domingo, 13 de setembro de 2009

Star Wars - parte II

A MAIOR DE TODAS
AS SAGAS


Na universidade, o futuro diretor entraria em contato com a obra do mitólogo americano Joseph Campbell (1904-1987), autor de pelo menos um clássico no assunto, O Herói de Mil Faces. Foi um momento decisivo. Na obra de Campbell, estavam devidamente destrinchados todos os aspectos da formação do mito do herói. Embora não prestasse atenção nas características históricas que diferenciam cada mito, Campbell era um erudito em assuntos religiosos e narrativas orientais. Mais tarde, o estudioso iria se render aos encantos de Lucas, participando de debates durante a composição de alguns dos episódios de Guerra nas Estrelas e mesmo analisando algumas das figuras presentes nas histórias.


Depois de um início de carreira relativamente bem-sucedido - principalmente a sombria fantasia futurista THX 1138 (1970) e a comédia adolescente Loucuras de Verão (1973) -, Lucas armou-se com seu lápis nr. 2 e suas anotações sobre mitos e heróis e começou a desenhar as grandes linhas de força de Guerra nas Estrelas. Queria criar uma saga que mesclasse alguns ensinamentos das principais religiões com a carga de diversão e adrenalina dos filmes (principalmente faroeste e ficção científica) do passado.
Apesar de já ter realizado um filme de ficção científica, dessa vez estava decidido a entrar para a história do cinema. E - não menos importante - Lucas sonhava faturar muito com um conceito no qual ele foi um dos introdutores: o licenciamento de bonequinhos, camisetas, biscoitos etc. (Sobre THX 1138 há uma anedota já famosa nos meios cinematográficos. Que é bastante instrutiva a respeito da personalidade do criador de Darth Vader. Contam que uma mulher que estava trabalhando com Lucas durante a produção de Os Caçadores da Arca Perdida (1981), de Steven Spielberg, teve a audácia de elogiar seu primeiro filme futurista. Resposta de Lucas, o pragmático: "Mas ele não fez dinheiro".)

Guerra nas Estrelas, em compensação, fez (e continua fazendo) rios de dinheiro. Mas o mais importante - pelo menos para os fãs de cinema - é que a saga fornece um irresistível modelo de conhecimento interior para muita gente. "Não é difícil ler os episódios de Guerra nas Estrelas como contos de sabedoria", afirma o psicólogo americano Jonathan Young, especialista em mitos e entusiasta das histórias de vida encerradas nos filmes de George Lucas.

Star Wars - parte I

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