Perambulou pela Lunigiana e inúmeras pequenas cortes. Conspirou, escreveu, aclamou em delírio de esperança o imperador Henrique VII - o seu Esperado. Este Henrique VII de Luxemburgo é a versão político-militar do amor por Beatriz. Situou o ideal amoroso onde não poderia alcançá-lo; elegeu seu herói um príncipe que, das qualidades para se tornar herói grande quanto o desejado, possuía apenas a da ambição, despojado das virtudes consequentes. Era "indeciso, inquieto, medíocre, inferior ao destino prometido pelos gibelinos no exílio e pelos alemães saudosos do Frederico Barbarroxa" mas que teve a felicidade de encontrar em Dante "um digníssimo arauto, inesgotável e fecundo em bênçãos e delirantes hinos" a ponto de reservar ao príncipe um lugar no Paraíso, logo abaixo da Mãe de Deus e ao lado de Beatriz. Esta proximidade é significativa e comovedora, tanto mais que Henrique não pôde ou não soube realizar nenhum dos sonhos políticos do Poeta.
Mas o imperador foi salvo do descrédito pela mão da morte. Quando o que deveria ser o unificador da Itália baixou ao túmulo, Dante enterrou no mesmo esquife as suas esperanças políticas e cívicas.
Recusou o perdão ofertado por Florença, denunciando ser demasiado alto e moralmente vexatório o preço requerido. Em troca, recebeu nova condenação, desta extensiva aos filhos. Continuou vagando, provando a hospitalidade que sempre considera humilhante para o seu orgulho cultivado (come sa di sale lo pane altrui e come è duro calle lo scendera e 'l salir per l'altrui scale). Demorou-se em Ravena, honrado por Guido Novello da Polenta, sobrinho da inefável Francesca da Rimini que lhe merece dos melhores entre os mais inspirados versos do poema. Na favorável Ravena, tem disposição e tempo para, entre outras fazenças, discutir na cátedra a tese de que "em ponto algum do globo a água pode estar mais alta do que a terra".
Aos 56 anos e 3 meses de idade, a 14 de setembro de 1321, falece, logo após regressar de Veneza onde fora cumprir embaixada do senhor ravenês.
Mas o imperador foi salvo do descrédito pela mão da morte. Quando o que deveria ser o unificador da Itália baixou ao túmulo, Dante enterrou no mesmo esquife as suas esperanças políticas e cívicas.
Recusou o perdão ofertado por Florença, denunciando ser demasiado alto e moralmente vexatório o preço requerido. Em troca, recebeu nova condenação, desta extensiva aos filhos. Continuou vagando, provando a hospitalidade que sempre considera humilhante para o seu orgulho cultivado (come sa di sale lo pane altrui e come è duro calle lo scendera e 'l salir per l'altrui scale). Demorou-se em Ravena, honrado por Guido Novello da Polenta, sobrinho da inefável Francesca da Rimini que lhe merece dos melhores entre os mais inspirados versos do poema. Na favorável Ravena, tem disposição e tempo para, entre outras fazenças, discutir na cátedra a tese de que "em ponto algum do globo a água pode estar mais alta do que a terra".
Aos 56 anos e 3 meses de idade, a 14 de setembro de 1321, falece, logo após regressar de Veneza onde fora cumprir embaixada do senhor ravenês.
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