substituída,
será outra pele sobre os mesmos ossos,
outros olhos verão a primavera.

Nenhum dos que amarraram esta hora,
dos que conversaram com o fumo,
governos, traficantes, transeuntes,
continuarão movendo-se em seus fios.

Irão os cruéis deuses com óculos,
os peludos carnívoros com livro,
os pulgões e os pipipasseiros*.

E quando estiver recém-lavado o mundo
nascerão outros olhos na água
e crescerá sem lágrimas o trigo.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Duffy Sheridan

Pipipasseiros

*palavra composta, invenção nerudiana.

AS BRUMAS DE AVALON

LIVRO 1
A SENHORA DA MAGIA
Marion Zimmer Bradley

Título original: The Mists of Avalon
1982



Prólogo

MORGANA FALA...

Em vida, chamaram-me de muitas coisas: irmã, amante, sacerdotisa, maga, rainha. Na verdade, cheguei agora a ser maga, e poderá vir um tempo em que tais coisas devam ser conhecidas. Verdadeiramente, porém, creio que os cristãos dirão a última palavra. O mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que Cristo predomina. Nada tenho contra o Cristo, apenas contra os seus sacerdotes, que chamam a Grande Deusa de demônio e negam o seu poder no mundo. Alegam que, no máximo seu poder foi o de Satã. Ou vestem-na como o manto azul da Senhora de Nazaré - que realmente foi poderosa, a seu modo -, que, dizem, foi sempre virgem. Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanidade?

E, agora, que o mundo está mudado e Artur - meu irmão, meu amante, rei que foi e rei que será - está morto (o povo diz que ele dorme) na ilha sagrada de Avalon, é preciso contar as coisas antes que os sacerdotes do Cristo Branco espalhem por toda parte os seus santos e sua lendas.

Pois, como disse, o próprio mundo mudou. Houve um tempo em que um viajante, se tivesse disposição e conhecesse apenas uns poucos segredos, poderia levar sua barca para fora, penetrar o Mar do Verão e chegar não ao Glastonbury dos monges, mas à ilha sagrada de Avalon; isso porque, em tal época, os portões entre os mundos vagavam com as brumas, e estavam abertos, um após o outro, ao capricho e ao desejo do viajante. Esse é o grande segredo, conhecido de todos os homens cultos de nossa época: pelo pensamento criamos o mundo que nos cerca, novo a cada dia.

E agora os padres, acreditando que isso interfere no poder do seu Deus, que criou o mundo de uma vez por todas, para ser imutável, fecharam os portões (que nunca foram portões, exceto na mente dos homens) e os caminhos só levam à ilha dos padres, que eles protegeram com o som dos sinos de sua igrejas, afastando todos os pensamentos de um outro mundo que vivia nas trevas. Na verdade, dizem eles, se aquele mundo algum dia existiu, era propriedade de Satã, e a porta do inferno, se não o próprio Inferno.

Não sei o que o Deus deles pode ter criado ou não. Apesar das histórias contadas, nunca soube muito sobre seus padres e jamais usei o negro de uma de suas monjas-escravas. Se os cortesãos de Artur em Camelot fizeram de mim este juízo, quando fui lá (pois sempre usei roupas negras da Grande Mãe em seu disfarce de maga), não os desiludi. E, na verdade, ao final do reinado de Artur, teria sido perigoso agir assim, e inclinei a cabeça à conveniência, como nunca teria feito a minha grande Senhora, Viviane, Senhora do Lago, que depois de mim foi a maior amiga de Artur, para se transformar mais tarde em sua maior inimiga, também depois de mim.

A luta, porém, terminou. Pude finalmente saudar Artur, em sua agonia, não como meu inimigo e o inimigo de minha Deusa, mas apenas como meu irmão, e como um homem que ia morrer e precisava da ajuda da Mãe, para a qual todos os homens finalmente se voltam. Até mesmo os sacerdotes sabem disso, com sua Maria sempre-virgem em seu manto azul, pois ela, na hora da morte, também se transforma na Mãe do Mundo.

E, assim, Artur jazia enfim com a cabeça em meu colo, vendo-me não como irmã, amante ou inimiga, mas apenas como maga, sacerdotisa, Senhora do Lago; descansou, portanto, no peito da Grande Mãe, de onde nasceu, e para quem, como todos os homens, tem de finalmente voltar. E talvez - enquanto eu guiava a barca que o levava, desta vez não para a ilha dos padres, mas para a verdadeira ilha sagrada no mundo das trevas que fica além do nosso, para a ilha de Avalon, aonde, agora, poucos além de mim, poderiam ir - ele estivesse arrependido da inimizade surgida entre nós.

AO CONTAR ESTA HISTÓRIA, falarei por vezes de coisas que ocorreram quando eu ainda era demasiado jovem para compreendê-las, ou quando não estava presente. Meu leitor fará uma pausa e dirá, talvez: "Esta é a sua magia." Mas eu tive sempre o dom da Visão, de ver o interior da mente dos homens e mulheres; e, durante todo este tempo, estive perto de todos. Assim, por vezes, tudo o que pensaram era do meu conhecimento, de uma forma ou de outra. Por isso, contarei esta história.

Um dia também os padres a contarão, tal como a conhecem. Talvez entre as duas se possam perceber alguns lampejos de verdade.

O que os sacerdotes não sabem, com o seu Deus uno e sua verdade única, é que não existe história totalmente verdadeira. A verdade tem muitas faces e assemelha-se à velha estrada que conduz a Avalon: o lugar para onde o caminho nos levará depende da nossa própria vontade e de nossos pensamentos, e, talvez, no fim, cheguemos ou à sagrada ilha da eternidade, ou aos padres, com seus sinos, sua morte, seu Satã e Inferno e danação... Mas talvez eu seja injusta com eles. Até mesmo a Senhora do Lago, que odiava a batina do padre tanto quanto teria odiado a serpente venenosa, e com boas razões, censurou-me certa vez por falar mal do Deus deles.

"Todos os deuses são um Deus", disse ela, então, como já dissera muitas vezes antes, e como eu repeti para minhas noviças inúmeras vezes, e como toda sacerdotisa, depois de mim, há de dizer novamente, "e todas as deusas são uma deusa, e há apenas um iniciador. E a cada homem a sua verdade, e Deus com ela".

Assim, talvez a verdade se situe em algum ponto entre o caminho para Glastonbury, a ilha dos padres, e o caminho de Avalon, perdido para sempre nas brumas do Mar de Verão.

Mas esta é a minha verdade; eu, que sou Morgana, conto-vos estas coisas, Morgana que em tempos mais recentes foi chamada Morgana, a Fada.

NA TRILHA DO MORCEGO

Defensor implacável de Gotham City, Batman já se tornou parte do imaginário popular do século XX e leva terror ao coração dos criminosos há quase sessenta anos.

Detective Comics Vol 1 #27
May, 1939

O ano era 1939. Buscando inspiração no cinema, nos pulps e nos quadrinhos publicados em tiras de jornais, vários autores já trabalhavam, desde 1934, em personagens criados exclusivamente para as revistas. Essa transposição, dos jornais para revistas propriamente ditas, abriu um campo muito fértil para a introdução de novos personagens. Sem dúvida, o maior deles era o Super-Homem. Seu aparecimento, na revista Action Comics, em 1938, deu início à era dos super-heróis.

Em meados de 1939, na trilha do Homem de Aço, a editora DC encomendou ao jovem cartunista Bob Kane um novo super-herói. Inspirando-se nos velhos esboços das máquinas voadoras de Leonardo da Vinci, Kane rascunhou um personagem com asas de morcego. Do Zorro, tirou a ideia de um homem mascarado combatendo o mal à noite, vestido de preto e usando uma caverna secreta como seu quartel-general. Os pulps e as séries radiofônicas do Sombra sugeriram a ideia da luta contra o crime, espalhando terror nos corações dos criminosos.

Kane passou a proposta básica para seu colaborador Bill Finger, que transformou os primeiros esboços em realidade, sugerindo diversas alterações, como a substituição das asas por uma capa, mudanças nas luvas e no capuz e a introdução do cinto de utilidades.

Em maio de 1939, a revista Detective Comics 27 chegava às bancas com a primeira aventura de Batman.

No entanto, os leitores só conheceriam a verdadeira origem do Homem-Morcego em Detective Comics 33. Thomas e Martha Wayne e seu jovem filho, Bruce, estavam voltando para casa do cinema, quando foram interceptados por um ladrão armado que queria o colar de Martha. Seu marido reagiu e foi assassinado friamente. Ao gritar por socorro, Martha também foi morta, diante de seu filho.

Quinze anos depois, Bruce Wayne estava de volta, agora pronto para combater o crime. Contudo, era necessário um disfarce, cuja escolha se deu num dos trechos mais lembrados dos quadrinhos:

"Criminosos são uma corja de supersticiosos covardes; portanto, meu disfarce deve ser capaz de incutir o terror em seus corações. Devo me tornar uma criatura da noite, sombria, amedrontadora... um... um..." Como que em resposta, um gigantesco morcego entra pela janela aberta. "Um morcego! É isso! É um presságio! Eu devo me tornar um morcego!"

E assim nasceu esta estranha figura das trevas... o vingador do mal - o BATMAN.

Detective Comics Vol 1 #33
November, 1939

Criminals are a superstitious cowardly lot. So my disguise must be able to strike terror into their hearts. I must be a creature of the night, black, terrible... a . a... a bat! That's it! It's an omen. I shall become a bat!

- Bruce Wayne

JANICE CORD

(Janice Cord)

Iron Man (1968) 2-A
Comic Book by Marvel, Jun 1968


Namorada de Tony Stark que morreu eletrocutada pelo Homem de Titânio durante um confronto entre o Homem de Ferro e o Dínamo Escarlate.

Iron Man (1968) 22-A
Comic Book by Marvel, Feb 1970

Fonte: Dicionário Marvel - 247

sábado, 10 de março de 2012

XCV


OS QUE se amaram como nós? Busquemos
as antigas cinzas do coração queimado
e ali que tombem um por um nossos beijos
até que ressuscite a flor desabitada.

Amemos o amor que consumiu seu fruto
e desceu à terra com rosto e poderio:
tu e eu somos a luz que continua,
sua inquebrantável espiga delicada.

Ao amor sepultado por tanto tempo frio,
por neve e primavera, por esqucimento e outono,
acerquemos a luz de uma nova maçã.

do frescor aberto por uma nova ferida,
como o amor antigo que caminha em silêncio
por uma eternidade de bocas enterradas.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

imagem: True Art Gallery
Artist: Gianni Bellini

sexta-feira, 9 de março de 2012

XCIV


SE MORRO sobrevive-me com tanta força pura
que despertes a fúria do pálido e do frio,
de Sul a Sul levanta teus olhos indeléveis,
de sol a sol que soe tua boca de guitarra.

Não quero que vacilem teu riso nem teus passos,
não quero que pereça minha herança de alegria,
não chames a meu peito, estou ausente.
Vive em minha ausência como numa casa.

É uma casa tão grande a ausência
que passarás nela através dos muros
e penderás os quadros no ar.

É uma casa tão transparente a ausência
que eu sem vida te verei viver
e se sofres, meu amor, morrerei outra vez.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

FATOR X 1


GERAÇÃO X
PARTE 1
TERCEIRA GÊNESE
Third Genesis


Argumento: Scott Lobdell
Desenhos: Chris Bachalo
Arte-Final: Mark Buckingham

Criada por Scott Lobdell & Chris Bachalo

Generation X 1-A
Comic Book by Marvel, Nov 1994

GERAÇÃO X
PARTE 2
PROCURA
Searching

Argumento: Scott Lobdell
Desenhos: Chris Bachalo
Arte-Final: Mark Buckingham

Generation X 2-A
Comic Book by Marvel, Dec 1994

Dead Silence

Argumento: Scott Lobdell
Desenhos: Chris Bachalo
Arte-Final: Mark Buckingham

Generation X 3-A
Comic Book by Marvel, Jan 1995

Março/1997
Abril Jovem
R$ 2,30
84 págs.

CAPITÃES DO BRASIL

A SAGA DOS PRIMEIROS COLONIZADORES
Eduardo Bueno

COLEÇÃO TERRA BRASILIS
VOLUME III
OBJETIVA


Que homens receberam os imensos lotes da nova colônia portuguesa - as chamadas capitanias hereditárias? Por que foram eleitos donatários e que missão, realmente, viriam a cumprir? A saga dos primeiros capitães do Brasil, entre 1530 e 1550, revela o jogo de poder e ambição da Coroa portuguesa, e seu projeto para colonização daquele vasto território na margem oriental do Atlântico, virtualmente abandonado desde a descoberta por Pedro Álvares Cabral.

A aventura destes capitães é relatada aqui no texto ágil e cativante do jornalista Eduardo Bueno, que com os livros da Coleção Terra Brasilis realizou o que se prometeu um dia: libertar a história das narrativas entediantes e recontá-la num ritmo envolvente e apaixonado.

SÃO MIGUEL

arcanjo
(Do hebr. Mikael, n.pr., "aquele que é como Deus".)

Na Bíblia, Miguel é o anjo por excelência, o vencedor de Satanás, chefe das milícias celestiais, protetor de Israel. Tornou-se o protetor da Igreja romana. Seu nome só apareceu no séc. II a.C. no Livro de Daniel e, depois, na literatura apocalíptica. Seu culto difundiu-se pela cristandade. No Brasil, é um santo muito popular, defensor dos valentes e patrono das capoeiras.

GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL - 16
Larousse 1995
Nova Cultural Ltda. 1998
pág. 3983

BEM-VINDO À MATRIX


Teologia, inteligência artificial, filosofia, ciência futurista. E mais: efeitos especiais inéditos, legiões de fãs extasiados e uma mistura intoxicante de cinema e videogame. Mergulhe na alma de um dos filmes mais bem-suceditos da história e saiba por que os cientistas acham que ele é muito mais do que uma obra de ficção

Por Rafael Kenski

Olhe à sua volta. Perceba os detalhes da sua cadeira, do lugar em que você está, da textura das suas roupas, do barulho ao fundo e das cores nesta página. Parecem reais? Eles não poderiam ser, por exemplo, uma simulação feita por um enorme sistema de inteligência artificial? Você pode achar que não, porque eles sempre estiveram ali e - ao contrário dos computadores - cadeiras e páginas de revista nunca travaram de uma hora para outra. Mas pense novamente. Existem muitas pessoas, muito inteligentes, que acham que isso pode ser verdade. Para elas, o mundo talvez não seja como imaginamos. Há até quem acredite que temos 25% de chances de viver mesmo em uma simulação de computador. Ou seja, talvez a trilogia iniciada em 1999 com o filmes Matrix não seja tão despropositada quanto parece.

O debate vem em boa hora. Estreia no dia 23 de maio de 2003 o filme Matrix Reloaded, a esperada continuação do filme que descreve um futuro em que as máquinas mantêm a humanidade presa a uma enorme simulação da nossa realidade, a Matrix. O terceiro filme, Matrix Revolutions, chega seis meses depois, em novembro. A estratégia dos produtores é a mesma dos robôs que criaram a simulação - preencher todos os sentidos das pessoas até que elas não consigam mais sair do mundo que eles inventaram. Junto com Reloaded, chega às lojas o jogo Enter the Matrix, que é também uma continuação da história. Pela primeira vez o jogo e o filme foram feitos juntos, como se fossem uma coisa só. Os atores, diretores, produtores, coreógrafos e cenários do jogo são os mesmos de Matrix Reloaded - em um dia eles filmavam as cenas do cinema e no seguinte, as do jogo. O resultado é que quem se aventurar no joystick não só verá uma hora a mais de história como entenderá melhor algumas das passagens do filme. Rosana Sun, uma das produtoras do jogo, explicou ao jornal americano USA Today como será essa interação. Em Reloaded, por exemplo, há uma cena em que os personagens discutem um plano para colocar bomba em um prédio de segurança. O game traz a continuação da conversa e coloca o jogador para comandar os personagens durante a missão. Para distrair a espera entre os dois filmes, será lançado, em 3 de junho, Animatrix, um vídeo e DVD com nove animações em estilo japonês, os animes, inspiradas nos filmes. Quatro delas estão disponíveis de graça na internet, no endereço www.theanimatrix.com.

A ideia é repetir o sucesso do primeiro filme, que ganhou quatro Oscars, arrecadou 460 milhões de dólares no mundo todo e foi o primeiro DVD a vender mais de 1 milhão de cópias. Mais que isso, as sequências de ação em câmera lenta, as lutas coreografadas, as roupas e os temas cyberpunk serviram de inspiração para dezenas de filmes, games e propagandas que surgiram depois. Poucas coisas em Hollywood foram tão plagiadas quanto o efeito tempo de bala - o impressionante truque em que a câmara gira em 360 graus ao redor de uma cena. "Matrix conseguiu misturar estilo e substância de uma maneira que outros filmes não foram capazes", afirma o filósofo Christopher Grau, da Universidade da Flórida, organizador de uma seção do site oficial do filme chamada "A Filosofia de Matrix". Espera um pouco... filosofia? "É, o filme levanta um número supreendente de questões filosóficas. Elas dão peso e substância ao que, de outro modo, seria apenas um filme cheio de estilo", diz Grau.

Para as poucas almas que não viram Matrix, ele conta a história do hacker Thomas (Keanu Reeves), também chamado de Neo, que encontra um cara cheio de truques chamado Morpheus (Laurence Fishburne). Ele toma uma pílula vermelha e descobre então que todo o nosso mundo é uma realidade simulada por computadores, um enorme mundo virtual chamado Matrix. A verdadeira realidade é um futuro em que as máquinas tomaram conta do mundo e mantêm os humanos em pequenas cápsulas, onde sua energia é usada para abastecer um gigantesco sistema de inteligência artificial enquanto a mente deles é mantida em uma espécie de sonho que chamamos de realidade. Morpheus é o líder de um grupo de rebeldes que quer nos libertar das máquinas e acredita que Neo é o esperado salvador da humanidade, algo como um novo messias. Depois de muito treinamento, golpes de kung-fu, roupas sombrias e armas pesadíssimas, Neo consegue transceder a realidade de Matrix, desafiar as leis da física e ganhar poderes sobre-humanos.

O enredo não traz só questões filosóficas. O filme é uma salada de vários tipos de arte feita pelos enigmáticos irmãos Larry e Andy Wachowski, responsáveis pelo roteiro e direção do filme. Entre as poucas informações que circulam a respeito deles está a de que devoram todo tipo de livro, de tratados filosóficos a histórias em quadrinhos.

Talvez por isso, o filme tem ligações com muitas tecnologias e previsões feitas hoje pelos cientistas, além de citações a várias obras literárias. Os pequenos detalhes escondidos nas cenas do filme foram um dos principais fatores que levaram o DVD a bater recordes - os fãs assistiam dezenas de vezes para perceber, por exemplo, que os objetos são predominantemente verdes no mundo da simulação e azuis na realidade. No entanto, a área de onde os diretores mais tiraram citações, nomes e referências foi o campo das religiões.

SUPERINTERESSANTE
Maio - 2003 - edição 188
págs. 38-40

quinta-feira, 8 de março de 2012

XCIII


SE ALGUMA VEZ teu peito se detém,
se algo deixa de andar ardendo por tuas veias,
se tua voz em tua boca se vai sem ser palavra,
se tuas mãos se esquecem de voar e dormem,

Matilde, amor, deixa teus lábios entreabertos
porque esse último beijo deve durar comigo,
deve ficar imóvel para sempre em tua boca
para que assim também me acompanhe em minha morte.

Morrerei beijando tua boca fria,
abraçando o cacho perdido de teu corpo,
e buscando a luz de teus olhos fechados.

E assim quando a terra receber nosso abraço
iremos confundidos numa única morte
a viver para sempre de um beijo a eternidade.


Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Noite

L&PM Pocket
julho de 2011

LADY ANTEBELLUM - NEED YOU NOW

08 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Mulheres

Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao médico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversário ou um novo casamento.

Pablo Neruda

HERÓIS RENASCEM: O RETORNO 4

Heroes Reborn: The Return 4-B
Comic Book by Marvel, Dec 1997

PARTE FINAL
A ESCAPADA
Heroes Return: The Return, Part 4 of 4


Peter David - Roteiro
Salvador Larroca - Desenhos
Art Thibert - Arte-final
Steve Buccellato e Mad Science Media - Cores
Jotapê - Tradução
Lilian Mitsunaga & Comicraft - Letras

Co-criação:
Kurt Busiek - Joe Kelly - Tom de Falco - Jorge Gonzalez - Peter David - Todd DeZago - Larry Hama - Klaus Janson - Scott Lobdell - Ben Raab - Ralph Macchio - Howard Mackie - Terry Kavanagh - Chris Claremont - John Francis Moore - James Robinson - Steve Seagle - Mark Waid - John Romita Sr.

Editora Abril
Mini-Série Semanal em 4 Edições
Dezembro de 1999
R$ 3,00

ELEKTRA: REINADO SOMBRIO

Dark Reign: Elektra 1-B
Comic Book by Marvel, May 2009

A invasão Skrull terminou e a ninja assassina mais perigosa do mundo está de volta à Terra. Após ser alvo de diversos experimentos dos alienígenas, Elektra é perseguida pelas autoridades terrestres para passar por uma bateria de testes. E com a nomeação de Norman Osborn como diretor do MARTELO, esses procedimentos não serão nada agradáveis.

UNIVERSO MARVEL 1
MAIO/2010
Panini Comics

CASA DOS MISTÉRIOS

House of Mystery (2008) 1-B
Comic Book by Vertigo, Jul 2008

Considerada por muitos como a série que plantou as sementes do selo Vertigo, Casa dos Mistérios foi uma escolha fácil para compor o mix de nossa revista mensal. Contando com ninguém menos que Karen Berger - a mente por trás da Vertigo e editora da Casa dos Mistérios original - em sua equipe criativa, o título busca resgatar o antigo clima das histórias de terror.

E Bill Willingham e Matthew Sturges serão nossos anfitriões nessa fantástica aventura. Seja bem-vindo, a casa é sua!

VERTIGO 5
MARÇO/2010
Panini Comics