CYNTHIA
Título Original
CYNTHIA
E. V. CUNNINGHAM
Copyroght by William
Morrow and Company, Inc.
(1968)
Título Original
CYNTHIA
E. V. CUNNINGHAM
Copyroght by William
Morrow and Company, Inc.
(1968)
Todos os direitos reservados à
Círculo do Livro.
Edição: 1974
Capítulo um
Alex Hunter, meu chefe, admira a coerência. Até hoje, ninguém o acusou de incoerente; ele é desagradável quando deseja ser e também ao pretender mostrar-se agradável. Correm rumores de que, em algum lugar, tem mulher e filhos. Não os invejo. Hunter é chefe do departamento de investigações da terceira mais importante companhia de seguros do mundo, e eu ainda continuo trabalhando para ele porque, quando me demite, os lá de cima conversam com ele e o abrandam, e também porque tenho de pagar aluguel e pensão alimentar, principalmente pensão alimentar. Está com quase sessenta anos, grisalho e ranzinza, e tem mentalidade de tira.
Cumprimentou-me com o tédio habitual nessa manhã de princípios de março e fez seu comentário sobre o tempo.
- Março é um mês chato pra burro - disse.
Interpretei isso como uma observação amigavelmente exploratória, e sabia que ele desejava alguma coisa que resultasse em dinheiro. Eu não fazia a mínima ideia do que pudesse ser. Nenhum grande desvio de jóias ultimamente, nenhum iate roubado, nenhum Picasso surripiado furtivamente de museu... Adotei minha expressão estupidificada, inocente e infantil, e disse com jovialidade:
- Bom dia, Mr. Hunter. Tem razão, senhor, em março o tempo aqui em Nova York é bastante inclemente.
Alex Hunter, meu chefe, admira a coerência. Até hoje, ninguém o acusou de incoerente; ele é desagradável quando deseja ser e também ao pretender mostrar-se agradável. Correm rumores de que, em algum lugar, tem mulher e filhos. Não os invejo. Hunter é chefe do departamento de investigações da terceira mais importante companhia de seguros do mundo, e eu ainda continuo trabalhando para ele porque, quando me demite, os lá de cima conversam com ele e o abrandam, e também porque tenho de pagar aluguel e pensão alimentar, principalmente pensão alimentar. Está com quase sessenta anos, grisalho e ranzinza, e tem mentalidade de tira.
Cumprimentou-me com o tédio habitual nessa manhã de princípios de março e fez seu comentário sobre o tempo.
- Março é um mês chato pra burro - disse.
Interpretei isso como uma observação amigavelmente exploratória, e sabia que ele desejava alguma coisa que resultasse em dinheiro. Eu não fazia a mínima ideia do que pudesse ser. Nenhum grande desvio de jóias ultimamente, nenhum iate roubado, nenhum Picasso surripiado furtivamente de museu... Adotei minha expressão estupidificada, inocente e infantil, e disse com jovialidade:
- Bom dia, Mr. Hunter. Tem razão, senhor, em março o tempo aqui em Nova York é bastante inclemente.
tradução de Luiz Fernandes
(224 págs.)
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