domingo, 11 de julho de 2010

SÍMBOLO DA LIBERAÇÃO FEMININA

DOSSIÊ SUPER-HEROÍNAS

Garotas poderosas

Uma seleção das personagens peso-pesado com invulnerabilidade, superforça e muito mais


Após o surgimento do Superman em 1938, as versões femininas dos super-heróis logo tornaram-se obrigatórias. Embora não seja a primeira delas, a Mulher-Maravilha é, sem dúvida, a mais icônica das heroínas. Criada pelo psicólogo William Moulton Marston em 1941, ela foi um dos maiores sucessos dos anos 1940 e continua como uma das principais personagens dos gibis até hoje.
A associação de Marston com a National começou em 1940, quando ele escreveu um artigo para a revista Family Circle em que debatia o valor educacional dos quadrinhos.
Max Gaines, o dono da National Comics, já recebia diversas críticas de pais e especialistas sobre o conteúdo do material que publicava e viu em Marston a oportunidade perfeita de ter um especialista de certo renome ao seu lado. Marston foi contratado como consultor da National, mas logo decidiu criar ele mesmo seu personagem.
O que Gaines não sabia era que Marston não era o mais tradicional dos psicólogos, mas sim um defensor ardoroso da liberdade sexual e da poligamia, tanto que vivia com duas mulheres: sua esposa Elizabeth Holloway Marston e sua ex-aluna Olive Byrne. Foram elas suas maiores inspirações na criação da Mulher-Maravilha. Isso resultou em todo tipo de simbolismo sexual nas primeiras histórias da heroína, além de inúmeras cenas de bondage e submissão, que foram usadas sem piedade, anos depois, pelos críticos dos gibis.
A heroína criada por Marston tinha origem mitológica: era uma amazona vinda de sua ilha perfeita, habitada por mulheres perfeitas, para ensinar aos homens o valor do amor e da paz. Marston defendia que as mulheres não eram iguais aos homens e sim superiores. Sua criação era a manifestação máxima desse conceito, uma personagem como nunca se vira antes. Era uma estátua que recebeu vida dos próprios deuses gregos e que, ao crescer, se tornou uma bela embaixatriz-guerreira, combatendo tanto com os punhos quanto com as palavras.
Os primeiros inimigos da Mulher-Maravilha eram nazistas, cientistas loucos, agressores de mulheres, femme fatales e machistas antiquados. Contra eles, a heroína usava equipamentos não-letais, como braceletes que rebatem balas e um laço mágico capaz de impor a verdade a quem o tocar. Sua única fraqueza era se submeter à vontade de um homem que unisse seus braceletes, o que a deixava sem poderes.
A Mulher-Maravilha foi uma das poucas personagens - ao lado de Superman e Batman - a ser publicada continuamente pela DC Comics desde a Era de Ouro, mesmo vendendo pouco. Isso graças a um bom contrato que Marston ofereceu à editora com uma interessante cláusula: caso a personagem deixasse de ser publicada por mais de alguns meses, os direitos voltariam para seu criador.
Com o fim da Era de Ouro e o início da Era de Prata, as histórias da personagem caíram nas piores armadilhas da época, se tornando estagnadas e recheadas de clichês baratos de ficção científica. Foi nessa época que surgiu o jato invisível, o exótico meio de transporte da heroína amazona, que recebeu as origens mais diversas, desde ser fruto do avanço tecnológico das amazonas até ser o cavalo Pégaso transformado em avião por uma nuvem radioativa.
Em 1968, na tentativa de tornar a amazona relevante outra vez, Dennis O'Neil reformulou a personagem, removendo os poderes, o uniforme e as amazonas e adicionando lutas de Kung Fu e um mestre oriental chamado I-Ching. De quebra, Diana se tornou a dona de uma butique, a Mod-ly Modern. Essa fase da revista Wonder Woman durou das edições 178 até 203. Hoje é considerada uma fase cult da personagem.
Em 1974, Diana foi adaptada para a TV em um filme de recepção morna e estrelado por Cathy Lee Crosby. Na produção, a Mulher-Maravilha era uma agente governamental sem poderes. Um ano depois, estreou a famosa série estrelada por Lynda Carter, um trabalho muito fiel aos quadrinhos. Esse programa levou a personagem a uma nova geração e foi transmitida por todo o mundo em 59 episódios, de 1975 até 1979.

Lynda Carter

Em 1985, ocorreu a saga Crise nas Infinitas Terras e a heroína foi uma das mais afetadas. Todas as suas histórias clássicas deixaram de valer e sua cronologia recomeçou, com direito a uma nova edição número um. Diana foi reformulada pelo desenhista George Pérez que, pela primeira vez em sua carreira, assumiu os argumentos.
Essa série utiliza muito da mitologia e dos costumes gregos e recebeu muitos prêmios, mas criou enormes problemas cronológicos, já que todas as histórias publicadas anteriormente foram ignoradas. A Mulher-Maravilha não era mais uma das fundadoras da Liga, nem uma heroína veterana, mas sim uma recém-chegada ao mundo patriarcal.
Os anos 1990 chegaram com outras mudanças à personagem. O artista brasileiro Mike Deodato trouxe um novo estilo para as aventuras da heroína, que passaram a ser mais violentas e sombrias, seguindo a moda das bad girls da época. Diana foi substituída pela agressiva Artemis quando as amazonas julgaram que ela não cumpriu sua missão de paz a contento. Em poucos meses, as histórias voltaram ao padrão normal. Isso até a chegada do polêmico John Byrne, que assumiu a revista e trouxe suas típicas reformulações radicais. Durante a fase de Byrne, Diana morreu e ressuscitou, se tornando uma deusa do Olimpo. Ela acabou substituída como Mulher-Maravilha por sua mãe Hipólita, que foi enviada de volta à Segunda Guerra e se tornou a Mulher-Maravilha da Sociedade da Justiça, reintroduzindo todas as histórias da Era de Ouro na cronologia. Byrne também resgatou o jato invisível e tentou religar Diana à Donna Troy, com resultados desastrosos para a cronologia da jovem Titã.
A última década trouxe as ótimas fases de Greg Rucka, que acrescentou novos conceitos, como a modernização dos deuses gregos e a ênfase no lado embaixatriz da Mulher-Maravilha, e Gail Simone, que promoveu um retorno ao básico para a personagem. Atualmente, a Mulher-Maravilha enfrenta o distanciamento dos deuses gregos, que a afastaram de sua missão, e a dispersão das Amazonas por todo o mundo, após um conflito contra os EUA que resultou na destruição da Ilha Paraíso. Essa década também foi marcada pela morte de Maxwell Lord nas mãos de Diana, que quebrou o pescoço do vilão para impedi-lo de controlar a mente do Superman.

by Antônio Santos

MULHER-MARAVILHA
Identidade: Diana Prince
Altura: 1,82 m
Peso: 74 Kg
Cabelos: Pretos
Olhos: Azuis
Aliados: Liga da Justiça, Amazonas
Primeira aparição: All-Star Comics #8 (1941)
Criador: William Moulton Marston

HQs imperdíveis:
1. Primeira fase George Pérez - nos EUA Wonder Woman 1 a 6 (1987) e no Brasil Biblioteca DC Mulher-Maravilha (2008);

Wonder Woman (Vol 2) 5-A
Comic Book by DC, Jun 1987


2. Hiketeia - nos EUA Wonder Woman: The Hiketeia (2002) e no Brasil Mulher-Maravilha - Hiketeia (2003);

Wonder Woman: The Hiketeia

3. Projeto Omac - nos EUA Omac Project 1-6 (2005) e no Brasil Contagem Regressiva Para a Crise Infinita - Projeto Omac (2006);

OMAC Project 1-A
Comic Book by DC, Jun 2005

4. O Julgamento da Mulher-Maravilha - nos EUA Manhunter 25-30 (2007) e no Brasil Crise Infinita Especial (2007);

Manhunter (Vol 4) 26-A
Comic Book by DC, Feb 2007

5. Rivalidade Mortal - nos EUA Wonder Woman 203-205 (2004) e no Brasil Mulher-Maravilha: Rivalidade Mortal (2005)

Wonder Woman (Vol 2) 204-A
Comic Book by DC, Jul 2004

FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #19
novembro/dezembro de 2009
págs. 28-29

sexta-feira, 9 de julho de 2010

1. CRISE DE IDENTIDADE

DOSSIÊ SUPERMAN ANOS 1930/40

Um início promissor

Já nas primeiras edições, surgiram a rica mitologia e as polêmicas de bastidores

Por Antônio Luiz Ribeiro

A origem do nome Clark Kent gera dúvidas até hoje. Uma das teorias é que os autores se inspiraram em dois heróis dos pulps: Doc Savage (cujo nome verdadeiro era Clark Savage, também chamado pelo adjetivo "Superman") e o Sombra (Kent Allard). Outra corrente defende que o nome foi tirado de Clark Gable e Kent Taylor, dois famosos atores da época. Fisicamente, Superman lembrava o Capitão César (Captain Easy, no original), personagem de quadrinhos de que Siegel e Shuster eram fãs. Já Kent tinha a aparência de Tubinho, parceiro juvenil do Capitão César, embora há quem diga que o tímido jornalista foi calcado no comediante Harold Lloyd.

Captain Easy

Harold Lloyd

FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 18
SETEMBRO/OUTUBRO DE 2009
Pág. 24


Veja também:
Jerry Siegel
Joe Shuster
SUPERMAN

quinta-feira, 8 de julho de 2010

GALERIA DE VILÕES

Dossiê CAPITÃO AMÉRICA - ANOS 40

Enquanto outros heróis com Batman e Dick Tracy tinham como adversários gângsters, o Capitão América enfrentava assassinos loucos, nazistas psicopatas e médicos dementes. O inimigo mais recorrente era o Caveira Vermelha, um macabro nazista cujo símbolo era sua máscara em forma de crânio. Mais tarde revelou-se que o Caveira era um agente que obedecia ordens diretas de Hitler. Por se inspirar nos filmes de terror dos anos 1930, essa galeria de vilões beirava o surrealismo, com zumbis orientais, corcundas, cães fantasmas, bruxas, homens de cera e outros tipos de arrepiar.

Quando a Segunda Guerra acabou, o Capitão e outros super-heróis começaram a se sentir obsoletos, sem nazistas e japoneses para combater. A solução foi fazer Steve e Bucky deixarem o exército e se transformarem em civis, passando a enfrentar bandidos comuns: chantagistas, ladrões, assassinos e sequestradores.

Caveira Vermelha

FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 17
JULHO/AGOSTO 2009

Pág. 27

Veja também:
NASCE UMA LENDA
SURGE O JOVEM PARCEIRO
A IDENTIDADE SECRETA
PERSONAGENS FEMININAS

MAGNETO

(Max Eisenhardt/Erik Magnus Lehnsherr)

Nascido na Alemanha com o nome de Max Eisenhardt, Magneto é um sobrevivente dos campos de concentração nazistas. Essa experiência mostrou ao então jovem mutante o quanto a humanidade pode ser cruel com as pessoas diferentes. Após sua fuga dos campos, Max se casou com a cigana Magda e juntos tiveram uma filha, Anya. Mas um incêndio na casa da jovem família colocou fim a vida da garota.
Enfurecido com a morte de sua filha, Magneto manifestou seus poderes magnéticos com força total e isso destruiu a cidade em que morava e matou parte da população. Após esse incidente, assumiu o nome de Erik Magnus Lehnsherr e conheceu Charles Xavier, de quem se tornou amigo e depois adversário.
Foi Xavier que mostrou a Magnus que existiam outros mutantes no mundo, mas o ponto de vista dos dois sobre o lugar dos mutantes no planeta era diferente. Essas divergências levaram Xavier a criar seus X-Men e Magneto a montar a Irmandade de Mutantes, os Acólitos e diversos outros grupos terroristas.
Foi pelos X-Men que Magneto teve seus primeiros confrontos com Wolverine, até que o Mestre do Magnetismo usou seus poderes para remover o adamantium dos ossos do herói canadense. Mesmo tendo readquirido o adamantium anos depois, esse ato ainda é um dos mais impiedosos da carreira de Magneto e aumentou a animosidade entre ele e Logan. Magneto foi criado em X-Men #01, de 1963.

Por Antônio Santos (com ajuda de Claudio Murena e Eduardo Marchiori)

Magneto

X-Men (Vol 1) 1-A
Comic Book by Marvel, Sep 1963

FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 16
MAIO/JUNHO DE 2009
Pág. 34

Um novo UNIVERSO

Dossiê STAN LEE

A partir dos anos 60, Lee entrou para a História, ao criar alguns dos mais importantes personagens do nosso tempo

Por Maurício Muniz

UM QUARTETO - E UM UNIVERSO - FANTÁSTICO

O Universo Marvel como o conhecemos teve início em novembro de 1961, com o lançamento de um grupo de heróis diferentes. Stan Lee já trabalhava na Marvel há 22 anos, usando seu tempo livre para escrever para jornais, TV e outros veículos. Por volta dessa época, pensou em levar mais a sério sua carreira. Até aquele momento, mesmo após duas décadas, Lee acreditava que seu trabalho na editora era apenas temporário.
A Marvel era o tipo de empresa que seguia as tendências. Se o que estava na moda eram histórias de guerra, era isso que a editora lançava. Se o público se interessava por romance, era para esse gênero que os esforços eram dirigidos. Como no começo dos anos 60 a onda eram as HQs de monstros gigantes que ameaçavam a humanidade, a tarefa de Lee era produzir ou ajudar a criar histórias simplistas com seres gigantes e malvados.
Até que um dia, enquanto considerava como melhorar sua carreira nos quadrinhos, Lee foi chamado por Martin Goodman. O dono da Marvel comentou que um título da DC Comics estava vendendo muito bem. Tratava-se da Liga da Justiça, grupo que reunia alguns dos principais heróis daquela editora. "E se criássemos algo parecido?", propôs Goodman. Lee pensou logo numa equipe de aventureiros com poderes incríveis, mas diferente dos que já existiam no mercado. Para começar, os personagens não teriam identidades secretas ou uniformes - pelo menos a princípio. O grupo seria formado por um jovem casal de noivos e o irmão jovem da moça, alguém com quem as crianças pudessem identificar-se. E, para completar, o último integrante seria uma figura trágica, um herói preso num corpo monstruoso.
Assim surgiu o supergrupo formado por Reed Richards, o Senhor Fantástico, cujo corpo elástico poderia assumir quase qualquer forma. Sua companheira era Sue Storm, a Mulher-Invisível, que ganhava a habilidade de não ser vista quando assim desejasse e de criar campos de força poderosos. O irmão da moça era Johnny Storm, que tinha o poder de envolver seu corpo em chamas, voar e lançar bolas de fogo: o Tocha Humana. E o integrante final era Ben Grimm, um piloto no voo espacial que acabou dando poderes a todos quando foram atingidos por raios cósmicos. Grimm ganhou força sobre-humana, mas seu corpo foi transformado em pedra, acabando com todas as chances de uma vida normal.
Mais do que criar um grupo de aventureiros, desenhados e cocriados pelo brilhante Jack Kirby, Lee inventou um estilo que tomaria de assalto a indústria. Os membros do Quarteto Fantástico não eram personagens infalíveis que só precisam preocupar-se em enfrentar vilões. Eles eram pessoas quase reais, com dúvidas e problemas com os quais os leitores podiam se identificar.
Os fãs de quadrinhos abraçaram o novo conceito e o transformaram num grande sucesso. Era o início do Universo Marvel e, com todo aquele dinheiro entrando, ficou claro que a editora precisava colocar mais super-heróis nas bancas.

Fantastic Four (Vol 1) 1-B
Comic Book by Marvel, Jun 2005


Fonte:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 14
JANEIRO/FEVEREIRO 2009
Pág. 26



Veja também:
A QUEDA DOS HERÓIS

MUDANÇA DE UNIFORME

Dossiê DEMOLIDOR - anos 60 e 70

A partir de Daredevil #05, Joe Orlando foi substituído pelo veterano desenhista Wally Wood, recém-contratado pela Marvel. E ocorreu pelas mãos de Wood a primeira grande mudança na vida do herói: a partir do número 7, o desenhista criou um novo uniforme, todo vermelho e bem mais moderno. Wood, no entanto, não se adaptou bem ao "método Marvel" de criar quadrinhos, que consistia basicamente em o desenhista desenvolver a história a partir de um resumo feito por Lee para só depois serem acrescentados diálogos. O desenhista deixou a revista ainda em 1965 mas seu novo uniforme ficou, agora desenhado por John Romita.

Daredevil (Vol 1) 5-A
Comic Book by Marvel, Dec 1964

Daredevil (Vol 1) 7-A
Comic Book by Marvel, Apr 1965

Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 13
novembro/dezembro de 2008
pág. 23

domingo, 4 de julho de 2010

MÍMICO

(Calvin Montgomery Rankin)

Foi o primeiro não-mutante a entrar no grupo e também o primeiro de muitos vilões regenerados que viriam a fazer parte dos X-Men. Calvin era uma pessoa comum mas, vítima de um acidente de laboratório, adquiriu a capacidade de copiar por algum tempo habilidades e poderes de quem estivesse próximo. Depois de confrontar os X-Men, recebeu um convite do Professor X para entrar na equipe e desenvolver suas habilidades. A convivência com o grupo fez com Calvin copiasse os poderes de todos os X-Men mas, devido à sua arrogância e individualismo, foi suspenso do Instituto Xavier tempos depois.
O Mímico estreou em X-Men #19, em 1966. Foi a última criação de Stan Lee para o Universo Mutante.

X-Men (Vol 1) 19-A
Comic Book by Marvel, Apr 1966

Mímico

FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 4
ABRIL/MAIO DE 2007
Pág. 18

Doença do sono às vezes ataca a alma

"Todos nós conhecemos uma doença na África Central chamada de doença do sono. O que precisamos saber é que existe uma doença semelhante que ataca a alma - e que é muito perigosa, porque se instala sem ser percebida."
"Quando você notar o menor sinal de indiferença e de falta de entusiasmo, fique alerta!"
"A única maneira de prevenir-se contra esta doença é entendendo que a alma sofre, e sofre muito, quando a obrigamos a viver superficialmente."
"A alma gosta de coisas belas e profundas. Dê a ela pelo menos o silêncio dos dias de domingo - quando você pode escutá-la sem ser perturbado pelo barulho da vida diária."
O conselho - importantíssimo - vem de Albert Schweitzer, médico e missionário, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1952.

Paulo Coelho
Colunista da Folha
MAKTUB


Fiódor DOSTOIÉVSKI

O AUTOR


É sempre vertigiosa a leitura dos romances de Dostoiévski. Um crítico dizia que em sua ficção havia algo tanto do romance policial como também do romance de aventura. Esse crítico, um dos mais argutos que já passou pelo Brasil, chamava-se Otto Maria Carpeaux. A definição que ele fazia para Os irmãos Karamázov vale perfeitamente bem para este também clássico Crime e castigo: "Se todos os romances do russo parecem romances policiais, são de um investigador das almas que nos revela, além dos crimes perpetrados, os crimes virtuais que dormem em nós outros como possibilidades. E enquanto se trata de romances de aventuras, são as aventuras espirituais, das quais a última seria a própria redenção do gênero humano".
"Investigador das almas" e "aventuras espirituais": duas expressões que dizem muito sobre o universo ficcional que o escritor russo criou com grande genialidade nos meados do século XIX. Poucos autores foram tão fundo nessa investigação e conseguiram retirar do poço da alma humana tantas desventuras como o fez Dostoiévski. É de se lamentar, por exemplo, o destino do protagonista de Crime e castigo, esse Raskólnikov, um pobre diabo perambulando pelas ruas decadentes de São Petersburgo, com "o povo se comprimindo entre os andaimes, montes de cal, tijolos espalhados pelos cantos e, dominando tudo, o mau cheiro característico, tão familiar aos habitantes de São Petersburgo, que não dispõem de meio para veranear".
Dostoiévski conhecia bem a cidade - como também a alma cindida do homem moderno. Ele tinha todas as ruas esquadrinhadas em sua mente, conhecia cada beco, cada travessa, cada ponte sobre o Niéva desde a adolescência. Depois de ter passado a infância entre Moscou e a casa da família na região rural de Darovóie, o menino - impulsionado pelo pai, o doutor Mikhail Andrévich Dostoiévski - seguiu com seu irmão mais velho, Mikhail, para São Petersburgo, onde viveria grande parte de sua vida adulta.

Fonte:
Crime e Castigo - Volume I
Fiódor Dostoiévski
págs. 377 e 378

Clássicos Abril Coleções

HISTÓRIAS RUINS, VILÕES PIORES AINDA

Dossiê TITÂNICO - ANOS 60

Além de tantas deficiências artísticas, os Titãs careciam de inimigos relevantes. Os vilões mais recorrentes dessa época são o Mad Mod (Neil Richards) e os Alienígenas da Dimensão X. Mod era um costureiro inglês que surge na edição 7 (1967), como um estilista de um astro do rock, que trabalha com contrabando.
O editor Dick Giordano tentou subir o nível no segundo confronto com os Titãs (número 17, de 1968), quando o vilão trocou os uniformes dos heróis por roupas "batizadas", que anulavam seus poderes. Uma curiosidade é que décadas depois, o ex-vilão desenhou os uniformes da Turma Titã II dos anos 90.
Um nome como Alienígenas da Dimensão X já soava mal nos anos 60, mas eles foram concebidos já na gestão de Giordano, em 1968 e foram inimigos de uma HQ dupla de Teen Titans 21 e 22 (1969). Na segunda aventura, os vilões descobrem uma dimensão entre a deles e a nossa e tentam dominá-la.

Teen Titans (Vol 1) 17-A
Comic Book by DC, Oct 1968


Teen Titans (Vol 1) 21-A
Comic Book by DC, Jun 1969

Teen Titans (Vol 1) 22-A
Comic Book by DC, Aug 1969

FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 12
SETEMBRO/OUTUBRO 2008
Pág. 23