AMOR MEU, o inverno regressa a seus quartéis,
estabelece a terra seus dons amarelos
e passamos a mão sobre um país remoto,
sobre a cabeleira da geografia.
Ir-nos! Hoje! Adiante, rodas, naves, sinos,
aviões acerados pelo diurno infinito
para o olor nupcial do arquipélago,
por longitudinais farinhas de usufruto!
Vamos, levanta-te, e endiadema-te e sobe
e desce e corre e trina com o ar e comigo
vamo-nos aos trens da Arábia ou Tocopilla.
sem mais que transmigrar para o pólen longínquo,
a povoados lancinantes de farrapos e gardênias
governados por pobres monarcas sem sapatos.
Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Tarde
estabelece a terra seus dons amarelos
e passamos a mão sobre um país remoto,
sobre a cabeleira da geografia.
Ir-nos! Hoje! Adiante, rodas, naves, sinos,
aviões acerados pelo diurno infinito
para o olor nupcial do arquipélago,
por longitudinais farinhas de usufruto!
Vamos, levanta-te, e endiadema-te e sobe
e desce e corre e trina com o ar e comigo
vamo-nos aos trens da Arábia ou Tocopilla.
sem mais que transmigrar para o pólen longínquo,
a povoados lancinantes de farrapos e gardênias
governados por pobres monarcas sem sapatos.
Pablo Neruda
Cem Sonetos de Amor
Tarde
L&PM Pocket
julho de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário