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sábado, 21 de dezembro de 2013

A PRECURSORA CORROMPIDA

Crisis On Infinite Earths 1, página 19

Precursora (Harbinger)

WOLFMAN: Com relação aos Demônios das Sombras, francamente, nós precisávamos de algo em que os personagens pudessem bater e sabíamos que os principais vilões só iriam dar as caras mais tarde na história.

PÉREZ: Tudo o que o argumento dizia era "Demônios das Sombras". Então, pensei imediatamente no Ladrão das Sombras e numa simples silhueta negra, mas fazendo o contorno parecer com o Monitor. Agradeço a Marv por ter me dado vilões fáceis de desenhar.

WOLFMAN: Conceitualmente falando, fazer a Precursora ser corrompida por um Demônio das Sombras na primeira edição foi outro jeito de complicar as coisas para os heróis. O principal cara tentando salvar os outros está indefeso de várias maneiras, e seu segundo em comando passa para o lado do inimigo logo de cara?

PÉREZ: Eu mesmo arte-finalizei o quadrinho em que a Precursora é possuída, porque nessa altura não tinha como traduzir o que queria apenas no traço.

Por Ben Morse

WIZARD BRASIL #27 - ANO 3 - Dezembro de 2005 - Panini Comics.

INÍCIO COM LOBISOMENS E KUNG FU

Creatures on the Loose 35-A
Comic Book by Marvel
May 1975

A carreira de Pérez nas HQs começou, como a de muitos desenhistas, no universo dos fanzines. Um dia, o artista reuniu várias amostras de seu trabalho e foi à primeira convenção de Jornada nas Estrelas dos Estados Unidos, para contatar editores dessas revistas feitas por fãs.

Apesar da recepção um tanto fria - seu traço não era, nem de perto, tão formidável quanto é hoje -, conseguiu a chance de colaborar em fanzines com alguns artistas e editores famosos no início dos anos 70.

Um desses nomes era Sal Quartuccio, editor do fanzine Phase, que apresentou Pérez a Rich Buckler, desenhista da Marvel. Na época, Pérez já vira seu trabalho recusado pela DC inúmeras vezes e estava trabalhando como caixa de banco. Portanto, quando Buckler convidou Pérez para ser seu assistente na Marvel, o jovem agarrou a oportunidade sem hesitar. Buckler conseguiu que Pérez desenhasse uma história de duas páginas na edição 25 de Astonishing Tales, lançada em agosto de 1974. Foi o primeiro trabalho profissional do garoto de origem porto-riquenha.

Após um ou outro trabalho menor, Pérez desenhou histórias de Lobisomem entre os números 33 a 37 de Creatures on the Loose, começando em janeiro de 1975. Ao mesmo tempo, ilustrou a série Os Filhos do Tigre na revista Deadly Hands of Kung Fu 6. Ele trabalharia de forma irregular na revista até a edição 24, de maio de 1976, e criaria, ao lado do roteirista Bill Mantlo, o personagem Tigre Branco, que teria vida longa na Marvel.

Por Maurício Muniz

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS #10 - Maio/Junho de 2008 - Editora Europa.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A DÉCADA DO SUCESSO

Após uma bem-sucedida reformulação, os Titãs se tornaram o grupo mais popular da DC nos anos 80

Por André Morelli

UM NOVO COMEÇO

Em 1979, a pedido do amigo Len Wein, o roteirista Marv Wolfman trocou a Marvel Comics pela DC. Ao chegar na editora, ambos lembraram seu primeiro trabalho profissional, o número 18 de Teen Titans (1968), revista cancelada desde 1978. Daí surgiu a ideia de trazer os Titãs de volta, com Wein como editor e Wolfman nos roteiros. Juntou-se à equipe o desenhista George Pérez, um grande fã da Turma Titã original.

Teen Titans (1966) 18-A
Comic Book by DC
Dec 1968

Para não repetir os erros do passado foi adotada uma nova estratégia em que só os principais heróis clássicos - Robin, Kid Flash e Moça Maravilha - ficaram no grupo, ao lado dos novos, como Ciborg (Victor Stone, um jovem negro que teve partes do corpo substituídas por membros mecânicos), Estelar (Koriander, uma princesa alienígena com poderes baseados na energia solar) e a misteriosa Ravena (a filha de uma humana com um demônio). Completando a equipe, foi incluído o Rapaz-Fera (Garfield Logan), um garoto que podia se transformar em qualquer animal e já tinha feito aparições na antiga Turma Titã. Ravena e o Rapaz-Fera - que mudou seu nome para Mutano - foram sugestões de Wein, que queria um membro místico e outro mais jovem na equipe.

The New Teen Titans (1980) 1-A
Comic Book by DC
Nov 1980

O projeto agradou tanto aos diretores da DC que, para divulgar o novo título, foi criada uma história bônus da revista DC Comics Presents 26, de 1980. Um mês depois, chegava às bancas The New Teen Titans 1, que logo se tornou um sucesso, em histórias repletas de ação e grande carga emocional, graças às fortes caracterizações de Wolfman e à arte vibrante de Pérez.

DC Comics Presents (1978) 26-A
Comic Book by DC
Oct 1980

MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 12 - Setembro/Outubro de 2008 - Editora Europa.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

BESOURO AZUL / Crisis On Infinite Earths 1, página 18

(N.E.: essa foi a primeira aparição do personagem na DC; a editora havia acabado de adquiri-lo e outros personagens, como o Capitão Átomo e o Questão, da Charlton Comics.)

Mystery Men Comics Vol 1 #7
Fox Comics
February, 1940

WOLFMAN: O Besouro Azul foi um dos personagens mais duradouros da história dos quadrinhos, com sua encarnação original datando do começo dos anos 40. A versão de Steve Ditko que usamos aqui é bastante divertida. Até essa página, a trama vinha sendo pesada, sombria e intensa. Precisávamos quebrar esse clima bem nesse ponto, e o Besouro Azul era perfeito para isso.


PÉREZ: Eu me diverti bastante desenhando um personagem que nunca pensei que fosse fazer profissionalmente. Não estava tão familiarizado assim com os gibis do Besouro Azul, mas usei o trabalho de Ditko com o Homem-Aranha como guia para desenhar essa cena. Afastei meu enfoque para retratar a ação integralmente. É como Fred Astaire costumava coreografar suas danças. Ele sempre insistia para que as câmeras enquadrassem seu corpo inteiro.

WOLFMAN: Vemos seus pés em todas as tomadas, eles nunca eram cortados.

PÉREZ: Na verdade, tive de desenhar uma tomada da sola do pé. Isso era uma marca registrada de Ditko.

WOLFMAN: Com certeza.

Fonte: Wizard Brasil # 27 - Dezembro de 2005 - Panini Comics.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A MORTE DO SINDICATO DO CRIME / CRISIS ON INFINITE EARTHS 1, páginas 5 a 8

PÉREZ: A princípio, não entendi o que Marv estava fazendo começando pela Terra-3, com personagens que ninguém conhecia. Mas, à medida que ia desenhando, compreendi. Essas eram as versões malignas do Superman, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde e o resto - e estavam sendo destruídos em massa. Ao matar tão rapidamente esses personagens que detinham os poderes dos arquétipos do Universo DC, a porta imediatamente se abre para mostrar que qualquer coisa podia acontecer em Crise nas Infinitas Terras.

WOLFMAN: Quis mostrar logo de cara que os heróis da DC eram incapazes de deter essa ameaça. Seus poderes, por maiores que fossem, não eram suficientes. Assim que a Supermulher é destruída, percebemos que há uma boa chance de os heróis não conseguirem se sair muito melhor. Era importante demais começar com um grande impacto e ir num crescendo a partir daí.

PÉREZ: Em poucas páginas, Marv conseguiu criar uma pequena história em que o Sindicato do Crime está morrendo e isso foi o máximo que nos preocupamos com esses personagens.

WOLFMAN: Recebi uma carta maravilhosa de Alan Moore após a primeira edição a respeito disso, de como ele adorou o jeito com que foi mostrada a morte do Sindicato do Crime.

Fonte: Wizard Brasil # 27 - Dezembro de 2005 - Panini Comics.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

CRISE NAS INFINITAS TERRAS

Crisis on Infinite Earths 1-A
Comic Book by DC Apr 1985

"The Summoning"

OS COMENTÁRIOS DOS DIRETORES

Wolfman e Pérez revelam como bolaram o paradigma dos modernos crossovers - do final alternativo à morte da "Terra Anã"

Por Ben Morse

Hoje, a menção de Crise nas Infinitas Terras a um fã de quadrinhos de super-heróis evoca um trabalho monumental que mudou para sempre o Universo DC. Há 20 anos, tudo o que os co-criadores da saga, Marv Wolfman e George Pérez, queriam é que sua visão agradasse a uns poucos leitores.

"Naquela época, ninguém sabia que a minissérie ia vender", recorda-se Wolfman a respeito da saga publicada entre 1985 e 86. "Depois de todos os grandes crossovers feitos a partir dele, as pessoas podiam apontá-lo como um exemplo de que esse tipo de história vendia, mas nós não. Iniciamos todo o conceito porque simplesmente acreditávamos nele."

O conceito: recriar o Universo DC para um novo público. Para tanto, a editora pediu a Wolfman que limpasse 50 anos de sua cronologia e reformulasse seu multiverso de personagens e Terras alternativas em uma linha coerente.

Por exemplo, a Liga da Justiça vivia na Terra-1, enquanto a Sociedade da Justiça residia na Terra-2; e estas eram apenas duas das incontáveis realidades que só serviam para confundir os novos leitores.

Para consolidar o Universo DC, Wolfman, ao lado de seu frequente co-conspirador Pérez, planejou uma história ininterrupta de grande amplitude que esteve amarrada a praticamente todos os títulos da editora no decorrer de um ano inteiro.

Crise abriu uma nova fronteira e estabeleceu o padrão para crossovers modernos como House of M e Crise de Identidade. E seu sucesso suplantou até mesmo as expectativas de Wolfman e Pérez. Duas décadas depois, a dupla de criação por trás do sucesso dos Novos Titãs fica surpresa de ainda falar a respeito da saga.

"Para mim, foi apenas uma desculpa para desenhar todo mundo no Universo DC", admite Pérez. "O fato de que estamos aqui, 20 anos depois, ainda falando sobre isso, certamente não é algo com que eu contava."

Fantastic Four (1961) 49-A
Comic Book by Marvel
Apr 1966

"If This be Doomsday" 

"Sempre amei a 'Trilogia de Galactus' em Fantastic Four (vol. 1 48 a 50 - o título original do Quarteto Fantástico), mas sempre me incomodou o fato de que, fora o Quarteto, ninguém apareceu para ajudar", diz Wolfman. "Com Crise, eu queria uma história que tocasse todo mundo em todos os cantos do Universo DC, de heróis a vilões, da aurora ao fim dos tempos."

Às vésperas da publicação de Crise Infinita, uma espécie de sequencia desse épico produzida pela DC, a Wizard reuniu os dois arquitetos para refletirem como foi produzir Crise nas Infinitas Terras.

Crisis on Infinite Earths 1, páginas 2 e 3 / O COMEÇO

WOLFMAN: O que gosto de fazer, e George e eu já fizemos muitas vezes em New Teen Titans (a revista original dos Novos Titãs), é deixar os leitores saberem que a ameaça está bem diante do nariz deles, e não tentar ocultá-la. A ideia não era avançar num crescendo até a Crise, mas que ela já estivesse acontecendo desde o princípio.

Daí, as pessoas se perguntaram: "Ah, meu Deus, se eles estão começando desse jeito, onde isso vai chegar?"

PÉREZ: É, você com certeza não perde tempo com preparativos desnecessários, entra direto na história. O mais fascinante é que, mesmo saltando com os dois pés imediatamente na trama, e com duas edições duplas e sem nenhuma página de anúncio na primeira edição, ainda tínhamos nossas dúvidas se 12 edições seriam suficientes.

WOLFMAN: E lembre-se que originalmente não eram 12 números, eram apenas 10. As edições 11 e 12 iriam contar uma nova história do Universo DC, mas nós precisamos desse números, então A História do Universo DC se tornou um projeto à parte.

PÉREZ: Mesmo quando a DC pediu um 13o. número isso não estava previsto. Tínhamos atingido o ponto de esgotamento total da trama com a edição 12. A essa altura, Marv e eu estávamos cansados de lidar com a natureza política muitas vezes volátil de ter de trabalhar com tantos outros criadores, em vários títulos, para fazer a história funcionar.

Fonte: Wizard Brasil # 27 - Dezembro de 2005 - Panini Comics.

sábado, 24 de outubro de 2009

GEORGE PÉREZ

MESTRE...
...EM EVOLUÇÃO

Um dos profissionais mais completos do mercado, o veterano George Pérez deixou sua marca nos quadrinhos e vive se reinventado

Por Maurício Muniz


Ao longo de uma carreira de mais de três décadas, George Pérez provou que é um dos mais consistentes desenhistas dos quadrinhos modernos e que seu traço continua sendo constantemente aprimorado. Aos 54 anos, está mais ativo do que nunca e continua a brindar os leitores com seu estilo sempre marcante e surpreendente.

Pérez nasceu nos Estados Unidos em 9 de junho de 1954, anos após sua família mudar-se de Porto Rico para lá. Como imigrantes pobres, os pais do futuro desenhista trabalharam como operários numa fábrica, até conseguirem melhores condições e mudaram-se do bairro barra-pesada do Bronx para Flushing, que era um pouco mais tranquilo. Ali, nos anos 60, o jovem George costumava visitar uma loja de quadrinhos onde podia folhear as revistas e gastar seus parcos recursos com algumas. Foi um passo para apaixonar-se pelos quadrinhos e começar a desenhar seus próprios personagens, inspirado por Jack Kirby, Curt Swan, Gil Kane e Neal Adams.

Curiosamente, a Sra. Pérez incentivava o filho a ler quadrinhos, assim George poderia aprimorar seu inglês, já que a língua predominante nos diálogos da família era o espanhol. Contudo, a mãe de George não aprovou a escolha do filho em estudar numa escola de artes e convenceu-o a cursar o colegial numa escola católica. Mesmo assim, o rapaz desenvolveu sozinho suas habilidades como desenhista e até como escritor, em alguns contos que chamaram a atenção de seus professores e amigos.


FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 10 - MAIO/JUNHO DE 2008