O CAMINHO molhado pela água de agosto
brilha como se fosse cortado em lua cheia,
em plena claridade da maçã,
em metade da fruta do outono.
Neblina, espaço ou céu, a vaga rede do dia
cresce com frios sonhos, sons e pescados.
O vapor das ilhas combate a comarca,
palpita o mar sobre a luz do Chile.
Tudo se reconcentra como o metal, se escondem
as folhas, o inverno mascara sua estirpe
e só cegos somos, sem cessar, somente,
Somente sujeitos ao leito sigiloso
do movimento, adeus, da viagem, do caminho:
adeus, da natureza caem as lágrimas.
Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Tarde
brilha como se fosse cortado em lua cheia,
em plena claridade da maçã,
em metade da fruta do outono.
Neblina, espaço ou céu, a vaga rede do dia
cresce com frios sonhos, sons e pescados.
O vapor das ilhas combate a comarca,
palpita o mar sobre a luz do Chile.
Tudo se reconcentra como o metal, se escondem
as folhas, o inverno mascara sua estirpe
e só cegos somos, sem cessar, somente,
Somente sujeitos ao leito sigiloso
do movimento, adeus, da viagem, do caminho:
adeus, da natureza caem as lágrimas.
Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Tarde
L&PM Pocket
julho de 2011
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