domingo, 22 de dezembro de 2013

ONTEM & HOJE

A Era de Ouro não foi exatamente uma pepita de 14 quilates em termos de qualidade - confira aqui alguns dos mais sórdidos segredos do passado de nossos heróis favoritos

Action Comics (1938) 58-A
Comic Book by DC
Mar 1943

Com todos os palavrões, matanças e erotismo nos quadrinhos atuais, o que realmente precisamos é retornar aos tempos dos gibis inocentes e saudáveis da Era de Ouro, certo?

Errado! Os quadrinhos da Era de Ouro ofenderiam as delicadas sensibilidades da geração que cresceu assistindo à seriados como Nova York Contra o Crime e outros filmes sangrentos e violentos. As HQs dos anos 40 foram verdadeiros focos de "terrorismo". Onde mais a não ser nos gibis dessa época podemos encontrar ícones amados como o Superman, Capitão América e a Mulher-Maravilha matando impunemente, jogando com horríveis estereótipos étnicos e lidando com chocantes fantasias de dominação?

Prepare-se. Você ficará surpreso em ver como alguns de seus personagens preferidos mudaram nos últimos 60 anos (espere aí, o Demolidor ainda atira bumerangue?). E não se esqueça de comprar bônus de guerra, ou os nazistas imundos vencerão a parada!

SUPERMAN

ONTEM:
Em defesa da verdade, da justiça e do modo de vida americano? É melhor que seja! Nos tempos da Era de Ouro, "politicamente correto" era uma expressão sem sentido, e era perfeitamente aceitável que o Super colaborasse com o esforço de guerra pedindo aos garotos para "esbofetearem um japa" (Action Comics 58). Até mesmo a independente e séria repórter Lois Lane podia ser vista preparando "superdoces", numa tentativa de conquistar o coração do Homem de Aço (Superman 15). No entanto, não era de admirar que a paixão de Lois pelo Superman não se estendia a seu comportado alter ego. Quando o herói não conseguiu impedir que um mulher inocente morresse, em Action Comics 30, Clark aproveitou isso para ridicularizar seu rival em troca da afeição de sua colega de redação, dizendo: "Desculpe, mas é impossível não rir". Isso porque os dois são a mesma pessoa e uma pessoa havia morrido! Nossa!

HOJE:
Talvez por ser um estranho à nossa sociedade, não se vê mais o Super se envolvendo em questões raciais como outrora. Embora tenha adquirido a habilidade de voar só depois da Era de Ouro (quando conseguia apenas dar saltos de longa distância), ele parece ter perdido muitas das capacidades que manifestava só porque eram convenientes para a época, como hipnose, memória fotográfica e o pode de inventar uma "Pistola de Raios Krypto", que podia tirar fotos, revelá-las e projetá-las numa parede. Te cuida, Reed Richards!

Por Justin Aclin

WIZARD BRASIL #12 - Ano 1 - Setembro de 2004 - Panini Comics.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O QUE ACONTECERIA SE A FÊNIX NÃO TIVESSE MORRIDO?

What If? 27-A
Comic Book by Marvel
Jul 1981

(What if vol. 1 #27; no Brasil, Superaventuras Marvel #37, Abril)

EQUIPE DE CRIAÇÃO:
Mary Jo Dufty (roteiro) e
Jerry Bingham (desenhos)

A HISTÓRIA:
Mesmo em dimensões alternativas, a Fênix não consegue ficar morta.

Enlouquecida de tanto poder, Jean Grey havia se transformado na devastadora Fênix Negra e aniquilou um sistema solar habitado. No entanto, em vez de se sacrificar para impedir o retorno da entidade, como fez na clássica edição de Uncanny X-Men 137 (no Brasil, Grandes Heróis Marvel vol. 1 #7, Abril), esta aventura alternativa mostra Grey sendo lobotomizada e desprovida de poderes pelo Império Shiar.

De volta à Terra, ela se torna um incômodo para seus companheiros. Mas quando o Professor X recebe um sinal de socorro - um planeta do Império Shiar está sob ataque de Galactus -, a entidade Fênix reemerge dentro de Grey, e a leva a salvar seus amigos de Terrax e a enfrentar o quase onipotente Devorador de Mundos.

Mas nem tudo são rosas para os X-Men. Embora a equipe seja praticamente invencível com a ajuda do poder da Fênix, a Garota Marvel luta para impedir que seu lado negro assuma o controle; e a cada dia que passa ela fica mais faminta.

Para se saciar, a Fênix voa para o espaço e suga a energia de um sistema solar desabitado. Quando retorna, é confrontada por Kitty Pryde. A heroína precoce a avisa que o grupo não permitirá que a entidade se alimente de novo.

Irada, os olhos de Fênix se inflamam e a aura do pássaro de fogo surge à sua volta no momento em que ela finalmente sucumbe à Fênix Negra.

"Vocês não vão me... deixar? Eu sou a Fênix! O poder encarnado! Vocês não são nada!"

Com um simples aceno de mão, Kitty é reduzida a uma pilha de cinzas. E, quando os X-Men remanescentes cercam sua inimiga revivida, uma questão sinistra paira sobre eles: haverá algo capaz de detê-la?

Por Alex Segura Jr.

WIZARD BRASIL # 17 - Ano 2 - Fevereiro de 2005 - Panini Comics.

A PRECURSORA CORROMPIDA

Crisis On Infinite Earths 1, página 19

Precursora (Harbinger)

WOLFMAN: Com relação aos Demônios das Sombras, francamente, nós precisávamos de algo em que os personagens pudessem bater e sabíamos que os principais vilões só iriam dar as caras mais tarde na história.

PÉREZ: Tudo o que o argumento dizia era "Demônios das Sombras". Então, pensei imediatamente no Ladrão das Sombras e numa simples silhueta negra, mas fazendo o contorno parecer com o Monitor. Agradeço a Marv por ter me dado vilões fáceis de desenhar.

WOLFMAN: Conceitualmente falando, fazer a Precursora ser corrompida por um Demônio das Sombras na primeira edição foi outro jeito de complicar as coisas para os heróis. O principal cara tentando salvar os outros está indefeso de várias maneiras, e seu segundo em comando passa para o lado do inimigo logo de cara?

PÉREZ: Eu mesmo arte-finalizei o quadrinho em que a Precursora é possuída, porque nessa altura não tinha como traduzir o que queria apenas no traço.

Por Ben Morse

WIZARD BRASIL #27 - ANO 3 - Dezembro de 2005 - Panini Comics.

INÍCIO COM LOBISOMENS E KUNG FU

Creatures on the Loose 35-A
Comic Book by Marvel
May 1975

A carreira de Pérez nas HQs começou, como a de muitos desenhistas, no universo dos fanzines. Um dia, o artista reuniu várias amostras de seu trabalho e foi à primeira convenção de Jornada nas Estrelas dos Estados Unidos, para contatar editores dessas revistas feitas por fãs.

Apesar da recepção um tanto fria - seu traço não era, nem de perto, tão formidável quanto é hoje -, conseguiu a chance de colaborar em fanzines com alguns artistas e editores famosos no início dos anos 70.

Um desses nomes era Sal Quartuccio, editor do fanzine Phase, que apresentou Pérez a Rich Buckler, desenhista da Marvel. Na época, Pérez já vira seu trabalho recusado pela DC inúmeras vezes e estava trabalhando como caixa de banco. Portanto, quando Buckler convidou Pérez para ser seu assistente na Marvel, o jovem agarrou a oportunidade sem hesitar. Buckler conseguiu que Pérez desenhasse uma história de duas páginas na edição 25 de Astonishing Tales, lançada em agosto de 1974. Foi o primeiro trabalho profissional do garoto de origem porto-riquenha.

Após um ou outro trabalho menor, Pérez desenhou histórias de Lobisomem entre os números 33 a 37 de Creatures on the Loose, começando em janeiro de 1975. Ao mesmo tempo, ilustrou a série Os Filhos do Tigre na revista Deadly Hands of Kung Fu 6. Ele trabalharia de forma irregular na revista até a edição 24, de maio de 1976, e criaria, ao lado do roteirista Bill Mantlo, o personagem Tigre Branco, que teria vida longa na Marvel.

Por Maurício Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #10 - Maio/Junho de 2008 - Editora Europa.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A DÉCADA DO SUCESSO

Após uma bem-sucedida reformulação, os Titãs se tornaram o grupo mais popular da DC nos anos 80

Por André Morelli

UM NOVO COMEÇO

Em 1979, a pedido do amigo Len Wein, o roteirista Marv Wolfman trocou a Marvel Comics pela DC. Ao chegar na editora, ambos lembraram seu primeiro trabalho profissional, o número 18 de Teen Titans (1968), revista cancelada desde 1978. Daí surgiu a ideia de trazer os Titãs de volta, com Wein como editor e Wolfman nos roteiros. Juntou-se à equipe o desenhista George Pérez, um grande fã da Turma Titã original.

Teen Titans (1966) 18-A
Comic Book by DC
Dec 1968

Para não repetir os erros do passado foi adotada uma nova estratégia em que só os principais heróis clássicos - Robin, Kid Flash e Moça Maravilha - ficaram no grupo, ao lado dos novos, como Ciborg (Victor Stone, um jovem negro que teve partes do corpo substituídas por membros mecânicos), Estelar (Koriander, uma princesa alienígena com poderes baseados na energia solar) e a misteriosa Ravena (a filha de uma humana com um demônio). Completando a equipe, foi incluído o Rapaz-Fera (Garfield Logan), um garoto que podia se transformar em qualquer animal e já tinha feito aparições na antiga Turma Titã. Ravena e o Rapaz-Fera - que mudou seu nome para Mutano - foram sugestões de Wein, que queria um membro místico e outro mais jovem na equipe.

The New Teen Titans (1980) 1-A
Comic Book by DC
Nov 1980

O projeto agradou tanto aos diretores da DC que, para divulgar o novo título, foi criada uma história bônus da revista DC Comics Presents 26, de 1980. Um mês depois, chegava às bancas The New Teen Titans 1, que logo se tornou um sucesso, em histórias repletas de ação e grande carga emocional, graças às fortes caracterizações de Wolfman e à arte vibrante de Pérez.

DC Comics Presents (1978) 26-A
Comic Book by DC
Oct 1980

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 12 - Setembro/Outubro de 2008 - Editora Europa.

UM NOVO UNIFORME

Daredevil (1964) 334-A
Comic Book by Marvel
Nov 1994

No período em que a revista foi escrita por Dan G. Chichester, Matt Murdock retorna a Nova York e resolve simular a própria morte para que o Rei do Crime não volte a importuná-lo. Assim, assume a identidade de Jack Gladiador e passa a trabalhar em pequenos estabelecimentos da Cozinha do Inferno lavando pratos. Com Murdock fora de cena, seu alter-ego Demolidor também sumiu por um tempo. Mas para continuar a farsa de sua morte e ainda atuar nas ruas do violento bairro sem despertar desconfiança no Rei, Murdock adotou um novo uniforme - o terceiro da sua carreira - na edição 321 de Daredevil (outubro de 1993). Nos meses seguintes, se envolveu com espionagem, testemunhou a volta da sua amada Elektra e ainda conseguiu destroçar o império criminoso do Rei. Só então retornou à sua verdadeira identidade, com o clássico uniforme vermelho.

Por Kildare Ferreira de Almeida

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 13 - Novembro/Dezembro de 2008 - Editora Europa.

O OUTRO TOCHA HUMANA

Fantastic Four Annual 4-A
Comic Book by Marvel
Nov 1966

No quarto anual do Quarteto Fantástico, lançado em novembro de 1966, Stan Lee atendeu a uma outra solicitação dos fãs e trouxe de volta à vida o Tocha Humana original, o androide flamejante criado por Carl Burgos para a revista Marvel Comics 1, lançada em outubro de 1939, e que tinha sido a inspiração óbvia para a criação do Tocha da super família. Na história, de Lee e Kirby, o Tocha original é encontrado e reativado pelo vilão Pensador Louco para enfrentar o Quarteto. Desenhado e colorido para ter, quando em chamas, uma aparência diferente do visual de Johnny Storm, o androide tenta levar a cabo sua missão, mas acaba revoltando-se contra o Pensador e é "morto" novamente em menos de 20 páginas. O personagem era um bom chamariz para vender uma única revista, mas Lee deve ter achado que ter dois Tochas à solta pelo Universo Marvel seria confuso demais para os leitores. Anos depois, o personagem voltaria a fazer aparições esporádicas nas revistas da editora.

Por Maurício Muniz

Marvel Comics # 1
November 10, 1939

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #14 - Janeiro/Fevereiro de 2009 - Editora Europa

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

MUNDOS FANTÁSTICOS


Ao misturar os estilos de Jack Kirby e de pintores renascentistas, o inglês Barry Windor-Smith criou uma infinidade de mundos fantásticos

Por Maurício Muniz

No mercado de quadrinhos o nome Barry Windsor-Smith é sempre relacionado à sofisticação. Mesmo que sua produção não seja das mais proliferas, por onde passa, o artista deixa sua marca em HQs muito cultuadas pelos fãs.

Nascido próximo à cidade de Londres, na região operária de Forest Gate, em 25 de maio de 1949, desde a infância Windsor-Smith mostrou inclinação às artes e seus pais o incentivaram a estudar. Passou três anos no East Ham Technical College, onde formou-se aos 18 anos em Design Industrial e Ilustração. Após ter lecionado desenho por um tempo na East Ham, o jovem artista sentiu-se preparado para trabalhar na área de quadrinhos, uma de suas paixões.

Windsor-Smith era fascinado pelo universo dos super-heróis. Entre seus artistas favoritos estavam Gil Kane, Carmine Infantino e Jack Kirby. O sonho de Windsor-Smith era seguir o mesmo caminho de seus ídolos.

Na década de 60, a editora Odhams republicava na Inglaterra, em preto e branco, vários títulos da Marvel. E foi à Odhams, em 1967, que o desenhista ofereceu seus trabalhos. Como era proibido à editora inglesa criar histórias com os personagens Marvel, Windsor-Smith teve que contentar-se em desenhar pin-ups dos heróis para as revistas Terrific e Fantastic. Mas logo aquilo seria muito pouco para alguém tão criativo, que ansiava por criar suas próprias histórias...

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #16 - Maio/Junho de 2009 - Editora Europa.

1968: COADJUVANTE DE DESTAQUE

Miss Marvel

Alcoólatra e vítima de abusos, Carol Danvers teve uma árdua trajetória até provar seu valor. Conheça a vida da heroína que se tornou exemplo de superação

Marvel Super-Heroes (1967) 13-A
Comic Book by Marvel
Mar 1968

A ex-major da Força Aérea Carol Danvers (Carol Susan Jane Danvers) estreia na revista Marvel Super Heroes 13 como Chefe da Nasa, numa HQ com texto de Roy Thomas e arte de Gene Colan. Mesmo sem poderes, Carol aparece em várias edições da série mensal Captain Marvel e até engata um romance com o herói alienígena protagonista do título. Mas, após ser salva pelo Capitão Marvel de uma explosão no número 18, de 1969, as aparições de Danvers começam a rarear, e ela cai no esquecimento.

Captain Marvel (1968) 18-A
Comic Book by Marvel
Nov 1969

Por Clayton Godinho

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #45 - Julho de 2013 - Editora Europa.

DETALHES DA TRAMA


O Homem de Aço começa em Krypton, planeta natal de uma antiga raça que domina alta tecnologia. Após usarem os recursos naturais do planeta à exaustão, os kryptonianos abalaram a própria estrutura do planeta, que está próximo de explodir. Além disso, o planeta passa por uma guerra civil e o cientista Jor-El (Russell Crowe), ciente de que Krypton corre perigo, resolve enviar seu filho para à Terra, que já foi visitada por seu povo antes.

O pequeno Kal-El é especial: ele não foi criado por manipulação genética como todos os kryptonianos, é a primeira criança gerada por métodos naturais no planeta em milhares de anos. Jor-El tem um inimigo, o belicoso General Zod (Michael Shannon, um pouco careteiro e histriônico), que almeja dominar o planeta e destruir o conselho kryptoniano para impedir que continuem a abusar do planeta. Mas Zod também é a favor da eliminação de kryptonianos que considera inferiores, e após um confronto entre ele e Jor-El, o militar e seus seguidores são enviados a uma nave-prisão.

Porém, quando Krypton é inevitavelmente destruído, os controles automáticos da nave libertam os prisioneiros, e o grupo sai pelo espaço em busca do filho de seu inimigo e da matriz genética que acreditam estar com o menino e que poderia restaurar a linhagem dos kryptonianos. Todo o prólogo passado no planeta natal do herói é quase um filme dentro do filme, um épico de ficção científica e muita ação com cenários, equipamentos e animais fantásticos. É a primeira vez no cinema (e talvez mesmo nos quadrinhos) que Krypton é mostrado de maneira tão interessante e dinâmica. E a maior surpresa é a representação de Jor-El, que assume o papel do herói destemido que corre tremendos riscos para salvar seu filho e deter Zod.

Paralelo a isso, o bebê Kal-El chega à Terra e é encontrado pelos Kent, Jonathan (Kevin Costner) e Martha (Diane Lane), que decidem manter segredo sobre a origem do menino, batizado como Clark. À medida que cresce, Clark começa a notar que é dono de estranhos poderes e fica confuso sobre sua identidade. Os pais revelam que ele veio do espaço, e Clark, já adulto (Henry Cavill), resolve sair pelo mundo em uma jornada de autoconhecimento para entender sua origem e seus poderes.


Em suas viagens, realiza grandes feitos para ajudar pessoas em perigo e via ao Ártico quando descobre que uma possível nave alienígena foi encontrada sob o gelo pelos militares. A descoberta também é investigada pela jornalista Lois Lane (Amy Adams), que numa noite percebe um homem que anda sozinho pelas paisagens e o segue. Lois acaba testemunhando o primeiro contato de Clark com essa nave deixada pelos kryptonianos na Terra e é salva por ele quando entra em contato com o sistema de segurança do veículo.

A jornalista tenta publicar a reportagem sobre o estranho que a salva, mas não consegue dados suficientes para convencer seu editor Perry White (Laurence Fishburne). Obcecada pelo assunto, Lois continua suas pesquisas para descobrir o paradeiro e a história de seu misterioso salvador.

Após anos no espaço, Zod descobre que Kal-El está na Terra. Logo, o General e seus seguidores, entre os quais a cruel Faora, chegam ao nosso planeta e lançam um ultimato a todo o planeta, exigindo que Kal-El seja entregue a ele - há inclusive uma versão da mensagem em português - ou ele lançará um ataque de grandes proporções.


A essa altura, o rapaz já entrou em contato com um holograma de seu pai e descobriu tudo sobre sua herança e história pregressa. Ciente da tensão enfrentada pelo mundo frente à ameaça de Zod, Kal-El veste um traje kryptoniano de batalha e deixa-se prender pelo exército terrestre para mostrar que está do lado da humanidade. Os militares chegam à conclusão de que a melhor opção é que o rapaz se entregue a Zod.

Kal-El concorda e logo é aprisionado na nave do tirano, que tem sobre ele o efeito da famosa kryptonita, já que a atmosfera interna reproduz as condições de seu planeta natal, tirando seus poderes. Na nave, o herói finalmente descobre a verdadeira intenção de Zod, algo que poderá causar a extinção da humanidade. A partir daí, começa um confronto devastador do Homem de Aço contra os invasores kryptonianos.

Por Mauricio Muniz, 
com colaboração de 
Eduardo Marchiori e Gustavo Vicola

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #44 - Junho de 2013 - Editora Europa.

BONECOS

Figura THE ART OF SPAWN - WANDA
Spawn Série 27
Mcfarlane Toys
Imagem: www.limitededition.com.br

Em 1994, Todd McFarlane fundou a Todd Toys, empresa especializada em bonecos e action-figures. Porém, devido a problemas de licenciamento com a Mattel, outra empresa de brinquedos, o desenhista mudou para McFarlane Toys. A principal característica dos brinquedos da McFarlane é o visual hiper-realista. Inicialmente a McFarlane Toys produzia somente figuras relacionadas com a série Spawn. Mas, com o tempo, adquiriu licenças de outros personagens, não só dos quadrinhos, mas também de filmes, desenhos animados e até músicos famosos, como Ozzy Osbourne e os Beatles. McFarlane conta ainda com o licenciamento das quatro principais ligas esportivas de seu país - hóquei, beisebol, basquete e futebol americano - para a produção de bonecos dos jogadores. Hoje, a empresa está entre as cinco maiores indústrias de brinquedos e action-figures dos Estados Unidos.

Por Adriano de Paula Macedo, Fransérgio Rodrigues e André Morelli 

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #8 - Janeiro/Fevereiro de 2008 - Editora Europa.

BYRNE NA CHARLTON

O primeiro trabalho profissional de Byrne foi uma história de duas páginas para a revista de terror Nightmare 20, da Skywald Publications, em agosto de 1974. Em seguida, criou para a editora Charlton Comics uma série de aventuras curtas do robô Rog-2000, personagem concebido anos antes para um fanzine dos seus amigos - e também futuros quadrinhistas - Bob Layton e Roger Stern. O editor da Charlton, Nicola Cuti, gostou do personagem e convidou Byrne a desenhar histórias com ele para complementar a revista do super-herói E-Man, maior sucesso da editora na época. O próprio Cuti escrevia as aventuras de Rog-2000.

Doomsday + 1 (1975) 1-A
Comic Book by Charlton
Jul 1975

A seguir, Byrne desenhou para a Charlton adaptações de três programas de TV famosos: as séries Emergência e Espaço: 1999 e o desenho Carangos e Motocas. Ao lado de Joe Gill, idealizador do Capitão Átomo, Byrne criou a série Doomsday + 1, sobre um grupo de sobreviventes de um ataque atômico a Nova York.

Por Maurício Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #7 - Novembro/Dezembro de 2007 - Editora Europa.

HOMEM-ARANHA (PETER PARKER)

Aliados

Pelas páginas da revista do Quarteto já passaram quase todos os personagens da Marvel. Alguns se tornaram grandes amigos da equipe

Por André Morelli

The Amazing Spider-Man (1963) 1-A
Comic Book by Marvel
Mar 1963

Apesar da estreia em Amazing Spider-Man 15, de 1962, o Aranha só ganhou revista própria quase um anos depois, numa história em que tentava invadir a sede do Quarteto para se oferecer como um quinto membro. O herói aracnídeo pensava que poderia ganhar uma parte do dinheiro que o Quarteto conseguiu graças aos inventos de Reed Richards. Além de não ser aceito na equipe, ainda levou o maior sermão do Senhor Fantástico sobre como um herói deve agir.

Depois desse começo atrapalhado, muitas histórias passaram a explorar uma certa antipatia entre o Homem-Aranha e o Tocha Humana. Ambos tinham a mesma idade, mas levavam vidas opostas: enquanto o Johnny Storm vivia cercado de garotas e tinha fama, Peter Parker era o nerd solitário, azarado e sem dinheiro. Mas com o tempo essa implicância se transformou numa grande amizade.

Entre as histórias que o Aranha viveu ao lado do Quarteto, destacam-se a criação do Aranhamóvel, o estranho buggy contruído pelo Tocha nos anos 70, e o final da saga do uniforme negro na década de 80, quando a criatura simbionte foi detida e aprisionada por Reed Richards.

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #5 - Junho/Julho de 2007 - Editora Europa.

17. CHACAL, O GRANDE VILÃO DOS ANOS 70

Na mesma HQ de estreia do Justiceiro, os leitores tiveram contato com a sinistra figura do Chacal. A partir da morte do Duende Verde, ele se tornou o principal vilão do Aranha no período. Posteriormente, o Chacal teve sua identidade revelada: ele era Miles Warren, biólogo que trabalhava como professor na mesma universidade de Peter Parker e Gwen Stacy. Apaixonado secretamente por Gwen, o professor culpou o Aranha por sua morte e concentrou seus esforços em destruir o herói e produzir um clone de sua amada, baseado nas amostras de sangue que ele havia retirado de seus alunos. Foi a amostra de sangue de Parker que permitiu ao desequilibrado vilão criar o clone do Homem-Aranha, que tanta confusão provocaria na cronologia do Cabeça-de-Teia ao longo da década de 90. Escrita por Gerry Conway e ilustrada por Ross Andru, a fase dos clones do Chacal foi originalmente publicada em Amazing Spider-Man 144 a 151 (maio a dezembro de 1975).

The Amazing Spider-Man (1963) 144-A
Comic Book by Marvel
May 1975

The Amazing Spider-Man (1963) 145-A
Comic Book by Marvel
Jun 1975

The Amazing Spider-Man (1963) 146-A
Comic Book by Marvel
Jul 1975

The Amazing Spider-Man (1963) 147-A
Comic Book by Marvel
Aug 1975

The Amazing Spider-Man (1963) 148-A
Comic Book by Marvel
Sep 1975

The Amazing Spider-Man (1963) 149-A
Comic Book by Marvel
Oct 1975

The Amazing Spider-Man (1963) 150-A
Comic Book by Marvel
Nov 1975

Amazing Spider-Man (1963) 151-A
Comic Book by Marvel
Dec 1975

Por José Salles e André Morelli

No Brasil:

Homem-Aranha 30 a 32 (RGE, junho a agosto de 1981) e
A Teia do Aranha 29 a 31 (Ed. Abril, fevereiro a abril de 1992),
Origens dos Super-Heróis Marvel 6 (Ed. Abril, julho de 1997).

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #9 - Março/Abril de 2008 - Editora Europa.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

OUTROS CAPITÃES AMÉRICA

Essas HQs dos anos 1950 futuramente criaram um problema na cronologia adotada pela Marvel, que havia estabelecido que o Capitão saiu da ativa em 1945. Para explicar as histórias dessa fase, os escritores criaram retcons - fatos extras no passado de um personagem - para mostrar que inúmeras pessoas assumiram a identidade do Capitão América após seu desaparecimento dias antes do final da Segunda Guerra.

Patriota (Jeffrey Mace)
Imagem: www.marvel616.com

Na trama, a pedido do presidente Truman, um segundo homem usou o uniforme do Capitão em 1945: era William Naslund, herói conhecido como Espírito de 76. A ideia era manter o moral do exército, que poderia ficar abatido ao saber da morte do Capitão América original. Naslund desempenhou bem sua tarefa mas morreu em 1946, combatendo o robô Adam II. O terceiro Capitão foi o herói Jeffrey Mace, anteriormente conhecido como Patriota. Ele agiu até 1949, quando se aposentou como super-herói. Mace morreu de câncer alguns anos atrás.

O quarto Capitão América - aquele que agiu durante os anos 1950 - foi um professor anônimo, que era tão fã do Capitão que descobriu sua identidade e fez operações plásticas para ficar parecido com Steve Rogers. Ele conseguiu uma versão do Soro do Supersoldado criada pelos nazistas e até arranjou um garoto, Jack Monroe, para agir como Bucky. Mas esse Capitão não sabia do segundo ingrediente do Soro: os Raios Vita. O uso do Soro sozinho transformou esse Capitão em um paranoico, mantido em animação suspensa pelo governo. Recentemente, ele foi descongelado pelo Caveira Vermelha e combateu o Capitão América atual, James Barnes.

Por Antônio Santos

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #17 -  Julho/Agosto de 2009 - Editora Europa.

ATTUMA

Fantastic Four (1961) 33-A
Comic Book by Marvel
Dec 1964

1st appearance of Attuma

Inimigo de Namor e de toda a raça humana, Attuma já enfrentou vários heróis como Homem de Ferro, Quarteto Fantástico e Homem-Aranha. O vilão foi criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1964 em Fantastic Four 33, quando tentou invadir o reino de Atlântida. Alertado por Lady Dorma, a amada de Namor, o Quarteto Fantástico secretamente ajudou o Príncipe Submarino - então um inimigo do grupo - e garantiu sua vitória. Tempos depois, quando Namor abdicou à coroa, Attuma pôs fim a uma guerra civil em Atlântida e tornou-se soberano do reino. Nesse período, comandou uma frustrada invasão à superfície no arco de histórias Ataques Atlantes, lançado em 1989. Assim como o povo de Atlântida, Attuma descende dos Homo mermanus, um ramo da humanidade que evoluiu sob os oceanos.

Por Jota Silvestre

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #18 - Setembro/Outubro de 2009 - Editora Europa.

ARMAS

Adventure Comics (1938) 256-A
Comic Book by DC
Jan 1959

Green Arrow in "The Green Arrow's First Case"
A re-telling of the origin of Green Arrow. Oliver Queen is marooned on Starfish Island, where he hones his skills as an archer and develops trick arrows.


A única arma do Arqueiro Verde é seu arco e flecha, que ele nunca usa de forma letal. Aliás, o herói conta com um arsenal de "flechas especiais" como flecha-rede, flecha-soco e flecha-bomba, entre outras. A flecha-corda apareceu já nas primeiras aventuras do herói, na década de 1940. Quando a origem do Arqueiro Verde foi recontada em Adventure Comics 256 (1959), foi mostrado como ele inventou a flecha-corda, a flecha-rede e a flecha-broca para sobreviver na ilha deserta. Uma versão recente dessa história, apresentada na minissérie The Wonder Year (1993), revelou que a ideia da flecha-soco surgiu quando o Arqueiro alvejou um bandido com uma bola de golfe que ele esqueceu presa na ponta da flecha durante uma sessão de treinamento.

Por Jota Silvestre

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #19 - Novembro/Dezembro de 2009 - Editora Europa.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ANÉIS


A famosa marca da caveira surgiu numa HQ desenhada por Ray Moore. Era um anel usado na mão direita que, num soco, "tatuava" a caveira nos bandidos, que ficavam com ela por toda vida.

Numa história de 1947, uma mulher recebe do Fantasma a marca da caveira na palma da mão, desta vez como símbolo de proteção. Só que aí começou a confusão: afinal, a marca da caveira servia para marcar os maus ou proteger os bons? Foi aí que Falk começou a bolar uma marca diferente para "paz e proteção". Assim, na história The Carlyle's good mark, desenhada por Wilson McCoy, surgiu a boa marca, com dois sabres cruzados, que era usada no pescoço, como cordão. O fato é que toda pessoa que recebe a boa marca tem a proteção do Fantasma pelo resto da vida, assim como seus familiares. A boa marca também é usada em um anel na mão esquerda do Fantasma.

Por Antônio Luiz Ribeiro

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #20 - Janeiro/Fevereiro de 2010 - Editora Europa.

PARCEIROS ESPACIAIS

Outros membros da Tropa também ganharam destaque e se tornaram importantes nas HQs

Por Eduardo Marchiori

SALAAK

Originário do planeta Slyggia, situado no setor 1418, Salaak é o guardião do Livro de Oa e responsável por aplicar as leis e punições aos Lanternas Verdes infratores. Esse fato, somado à sua personalidade solitária, faz com que não seja visto com muita simpatia pelos seus companheiros de Tropa. Apesar disso, é um excelente conselheiro e possui muita experiência de combate.

No início, desconfiou da capacidade de Hal Jordan, mas depois reconheceu o potencial do herói e se tornou um de seus grandes amigos. Tanto que, quando os Guardiões dissolveram a Tropa após a Crise nas Infinitas Terras, Salaak veio para a Terra e agiu por um tempo em nosso planeta, ao lado de Jordan, John Stewart, Kilowog, C'hip, Arísia e Katma-Tui.

Quando a Tropa da Terra se dissolveu, Salaak viajou até o século 58 e lá conheceu Iona Vane, com quem se casou. Por ser o guardião do Livro de Oa, tomou conhecimento das profecias sobre a Noite mais Densa, fato que o deixou bastante preocupado e ainda mais isolado. Tais conhecimentos serão imprescindíveis quando a crise chegar.

//FICHA TÉCNICA

Criação: Marv Wolfman e Joe Staton
Primeira aparição: Green Lantern (vol. 2) 149 (1982)
Planeta de Origem: Slyggia
Altura: 2,11 m
Peso: 94 Kg
Aparência: reptiliana, com quatro braços e pele purpura
Olhos: brancos
Cabelos: não tem

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #21 - Abril/Maio de 2010 - Editora Europa.

O REI DA ARTE FANTÁSTICA

Frazetta foi o mais famoso desenhista do estilo "espada e feitiçaria". Sua arte influenciou muitas gerações

Por André Morelli

Com a recente morte de Frank Frazetta, o mundo das artes gráficas perdeu um de seus mais importantes artistas. Com mais de 60 anos de uma carreira em que produziu tiras de jornal, quadrinhos de todos os tipos, uma variedade de pinturas para diferentes mídias e até uma animação longa-metragem - Fire and Ice, de 1983 -, Frazetta se tornou um dos ilustradores mais influentes do século 20.


Apesar de atuar como desenhista desde 1944, quando trabalhou ao lado de artistas como Al Capp (Ferdinando) e Dan Barry (Flash Gordon), a carreira de Frazetta ganhou novo rumo em 1963, quando iniciou a histórica série de capas para livros de aventura e fantasia, como John Carter de Marte, Tarzan e Conan, o Bárbaro. O traço realista, a técnica impecável de pintura, as mulheres sensuais e as cenas de batalha criadas por Frazetta ajudaram a definir o gênero e até hoje servem de inspiração de inspiração para todo ilustrador que se aventure pelo estilo que ficou conhecido como "espada e feitiçaria".


O trabalho de Frazetta já foi reproduzido também em capaz de discos de diversos artistas de metal e hard rock, como Nazareth, Molly Hatchet, Dust, Yngwie Malmsteen e Wolfmother. Fora os cartazes para filmes de Hollywood, como Rota Suicida (1977) e Um Drink no Inferno (1996).


Frazetta também é lembrado por sua passagem pela Warren Publishing, onde criou diversas capas para as revistas de terror Creep e Eerie, além de ter contribuído na criação de Vampirella, a mais famosa personagem da editora. Em 2003, foi lançado Frazetta: Paintings With Fire, documentário que aborda a carreira do artista e seu processo de criação.

Nos últimos anos, Frazetta enfrentou diversos problemas de saúde, incluindo um derrame que prejudicou os movimentos de seu braço direito. Mas nem isso o impediu de continuar produzindo: o veterano ilustrador passou a desenhar e pintar com a mão esquerda.

Em 2009, ganhou destaque na mídia a tentativa de roubo de cerca de 90 obras do artista, instaladas no Frazetta Art Museum, na Pensilvânia. Para surpresa da polícia, o autor do roubo foi Alfonso Frank Frazetta, um dos filhos do ilustrador. O crime está relacionado à disputa que os filhos de Frazetta vem travando pelas pinturas do pai, que a cada ano atingem valores mais altos no mercado de colecionadores. Para se ter ideia da atual valorização do artista, as pinturas envolvidas no incidente estão avaliadas em 20 milhões de dólares e meses antes da tentativa de roubo, a venda de uma única pintura de Frazetta em um leilão atingiu a impressionante quantia de 1 milhão de dólares.


A obra em questão é Conan the Conqueror, pintura feita em 1967 para a editora Lancer. Frazetta morreu no dia 11 de maio de 2010 aos 82 anos.

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #22 - Julho/Agosto de 2010 - Editora Europa.

A PARTIR DE 1940, A DC EXPANDE SEU UNIVERSO DE HERÓIS COM MUITOS LANÇAMENTOS


Eis alguns:

A editora All American, coligada à DC, lançou em janeiro de 1940 a primeira edição de Flash Comics, revista que apresentou dois personagens que entraram para o panteão das grandes criações dos gibis: Flash e o Gavião Negro - ambos criados por Gardner Fox, que se tornaria um dos principais nomes na história da DC.

O Flash era Jay Garrick, ex-jogador de futebol que se tornou cientista. Após inalar acidentalmente um liquido experimental, ganhou supervelocidade e a capacidade de vibrar suas moléculas para atravessar objetos sólidos. Também passou a envelhecer muito lentamente, algo muito útil nos 70 anos seguintes de cronologia da editora, já que ainda aparece relativamente jovem. Traduzido como Joel Ciclone no Brasil, o personagem alcançou enorme sucesso nas bancas.


Numa história secundária da mesma Flash Comics, foi apresentado Carter Hall, o heroico Gavião Negro. Promovido como "um herói que enfrenta o mal do presente com armas do passado", ele era um príncipe egípcio reencarnado em nossa época com uniforme que lembrava uma ave de rapina e asas que o permitiam voar e combater o crime. Edições mais tarde, o personagem adotou uma parceira, Shiera Sanders, que se tornou a Mulher-Gavião.


Mais de sete anos depois, na edição 86 de Flash Comics (agosto de 1947), seria a vez da Canário Negro surgir. Criada por Robert Kanigher e Carmine Infantino, Dinah Drake era apenas uma coadjuvante nas histórias de um herói menor, Johnny Thunder. Lutadora de artes marciais e dona de um grito sônico poderoso, a personagem logo caiu nas graças do público e começou a ganhar cada vez mais espaço e destaque nas revistas da DC.

Por Maurício Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #23 - Setembro/Outubro de 2010 - Editora Europa.

domingo, 8 de dezembro de 2013

UM ACIDENTE, DOIS VILÕES

Ultimate Spider-Man (2000) 7-A
Comic Book by Marvel
May 2001

Ao tentar recriar o acidente que deu origem ao Homem-Aranha, o inescrupuloso Norman Osborn injetou em si mesmo a droga Oz. Porém, o resultado não foi como esperado: o empresário se tornou uma criatura com aparência demoníaca e capaz de lançar rajadas de fogo pelas mãos.

Enlouquecido pela mutação, o monstro destruiu o laboratório da Oscorp e tentou apagar tudo relacionado à sua existência anterior: assassinou a esposa e tentou fazer o mesmo com o próprio filho, Harry Osborn. Em seguida, saiu à caça de Peter Parker, que ficou surpreso ao descobrir que a criatura conhecia sua identidade secreta.

Durante uma luta contra o Homem-Aranha na ponte do Brooklyn, o monstro foi alvejado pela polícia, caiu no rio e desapareceu. Com medo de que seu pai tentasse matá-lo novamente, Harry revelou aos policiais que o Duende era Norman Osborn e ficou sob custódia dos oficiais.

Paralelamente, o Dr. Otto Octavius, um dos cientistas das Indústria Osborn, acabou seriamente ferido no acidente que criou o Duende Verde. Como consequência, sofreu um trauma em seus nervos óticos que o impede de enxergar sob luz forte, além de ter os tentáculos de metal que usava para manipular elementos perigosos fundidos à sua caixa torácica.

Quando despertou do coma e descobriu sua situação, o cientista enlouqueceu e assumiu o nome de Dr. Octopus, conforme tinha sido chamado pelos enfermeiros do hospital. Derrotado pelo Homem-Aranha, o Dr. Octopus foi levado para a Balsa, a prisão de segurança máxima da SHIELD. Como trabalhou no projeto da droga Oz, o Dr. Octopus também sabe que Peter Parker e o Homem-Aranha são a mesma pessoa.

Ultimate Spider-Man (2000) 14-A
Comic Book by Marvel
Jan 2002

A origem do Duende foi publicada no primeiro arco de Ultimate Spider-Man e a estreia do Dr. Octopus foi lançada da edição 14 até a 20 (2001-2002).

No Brasil, saiu em Marvel Millennium Homem-Aranha 9 a 13 (Panini, set/2002 e jan/2003).

ROMANCES EM QUADRINHOS E FAROESTE CULTUADO

Boy Commandos #11
January 1, 1945

De volta a Nova York, Kirby achou que poderia continuar trabalhando nos títulos na DC, mas as coisas haviam mudado. Não só Boys Commandos deixou de ser um sucesso com o final da guerra, como também os donos da DC estavam menos inclinados a deixar que colaboradores terceirizados criassem conteúdo livremente para a empresa, sem que os editores coordenassem tudo. Kirby não gostou da nova situação. Mas ainda continuou desenhando Boys Commandos - onde ficaria até 1947 -, esperando Simon voltar de seu trabalho no exército e, juntos, foram procurar trabalho na Harvey Comics.

Lá, a dupla criou o super-herói Stuntman, que estreou em título próprio em abril de 1946, e trabalhou em revistas como Black Cat e Captain 3D. Paralelamente, criaram histórias para editoras menores como a Hilman e a Prize, em títulos como Real Clue Crime Stories, Airboy e Headline Comics. E foi na Prize que a carreira da dupla passaria por uma reviravolta.

Ao notar o sucesso dos livros e filmes românticos da época, Simon teve a ideia de criar revistas em quadrinhos que trouxessem casais apaixonados, romances impossíveis, namorados que se traem e todo tipo de contos sobre amores correspondidos ou não. Os amigos prepararam uma proposta e a ofereceram aos donos da Prize, que prontamente se interessaram pela revista. Na verdade, gostaram tanto que Simon e Kirby viram ali a oportunidade de fazer um acordo inédito: desenhariam e escreveriam a revista sem pagamento, mas receberiam 50% dos lucros. O acordo foi fechado.

Young Romance #1
Sept. 1947

Em setembro de 1947, a Prize lançou a primeira edição de Young Romance. Na capa, uma chamada avisava que aquela era uma revista "criada para os leitores adultos de quadrinhos". Ninguém poderia imaginar o sucesso que a publicação faria. Ao que consta, a primeira edição vendeu 92% de sua tiragem inicial, o que levou a Prize não apenas a transformar a revista num lançamento mensal, como também a pedir que Simon e Kirby criassem um segundo título, chamado Young Love. As vendas das duas revistas chegavam a dois milhões de exemplares e logo outros títulos do gênero foram lançados pela editora. Diferentemente de Martin Goodman, a Prize honrou seu acordo e Simon e Kirby ganharam muito dinheiro pela primeira vez em suas vidas. Agora um pai de família com dois filhos, Kirby logo tratou de comprar uma casa em Long Island, Nova York, para sua família.

Young Love #1
Feb, 1949

Em 1950, a dupla de astros dos quadrinhos ainda criou o título Boys' Ranch para a Harvey, sobre um grupo de garotos que tomam conta de um rancho. Com apenas seis edições lançadas, Boys' Ranch é um dos trabalhos mais cultuados de Simon e Kirby.

Por Mauricio Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #25 - Janeiro/Fevereiro de 2011 - Editora Europa.

MUITO TRABALHO NA DC

Green Lantern Vol 1 #28
October, 1947

Nos dois anos seguintes, Toth fez várias histórias curtas para a Eastern e outras empresas. Logo começou a procurar trabalhos em várias editoras até que, em 1947, após formar-se em Arte e Ilustração Industrial, foi contratado como desenhista exclusivo da DC. Sua estreia na empresa foi a edição 37 de All-Star Comics, de outubro daquele ano, com os capítulos 4 e 5 de uma HQ da Sociedade da Justiça. No mesmo mês, também foi lançada a edição 28 da revista Green Lantern, que trazia a capa e 12 páginas de Toth na história Os Truques do Mestre dos Esportes.

Na DC e nas outras editoras de quadrinhos da época, era comum que os desenhistas fizessem dezenas de páginas por mês, nos mais diversos gêneros. Isso serviu de aprendizado para Toth e o trabalho para a DC lhe permitiu uma vida confortável, pois ganhava cerca de 30 dólares por página desenhada.

Flash Comics Vol 1 #102
December, 1948

Nos cinco anos em que trabalhou para a editora, Toth passou por inúmeros títulos. Além de ilustrar a Sociedade da Justiça e o Lanterna Verde, trabalhou em revistas de faroeste, como All-American Western, na qual desenhava aventuras do herói Johnny Thunder, e Dale Evans, sobre a mulher do famoso caubói Roy Rogers. Além disso ilustrou aventuras de astros caninos em Sensation Comics e Rex, the Wonder Dog; e histórias românticas em Romantic Marriage, Girls' Romances e Romance Trail. Toth ainda fez a história curta Barris do Crime para Flash 102, de dezembro de 1948, e participou da primeira edição da revista Mystery in Space, lançada em abril de 1951.

Por Maurício Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #26 - Abril/Maio de 2011 - Editora Europa.

HISTÓRIAS DO INTERIOR


Ainda para os Diários Associados, Mauricio criou uma nova tira, em 1961, chamada Hiroshi e Zezinho, sobre dois garotos que viviam numa cidade do interior de São Paulo. O hoje conhecido Chico Bento faria sua estreia, meses depois, como personagem de apoio. Só que o jeito brincalhão e atrapalhado do coadjuvante acabou tomando o espaço dos certinhos Hiroshi e Zé da Roça. Os meninos do interior também marcavam presença em HQs para a Coopercotia, revista criada pela Cooperativa Agrícola da cidade de Cotia.


Segundo Mauricio, a inspiração veio de sua infância e das histórias contadas por sua avó Dita que, inclusive, foi transformada na avó do Chico nas HQs sobre a vida na fazenda. Na maioria das vezes, essas histórias tinham como protagonistas um certo tio-avô que o desenhista não chegou a conhecer, chamado Francisco Bento. Já o nome completo do Chico Bento dos quadrinhos é Francisco Antônio Felício Bento.

Por André Morelli

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #27 - Maio/Junho de 2011 - Editora Europa.

PRIMEIROS PASSOS DO ARTISTA

O primeiro trabalho profissional de Ditko foi uma história curta de seis páginas chamada Paper Romance para a revista Daring Love 1, da Key Publications, lançada em setembro de 1953. Aos 26 anos, o jovem começava a realizar seu sonho.

Nos meses seguintes, outros trabalhos se seguiram, para diversas editoras, com histórias de cinco a dez páginas para revistas como Blazing Western, da Key, e Black Magic, da Prize Comics. A Prize era o selo de quadrinhos de Jack Kirby e Joe Simon, e Ditko trabalhou algum tempo no estúdio da famosa dupla, ajudando na produção das revistas da Prize e de outras editoras.

The Thing (1952) 12-A
Comic Book by Charlton
Feb 1954

Foi para a Charlton Comics que Ditko realizou a maior parte de seu trabalho no início dos anos 1950. Suas histórias curtas e capas apareceram em títulos como Racket Squad, The Thing, Crime and Justice, This Magazine is Haunted, Space Adventures, Strange Suspense Stories e From Here to Eternity. Seu estilo expressionista, com visuais fora do comum e humanos esquisitos, parecia encaixar-se bem nas tramas de suspense e terror. Da mesma forma, suas capas assustadoras convidavam os leitores a entrar em um mundo estranho e fantástico.

Black Magic (1953) 3-A
Comic Book by Prize
Nov 1953

Durante mais de um ano e meio, Ditko trabalhou quase que exclusivamente para a Charlton. Mas teve que fazer uma pausa forçada na carreira quando contraiu tuberculose e foi obrigado a volta à casa dos seus pais, em Johnstown, para se recuperar. Mais de um ano depois, já curado, o artista voltou à Nova York atrás de trabalho. Após desenhar algumas histórias sob o pseudônimo de J. Kotdi para a editora L. Miller & Son - uma HQ sobre o cavalo de um caubói, publicada na revista Rocky Lane's Black Jack -, o desenhista achou trabalho constante novamente na Charlton e numa outra editora, a pequena Atlas que, nos anos seguintes, viria a se chamar Marvel Comics.

Por Maurício Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #28 - Julho/Agosto de 2011 - Editora Europa.