NÃO. Mas tem tudo a ver com religião. Explica-se: a cabala é uma leitura mística das tradições do judaísmo. Quer dizer, todos os ensinamentos e postulados estão diretamente ligados à tradição judaica. Segundo os cabalistas, a Torá (a bíblia hebraica) traria ensinamentos ocultos, que seriam uma revelação de Deus sobre os segredos da Criação e do Universo. Mas, para devendá-los, é necessário fazer uma nova leitura do texto sagrado, usando técnicas sofisticadas como a guematria (que combina letras hebraicas e números). Com base nessa interpretação, surgiria uma nova sabedoria, com regras e textos próprios: a cabala, que tem como livros sagrados o Zohar e o Sefer Yitizirah. Mas até que ponto é possível separar a cabala do judaísmo? O assunto é polêmico. Alguns estudiosos consideram um perigo estudar a cabala de forma independente, desvinculada da religião judaica. "Se você estuda cabala sem antes conhecer o bê-á-bá do judaísmo, corre o risco de perder o principal", diz Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista. Já os cabalistas mais modernos acreditam que não é preciso ter contato com as tradições judaicas para entender os princípios básicos. "Desde o início, a cabala sempre foi pensada como sabedoria, não como religião", diz o rabino Yehuda Berg, diretor do Kabbalah Centre International. "Qualquer um pode estudar, seja qual for o seu credo."
Fonte: Especial Cabala edição #281-A
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