COLEÇÃO FOLHA
GRANDES ESCRITORES BRASILEIROS
9
VINICIUS DE MORAES
Para Viver um
Grande Amor
(1962)
GRANDES ESCRITORES BRASILEIROS
9
VINICIUS DE MORAES
Para Viver um
Grande Amor
(1962)
2008
Titular dos direitos de edição: NOVA FRONTEIRA S.A.
O Vinicius cronista, em Para Viver um Grande Amor - tão mestre das palavras quanto o Vinicius poeta ou o Vinicius letrista. E tão apaixonado quanto.
Foi este o deslumbramento provocado por seu primeiro livro de prosa, em fins de 1962. Era composto de crônicas escritas, quase todas, para o jornal Última Hora, de 1959 até aquela data. Mas, hoje, pode-se perguntar: escritas para a Última Hora ou apenas publicadas pelo vespertino carioca?
Sim, porque uma coisa era ler essa crônicas dia sim, outro não, no jornal. Outra era tê-las em livro, para serem lidas em sequência, várias de cada vez, ou todas, de uma sentada. Pois, como diz o próprio Vinicius na introdução, havia uma "unidade evidente" que enfeixava o material: "a de um grande amor". E havia mesmo. Porque eram crônicas escritas para a mulher com quem, naquele exato período, ele vivia um de seus mais inspiradores casamentos: a bela Maria Lucia Proença.
Quando Vinicius escreve sobre sua infância na ilha, a casa de sua mãe ou a morte de seu pai, é para Lucia que ele escreve. São poemas em prosa, em que ele se abre sem pudor, e nenhum é mais confessional que a crônica-título "Para Viver um Grande Amor", um de seus maiores textos em prosa ou poesia. Mas há também o genial dadaísmo de "Smith-Corona Versus Var-69", a classificação das mulheres em "Química Orgânica" e o adeus a Paul Éluard em "Sobre os Degraus da Morte", todos dignos de antologia.
Que bom para os cronistas que Vinicius não quisesse ser um deles em tempo integral...
Foi este o deslumbramento provocado por seu primeiro livro de prosa, em fins de 1962. Era composto de crônicas escritas, quase todas, para o jornal Última Hora, de 1959 até aquela data. Mas, hoje, pode-se perguntar: escritas para a Última Hora ou apenas publicadas pelo vespertino carioca?
Sim, porque uma coisa era ler essa crônicas dia sim, outro não, no jornal. Outra era tê-las em livro, para serem lidas em sequência, várias de cada vez, ou todas, de uma sentada. Pois, como diz o próprio Vinicius na introdução, havia uma "unidade evidente" que enfeixava o material: "a de um grande amor". E havia mesmo. Porque eram crônicas escritas para a mulher com quem, naquele exato período, ele vivia um de seus mais inspiradores casamentos: a bela Maria Lucia Proença.
Quando Vinicius escreve sobre sua infância na ilha, a casa de sua mãe ou a morte de seu pai, é para Lucia que ele escreve. São poemas em prosa, em que ele se abre sem pudor, e nenhum é mais confessional que a crônica-título "Para Viver um Grande Amor", um de seus maiores textos em prosa ou poesia. Mas há também o genial dadaísmo de "Smith-Corona Versus Var-69", a classificação das mulheres em "Química Orgânica" e o adeus a Paul Éluard em "Sobre os Degraus da Morte", todos dignos de antologia.
Que bom para os cronistas que Vinicius não quisesse ser um deles em tempo integral...
RUY CASTRO
Colunista da Folha
(205 págs.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário