domingo, 30 de outubro de 2011

Touro

Nascidos entre 22 de abril e 22 de maio



O touro Ferdinando, da famosa história para crianças, é uma criatura adorável. Seu divertimento preferido é ficar aspirando o perfume das flores, ouvindo o canto dos passarinhos, desfrutando a brisa do verão. Nosso Ferdinando não faz grande coisa, contenta-se com pouco e está à vontade em seu pasto. Mas chega um dia em que se senta numa flor com uma abelha... e você pode imaginar o resto. O touro Ferdinando é um perfeito taurino, e a história de muitos taurinos se desenrola da maneira como foi contada acima - o prazer de estar no campo sentindo o cheiro das flores; mas há sempre uma maldita abelha.



Touro é regido pelo planeta Vênus, a deusa do amor e da beleza na mitologia. É também a mais indolente das deidades do Olimpo, preferindo seus numerosos prazeres a qualquer trabalho que possa ser desagradável. Tudo isso descreve bem um dos aspectos da natureza de Touro. Algumas palavras o definem: paz, serenidade, prazer, calma, estabilidade, afabilidade. A famosa paciência do Touro não é como a paciência do Capricórnio, construída à base de disciplina e cinismo. É a paciência da natureza, como a paciência da própria Terra, serena e vivendo cada dia pelo prazer que obtém, enquanto o amanhã - desde que se garanta que amanhã será como hoje - é esquecido.



É claro que existem outros aspectos de Touro. De certa maneira você pode situar os taurinos numa das duas fases de sua vida: antes e depois do mais pavoroso aspecto da vida do Touro, aquilo que vai realmente contra a sua natureza, as mudanças.

O que se costuma associar tradicionalmente a Touro é seu desejo de segurança e de estabilidade material. E não há dúvida de que Touro gosta de ter uma segurança palpável, imutável - como barras de ouro, valiosos móveis antigos ou um lindíssimo Ferrari. Riquezas abstratas, imobilizadas em investimentos, ou riquezas de natureza incorpórea (tais como conhecimento, autoconhecimento, amigos e outras menos tangíveis) não são verdadeiras riquezas para Touro. Segurança é aquilo em que se pode confiar. Aquilo em que você pode confiar é o que não muda, não é corroído, não o deixa, não desaparece, nem depende dos outros para ter valor. Uma vez possuindo tais riquezas, o Touro pode descansar. Na maioria das vezes, descansa tanto que nem se mexe mais.



Existe outro aspecto para esse impulso que leva Touro a construir sua segurança e que está relacionado com seu modo de encarar a vida. Quando discutimos o elemento terra em geral, mencionamos que ele lida com a realidade - realidade concreta e tangível. Touro, o primeiro dos signos de terra, tem um ponto de vista "realista" por excelência; ele nunca é loucamente idealista, nunca é ingênuo a respeito das necessidades e das exigências da vida comum. Um Touro de verdade tem sempre um olho fixo naquilo que pode sustentá-lo e preservá-lo na vida. Ele é sempre realista em suas metas, sempre coloca o "chapéu onde pode alcançá-lo". Por si mesmo, Touro não e um signo ambicioso. Ele pode ficar muito feliz, sem aparecer, por trás do pano; ele seria o investidor, o financista, o que mantém o negócio em andamento sem receceber os louvores públicos. Touro é tão realista que sabe que os louros da vitória não servem para comer nem para tampar as goteiras do telhado. O outro lado da moeda é que, com tanto realismo, Touro muitas vezes perde aquilo que não é visível através de seus olhos terrenos. Ele valoriza a simplicidade e os fatos fundamentais, mas muitos aspectos da vida não são nem simples nem podem ser enquadrados em fórmulas. Podemos chamar a isto de Síndrome do Chato Pragmático. Ele é chato principalmente porque, se não puder dominar a situação, nada tem a dizer sobre o assunto. Nem se cogite naquelas margaridas que fazem bem à alma. Um diálogo com ele poderia transcorrer como se segue:

AMIGO DO TOURO: Tenho uma ideia maravilhosa. Sabe aquele romance no qual eu estava trabalhando? Pensei que daria um bom roteiro para um filme. Todas as cenas de batalhas seriam rodadas à noite, à luz de tochas, com fogos de artifício espocando por todos os lados e... um efeito dramático formidável! E com trajes do século XV...

TOURO: Não sei por que você pensa em tudo isso, se não vai ganhar nenhum dinheiro com tal projeto.

AMIGO: Bem, no momento não, mas com um pouquinho de sorte, posso pedir uma ajuda a um amigo...

TOURO: você nunca vai conseguir entrar no negócio de cinema. Ele é altamente competitivo, e depois, para que mais um drama histórico? Quem quer saber de história nos dias de hoje? Isso já era. Não vejo por que gastar tanta energia nisso.

AMIGO: História já era? Não senhor! Hoje em dia tem uma série de significados simbólicos...

TOURO: Simbólicos? O que é isso? Ou alguma coisa já era, e morreu, ou não. Não entendo o que você está dizendo. Por que você não faz alguma coisa que possa lhe render algum dinheiro?

Esse diálogo pode ter diversas versões. Como aqui, pode se aplicar à completa falta de compreensão quanto ao que é simbólico, romântico, dramático. Touro gosta de carne com batatas simples, sem molho. Têm, evidentemente, de ser da melhor qualidade, mas ele não gosta de enfeites complicados; também não gosta de opções. Para que alguma coisa seja bem real para Touro, ela tem de ser mais do que possível - tem de ser definida.



Outras versões para este diálogo ocorrem em qualquer área em que a realidade física não seja imediatamente aparente. Muitos taurinos são notoriamente céticos a respeito de tudo o que consideram "místico" - como a astrologia, por exemplo. Notei, por mais de uma década em que venho ensinando astrologia, que há cada vez menos taurinos em meus cursos do que pessoas de qualquer outro signo. Há também poucos leoninos, que provavelmente estarão estudando sozinhos, pois eles não gostam de aprender com ninguém. Mas Touro tomará muito cuidado com algo como a astrologia, enquanto não puder provar científica e definitivamente que ela funciona, e isto, não uma só vez, mas muitas vezes, porque uma vez só poderia ser um acaso.


Continua...

sábado, 29 de outubro de 2011

ALEXANDRE DUMAS



Pouco entendeu do texto, mas sentiu que estava diante de uma obra-prima. Algo de novo, ainda inexistente na França. Shakespeare o deslumbrava, mas chegara a hora de acabar com as representações das tragédias clássicas francesas. Queria ver no palco a explosão de todos os sentimentos, fazer a platéia prender a respiração ante uma complicada cena de amor ou de ódio. Faltava-lhe tão-somente um bom assunto. Haveria de encontrá-lo casualmente numa exposição de escultura em Paris, num baixo-relevo que representava o assassinato de Giovanni Monaldeschi, por ordem da rainha Cristina da Suécia.

Alexandre Dumas não sabia quem era Monaldeschi, tampouco ouvira falar na rainha, e, homem feito, foi obrigado a consultar a Biografia Universal, dicionário de personalidades históricas, para descobrir quem era Monaldeschi. Soube assim que hora o amante de Cristina da Suécia. Com ciúme dos favores dispensados pela amante a outro cavalheiro italiano, Sentinelli, Monaldeschi escreveu a Cristina uma série de cartas injuriosas, imitando a letra do rival. Descoberta a intriga, a soberana ordenou a seu novo amor que executasse Monaldeschi no pátio de Fontainbleau, presenciando o espetáculo. Munido dessas informações sumárias, escreveu o drama Cristina, que pretendia fosse representado no teatro mais famoso e exigente da época, o Comédie-Française.

Sabia das dificuldades que o esperavam. Coragem, orgulho, autoconfiança, entretanto, sempre foram os traços marcantes de seu caráter. Nada o intimidava.

Paris entrara em seus sonhos desde o dia em que chegara à sua casa certo Auguste Lafarge. Impressionaram-no a elegância do rapaz, sua loquacidade, seus versos e, sobretudo, a descrição de uma cidade de luzes e festas, onde a glória e o dinheiro pareciam fáceis.



Em Villers-Cotterêts Dumas pediu permissão à mãe para ir morar em Paris. Queria tentar o teatro. Confiando a um amigo o desejo de escrever uma peça e conquistar a fama, foi aconselhado a aprimorar sua cultura literária, ler muito, aprender vários idiomas, conhecer grandes autores estrangeiros antes de partir.

Aprendeu alemão e italiano sem muito esforço. Com a ajuda de Lafarge traduziu o romance Jacopo Ortis, de Foscolo, e leu Werther, de Goethe.

A certeza de que sua verdadeira vocação era escrever para o teatro fortaleceu-se quando um grupo de atores apareceu em Soissons, cidade próxima a Villers-Cotterêts. A representação de Hamlet, de Shakespeare, arrebatou Dumas.

Mais que a intricada análise de sentimentos e a inquietação revelada pelos personagens, encantaram-no a liberdade da construção dramática e o emprego de elementos grotescos.



Saiu do espetáculo convencido de que poderia criar algo igual ou melhor. Seu amigo Adolphe de Leuven, nobre sueco refugiado na França, frequentador habitual dos mais famosos teatros parisienses, ofereceu-se para colaborar, e ambos escreveram uma pequena peça em um ato: O Major de Strasburgo. Pouco depois Leuven voltou a Paris, onde morava, deixando o jovem ansioso por segui-lo e poder conquistar a capital.

A sra. Dumas não opôs resistência ao desejo do filho. Juntou o último dinheiro que lhe restava e fez-lhe as malas.

Alexandre chegou em Paris em 1822, com apenas vinte anos de idade, pouca instrução e nenhuma experiência. Precisava arrumar um emprego. Procurou Adolphe, em busca de três ou quatro endereços de ex-companheiros de seu pai.

Nem todos o atenderam. Um até duvidou de sua identidade, mas o último, o general Foy, o recebeu, lembrando com saudade o amigo desaparecido. Perguntou-lhe o que sabia fazer. Dumas disse-lhe honestamente que não conhecia matemática, ignorava por completo o que era álgebra ou contabilidade e não fizera curso de Direito. O general prometeu chamá-lo quando soubesse de alguma possível colocação. Ao ver, porém, a bela caligrafia com que desenhou o nome da rua e o número, teve uma ideia: o rapaz poderia trabalhar como secretário do duque de Orléans, futuro rei Luís Filipe. O emprego não só lhe garantiria a subsistência em Paris como também lhe haveria de abrir caminho para o Comédie-Française.



Todos os meses um funcionário do teatro ia levar entradas para o duque de Orléans, e, numa dessas ocasiões, Dumas resolveu interpelá-lo a respeito de como poderia fazer representar sua Cristina. O funcionário lhe esclareceu ser preciso submeter o manuscrito ao julgamento de uma comissão encarregada de leitura e aguardar o resultado. Alexandre não queria esperar nada. Sempre resolvera as coisas rapidamente, como com Catarina Labay, a costureirinha do prédio vizinho. Logo que a conheceu, tornou-a sua amante e teve um filho com ela antes que completasse um ano de namoro. Esse filho também se tornaria célebre: Alexandre Dumas, autor de A Dama das Camélias. Repentinamente chefe de família, teve de mudar-se para um apartamento maior, com Catarina e o menino.

Mas continuou tramando o meio de estrear no mundo do teatro. "O senhor poderá apressar as coisas", disse-lhe o funcionário, "se conseguir a mediação do barão Taylor", inglês nascido na Bélgica, naturalizado francês, amigo de Victor Hugo, comissário real do Comédie. Como fazer para entrar em contato com tão ilustre personalidade? Alexandre conhecera acidentalmente o escritor Charles Nodier, e graças a ele a leitura da peça foi antecipada. A comissão deliciou-se com aqueles cinco atos cheios de peripécias, ainda que não muito fiéis à verdade histórica. Vencera a primeira etapa. Restava-lhe outra, mais difícil: enfrentar a senhorita Mars, atriz principal do elenco permanente do Comédie.

Lidar com as mulheres de modo geral não o preocupava. Era um prazer e uma arte, na qual Alexandre era perito. Entre um verso e outro, envolvia-se num caso amoroso, apesar dos protestos de Catarina Labay. Com a atriz não deu certo. Velha, queria parecer moça. Educada na escola clássica, não queria saber de gritos nem de choros. Abominava o crime e o sangue apresentados em cena. Positivamente, não podia aprovar o que considerava de mau gosto no drama de Dumas. Ordenou-lhe modificações; ele se recusou a fazê-las e ela abandonou o papel. Romperam relações, tornaram-se inimigos. Cristina foi para a gaveta. Dumas no entanto, já havia posto os pés no Comédie.

Precisava encontrar logo outro assunto. Achou-o mais ou menos ao acaso, ao ouvir, durante uma conversa, um fato que ocorrerá no reinado de Henrique III. Marcado pela influência do escocês Walter Scott, que escrevia romances históricos após cuidadosas pesquisas, Dumas leu mais dois livros sobre o assassinato da bela duquesa de Guise por seu marido Henri ao ser surpreendida em adultério. Com mais alguns dados sobre a época, a sua fértil imaginação fez nascer uma peça cheia de colorido, de ambientação histórica, de emoção, que, se não chega a ser uma obra-prima, tem o mérito de haver iniciado o teatro romântico na França: Henrique III e Sua Corte, levada à cena pela primeira vez, no Comédie-Française, em 11 de fevereiro de 1829.



Além do sucesso, Alexandre Dumas levou, da estreia, o coração da jovem atriz Virgínia Bourbier e a alegria de ver presentes no espetáculo o duque de Orléans e toda a sua comitiva. Os direitos de imprimir Henrique III foram vendidos por uma soma assombrosa. Diante do êxito, retirou da gaveta Cristina, reescreveu-a, mudou-lhe o título (Estocolmo, Fontainebleau, Roma) e a fez representar. O triunfo foi absoluto.

Paris encontrava-se em plena ebulição cultural e política, em virtude das novas ideias que o Romantismo trouxera para todos os campos do conhecimento humano.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Shakespeare

SHAKESPEARE |


O fundador de tradições


POR RICARDO LÍSIAS

Coroada rainha da Inglaterra em 1558, Elizabeth I imediatamente determinou que as artes tivessem lugar central em seu reino. Culta e interessada em línguas estrangeiras, a monarca de apenas 25 anos percebeu que o teatro, além de oferecer um entretenimento de primeira grandeza, servia também para distrair e agradar a população. Assim, incentivou a criação de companhias que pudessem atuar tanto para uma platéia culta e nobre quanto para o povo em geral. Além disso, apoiou a carreira de ator e ajudou a construção de teatros. Ao menos dois grandes e importantes complexos dramatúrgicos foram erguidos durante o seu reinado: o Theatre surgiu em 1576 e O Globo, cuja lista de sócios contava com o nome de William Shakespeare (1564-1616), apareceu em 1599.



Ambos os teatros tiveram vida curta: o de Shakespeare acabou vítima de um incêndio e precisou ser reconstruído. No entanto, a dramaturgia parece ter de fato feito um casamento feliz com a língua inglesa. Mesmo depois da morte da rainha Elisabeth I, em 1603, seu sucessor, Jaime I, continuou apoiando os palcos - até porque àquela altura já estava bem claro que o teatro era excelente maneira de intervir na política.

O período elisabetano (que se estende até algumas décadas depois da morte da rainha) é conturbado no plano político. A ilha britânica vê crescer o movimento puritano e toma força certo republicano que iria culminar com a revolta liderada por Cromwell. Culturalmente, porém, o período é um dos mais animados. É provável que apenas a agitação do final do século XIX em diante se equipare àqueles anos.



Além de Shakespeare, autores como Francis Bacon, John Donne e Milton produziram textos hoje clássicos no âmbito da literatura e do pensamento ocidental. Shakespeare está no centro. Ele é considerado por críticos da estatura de Harold Bloom o responsável por nada menos que a formatação do homem moderno. Trocando em miúdos, o jeito como o ser humano se enxerga seria devido a peças como Hamlet, Macbeth e, entre tantas outras, O rei Lear.




Não existe cidade no mundo com um teatro que não tenha representado uma das peças de Shakespeare. Estima-se, mesmo, que a partir do século passado não houve um segundo sequer sem que, em algum lugar do mundo, um ator não estivesse representando uma peça de Shakespeare.

Muito pouco se conhece de sua vida. Indícios apontam que ele nasceu em algum dia do final de abril de 1564, em Stratford-upon-Avon, então uma cidadezinha sem importância da Inglaterra, hoje convertida em centro de peregrinação. Com 23 anos e a vontade de se inserir em um meio mais agitado, o dramaturgo vai para Londres e logo se enturma em uma das companhias reais, fazendo sucesso primeiro como ator e, pouco depois, como autor de peças que emocionam o público. No início da última década do século XVI, sua primeira peça, Henrique VI, um drama histórico em três partes, estreia e daí em diante ele vai, ano a ano, tornando-se uma lenda viva nos palcos ingleses.

Shakespeare começa a incomodar alguns dramaturgos de sucesso, que se irritam com a ascensão de um homem vindo do interior, sem educação formal. Até ali, a maior parte dos dramaturgos vinha de boa família e antes de escrever suas peças passava por temporadas em centros de excelência como Oxford e Cambridge. A propósito, um dos primeiros documentos que citam Shakespeare é a carta de um desses teatrólogos eruditos que reclamava do sucesso do "agitador" interiorano.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Escorpião

Nascidos entre 23 de outubro e 22 de novembro



Uma das maiores dificuldades de Escorpião é aprender a ser tolerante. Compaixão ele tem bastante, embora possa se mostrar impiedoso quando necessário; mas, ao contrário dos seus colegas piscianos e cancerianos, não será muito influenciado por uma história triste, se achar que quem a conta não fez de tudo para se ajudar. Mesmo com toda essa compaixão, você quase sempre achará que o escorpiano é intolerante com a fraqueza. No entanto, ele é sensível ao sofrimento e à solidão alheios. Você pode encontrar muitos escorpianos em profissões ligadas à assistência, como medicina e psicologia, isso porque são preocupados com a dor e o sofrimento em que as pessoas vivem aprisionadas; mas preguiça e fraqueza são coisas que ele não admite. Sua atitude é a de que, não importa em que enrascada esteja metido, você pode sair dela e fazer de sua vida aquilo que quiser. Porém, na hora em que estiver apto a viver sua vida, o escorpiano terá descoberto o segredo para realizar esse pequeno ato de transformação dentro de si mesmo. Se eu posso, raciocina ele, por que os outros não podem? O que ele não entende é que as pessoas são diferentes e que nem todos tem a sua capacidade de impiedosa autodisciplina, e também, nem todo mundo tem de passar por isso na vida. O famoso orgulho luciferiano de Escorpião o impede de reconhecer que às vezes é necessário e até corajoso fraquejar.



Isto nos leva a falar de uma outra importante faceta da natureza escorpiônica. Vamos discuti-la adiante com mais detalhes. Por ora é suficiente dizer que Escorpião tem um problema em relaxar o controle de si mesmo, e isso significa o controle em muitos níveis. Pode ser o controle da expressão espontânea de emoções - todos conhecemos aquele tipo que, mesmo depois de algumas garrafas de vinho e do quinto copo de uísque, ainda mantém sua garra de ferro sobre si mesmo e nunca, nunca mesmo, se permitirá parecer tolo ou sentimental diante dos outros. Pode ser o controle sobre as pessoas - e este pode ser um verdadeiro problema nos relacionamentos mais íntimos do escorpiano. Pode ser o controle de sua própria vida, e você o encontrará manipulando os fios de todas as marionetes à sua volta para manter o mundo em seu devido lugar. E, seja qual for sua natureza, todo escorpiano, em sua vida, tem uma grande chave que abre uma enorme porta de aço atrás da qual se encontra... Bem, você não quer mesmo saber o que há ali, não é? Pegue toda essa introspecção e essa imensa sensibilidade, adicione uma boa dose de forte orgulho e determinação para traçar seu próprio caminho na vida, coloque ainda uma dose de desconfiança generelizada com relação aos motivos dos outros, e o resultado não vai ser exatamente uma pessoa conhecida como "descansada". Às vezes essa mistura toda produz uma qualidade atraente e fascinante - sugerindo profundezas insondáveis. Sorte sua se conseguir sondá-las. Só que isso às vezes produz uma manifesta paranóia.



Já se disse muitas vezes que o escorpiano, graças à sua enorme força de vontade, paciência, persistência e introspecção, pode vencer em qualquer coisa que se proponha, e isso, em geral, é verdadeiro. O escorpiano é praticamente irrefreável quando decide empreender algo. Por ser um signo de sentimento, ele se entrega emocionalmente a tudo o que faz. Se não o fizer, ele se aborrece. Seja tornando-se um líder nacional (como Charles de Gaulle, um famoso escorpiano), seja trocando uma lâmpada queimada - se tiver interesse pelo que faz, seu trabalho não será uma coisa amorfa. Ele será feito com o coração, a alma e o corpo. Quando está verdadeiramente interessado, põe todos os seus talentos e energia naquilo que faz. Montanhas se movem sem esforço desse jeito. Essa introspecção possibilita ao escorpiano sair de lado e driblar - ou, se necessário, atacar - aqueles que querem derrubá-lo, muito antes que se perceba que algum tipo de confrontação está para conhecer. Martinho Lutero era de Escorpião. Quem, senão um escorpiano, poderia desafiar toda a Igreja Católica? Teddy Roosevelt, outro famoso escorpiano, tinha uma expressão favorita, que exprime bem sua fórmula de sucesso:

"Ande devagar e tenha sempre consigo um bom porrete".

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O CAVALEIRO DAS TREVAS

CONSIDERADA A MELHOR HISTÓRIA DO BATMAN EM TODOS OS TEMPOS, ESTA MINISSÉRIE REDEFINIU O PERFIL DO PROTETOR DE GOTHAM CITY

Batman: The Dark Knight Returns 1-A
Comic Book by DC, Jan 1986

Num futuro hipotético do Universo DC, os super-heróis estão há dez anos proibidos de agir em público pelo governo norte-americano. O mundo vive sob o medo de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e União Soviética (a obra é de 1986) e o caos se instalou nas grandes cidades. Inclusive em Gotham City.

Bruce Wayne, aos 55 anos, está aposentado e tenta levar o que se aproxima de uma vida comum, mas a onda de crimes não deixa. Inconformado, ele passa a impedir um delito aqui e outro ali, sempre em meio às trevas. Em pouco tempo, porém, a notícia se espalha: o Batman está de volta!

Batman: The Dark Knight Returns 2-A
Comic Book by DC, Feb 1986

Em sua nova cruzada, ele usa um batmóvel que é um verdadeiro tanque de guerra - o carrão mostrado no filme Batman Begins é inspirado nessa versão. Além disso, ganha o apoio de Carrie Kelley, uma garota de 13 anos que assume o manto de Robin e o ajuda no combate contra o corpulento líder dos Mutantes (a principal gangue de Gotham).

Na história, o retorno desagrada muita gente graúda, como o presidente dos Estados Unidos, uma versão decrépita de Ronald Reagan, que convoca ninguém menos que o Superman para deter o antigo amigo. O resultado é um confronto inesquecível, com um final tão emocionante quanto surpreendente.

Batman: The Dark Knight Returns 3-A
Comic Book by DC, May 1986

O roteirista e desenhista Frank Miller reconduz o Morcego às origens, deixando-o soturno, sombrio, anárquico e muito violento, sem esquecer que ele já não tem mais tanta agilidade, pois é quase sessentão. Para tornar tudo ainda mais interessante, o autor dá um enfoque diferente à relação do herói com o Duas-Caras e, especialmente, com o Coringa; sugere a morte de Jason Todd (o segundo Robin) três anos antes de ela ocorrer nos quadrinhos; e mostra que o tempo foi cruel com os envelhecidos Arqueiro Verde e Mulher-Gato.

Depois de seu lançamento, O Cavaleiro das Trevas tornou-se o padrão a ser seguido em HQ's de Batman e, junto com Watchmen, mostrou que super-heróis podem, sim, protagonizar histórias de teor adulto. Em uma palavra: indispensável.

Batman: The Dark Knight Returns 4-A
Comic Book by DC, Jun 1986

Entre dezembro de 2001 e julho de 2002, a DC publicou o descartável O Cavaleiro das Trevas 2, também de Miller. Apesar de ter vendido muito, a história, que acontece três anos após o fim da primeira série, não passa nem perto de sua antecessora.

autor
Frank Miller (roteiro e desenhos)

lançamento nos EUA
1986 (Batman: The Dark Knight Returns)

estreia no Brasil
1987 (O Cavaleiro das Trevas, minissérie em quatro partes, Editora Abril)

onde encontrar
em 2002, a Abril relançou a obra numa minissérie em duas partes, que é mais fácil de achar em sebos. Com sorte, encontra-se também a série de 1987 e a primeira republicação, de 1997.

dica do Cris
Na Comix você encontra Batman: O Cavaleiro Das Trevas - Edição Definitiva.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CAPITÃO AMÉRICA E OS VINGADORES SECRETOS 1

Julho de 2011
Panini Comics
R$ 6,50
84 págs.

Secret Avengers 1-A
Comic Book by Marvel, Jul 2010

Secret Histories, Part One
Histórias Secretas - Parte Um
Ed Brubaker - Roteiro
Mike Deodato - Ilustrações
Rain Beredo - Cores
Tom Brevoort - Editor original
Joe Quesada - Editor-chefe original
Fernando Lopes/PF - Tradução
Gisele Tavares - Letras
Paulo França - Editor

Captain America (1968) 606-A
Comic Book by Marvel, Aug 2010

No Escape, Part 1
Sem Saída - Parte 1
Ed Brubaker - Roteiro
Butch Guice - Ilustrações
Dean White - Cores
Tom Brevoort - Editor original
Joe Quesada - Editor-chefe original
Jotapê Martins/FL - Tradução
Gisele Tavares - Letras
Paulo França - Editor

Capitão América criado por Joe Simon e Jack Kirby

Secret Warriors 17-A
Comic Book by Marvel, Aug 2010

Guerreiros Secretos
Jonathan Hickman - Roteiro
Alessandro Vitti - Ilustrações
Imaginary Friends Studio - Cores
Bill Rosemann - Editor original
Joe Quesada - Editor-chefe original
Paulo França/FL - Tradução
Gisele Tavares - Letras
Paulo França - Editor

Guerreiros Secretos criados por Brian Michael Bendis & Alex Maleev

Após perder a confiança numa estrutura de comando muito comprometida pelos políticos e pela burocracia, Nick Fury, antigo líder da organização de manutenção da paz conhecida como SHIELD, foragiu-se e reuniu uma equipe de Guerreiros Secretos a partir de uma lista de jovens super-humanos conhecida apenas por ele, para travar as guerras que ele acredita que precisam ser travadas.

Daisy Johnson - codinome Tremor - lidera Estilingue (Yo-Yo Rodriguez), Infernal (J.T. James), Muralha (Jerry Sledge), Fobos (Alexander Aaron) e Eden Fesi, formando a unidade principal de Fury, a Equipe Branca. Fury revelou recentemente a existência de dois outros esquadrões: a Equipe Cinza, liderada por seu filho Mikel, está encarregada de neutralizar a Leviatã, uma organização soviética dos tempos da Guerra Fria; e a Equipe Negra, chefiada pelo ex-agente da SHIELD Alexander Pierce, tem a missão de combater e destruir a Hidra.

O que começou como o que Fury acreditava ser uma batalha entre o certo e o errado acabou se tornando uma guerra em múltiplos fronts. A agência secreta russa de espionagem conhecida como Leviatã, liderada pelo ressurreto Órion, entrou numa batalha total contra a Hidra. Com a destruição da Coroa - uma das bases da Hidra - e uma quantidade maciça de baixas em ambos os lados. Fury designou suas três equipes para a Operação Atacar, num esforço para obliterar seus inimigos enquanto ainda estão debilitados.

Simultaneamente, Fury encarregou Dum Dum Dugan de reunir um exército de ex-agentes da SHIELD e formar uma nova versão de seu antigo esquadrão, o Comando Selvagem.

domingo, 23 de outubro de 2011

Escorpião

Nascidos entre 23 de outubro e 22 de novembro



Dizem que o Escorpião pode ser reconhecido pela fixidez do seu olhar. Isto se tornou mais do que notório na astrologia em geral e nos horóscopos de jornais. Enigmático, penetrante, ele sonda sem nada revelar, aparentemente hostil e impiedoso. O homem da visão de raio X. Esse particular, junto com a infame paixão geralmente atribuída a esse signo, torna a vida muito difícil para as pessoas de Escorpião. Afinal, se numa festa alguém lhe perguntar de que signo você é, e você, olhando fixamente para essa pessoa, lhe disser "Escorpião", e ele der um passo para trás e fugir com medo, ou se no mesmo instante perguntar o que você vai fazer mais tarde, bem... a coisa pode se tornar difícil.



Escorpião é, sem dúvida, o mais desconcertante e talvez o mais incompreendido signo do zodíaco. Os próprios escorpianos não ajudam a resolver esse problema, pois eles mesmos têm a tendência de se tornar enigmáticos e misteriosos quando se sentem inseguros e ficam checando as opiniões dos outros. Mas vamos deixar de lado os preconceitos e começar do início. O que existe sobre este oitavo signo, que parece provocar tanta confusão, fascinação e temor? Se você abrir um texto astrológico medieval e se for um escorpiano forte - seja de Sol, Lua ou ascendente -, vai se sentir como um bicho voando por cima da Golden Gate ou se transformar num policial imediatamente antes de perpetrar um crime sexual ou assaltar alguém. As descrições são as piores possíveis. Prepotente, maníaco sexual, violento, briguento, vingativo, astucioso. A imagem é das mais pavorosas. O equivalente moderno não é muito melhor. É uma desgraça ter de viver à sombra de uma Mata Hari (que era escorpiana) ou de um dom-juan. Cansa viver assim. Mas, afinal, quem é o Escorpião?



Como Câncer e Peixes, este é um signo de água. Antes já falamos sobre o elemento água, que está mais ligado ao lado sentimental da vida. Isto significa que, deixando de lado todas as suas cortinas de fumaça - e não se engane: Escorpião, de todos, é o signo que tem as melhores cortinas de fumaça -, que é profundamente sentimental e sensível, facilmente afetado pelas correntes emocionais que fluem nele e à sua volta, suscetível aos sentimentos alheios, facilmente magoável, simpático, compassivo, muitas vezes intensamente solitário e dotado de uma necessidade quase voraz de relacionamento. Não repare na plaqueta de "solitário" que penduram neste signo. Escorpião não é solitário em seu coração; é justamente o contrário: ele anseia por uma união verdadeiramente profunda e íntima, só que escolhe muito bem quem vai deixar entrar em seu domínio psíquico, uma vez que é tão intensamente sensível. E também poderíamos dizer que ele é um pouco desconfiado com relação às pessoas.



Falemos da desconfiança. O escorpiano poderá preferir chamá-la de precaução realista. Como todos os signos de água, Escorpião não se ilude com a ideia de que tudo o que se mostra na vitrine é igual àquilo que se compra. O Escorpião tem uma maneira esquisita de perceber aquilo que as pessoas não querem que os outros saibam. Muitas vezes nem eles sabem, o que torna as coisas ainda mais embaraçosas. É muito desagradável achar que alguém sabe a seu respeito alguma coisa que ele próprio desconhece. Desde a mais tenra infância o escorpiano consegue perceber a hipocrisia e a impostura com este seu curioso faro para as correntes subterrâneas.

Sendo de água, ele muitas vezes não vai ser capaz de formular essas percepções. O mais provável é que tenha reações viscerais, e você pode ter certeza de que, onde ele sente cheiro de enxofre, esse cheiro de fato existe. O problema é que ele sente cheiro de enxofre em todo mundo.

Como você pode constatar, Escorpião tem conhecimento de um dos mais profundos e confusos segredos da natureza humana: todos os indivíduos carregam dentro de si um lado sombrio. Escorpião não pode se dar ao luxo de ser romântico, pois sabe perfeitamente que junto à nobreza e à grandeza da raça humana ainda existe um animal, e não o melhor de todos. Já mencionamos que o elemento ar é idealista. Em princípio, o homem é fundamentalmente bom. O elemento água é mais realista. Princípios são maravilhosos, mas a vida é diferente. Não admira que o escorpiano pareça por vezes profundamente cínico. E como poderia ser de outra maneira, se ele é constantemente envolvido e confrontado com o espetáculo da roupa suja de todo mundo, inclusive a sua?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ACIDENTES AÉREOS

O acidente aéreo com o maior número de mortes de passageiros da história aconteceu, ironicamente, em terra. Foi nas ilhas Canárias, em março de 1977. Na ocasião, um Boeing 747 da Pan American colidiu na pista do aeroporto de Tenerife, com outro Boeing 747, da KLM. Foram 583 mortos. No Brasil, o desastre mais devastador ocorreu em setembro de 2006, depois que um Boeing da companhia Gol caiu e deixou 154 mortos após se chocar com um jato Legacy.

Monumento Conmemorativo Internacional 27 de marzo de 1977

Fonte: LOST de A a Z - Um guia para decifrar o enigma

7. Por que As Relíquias da Morte - Parte 1 não foi exibida em 3D?


Pouco mais de um mês antes de As Relíquias da Morte - Parte 1 estrear nos cinemas, a Warner Bros. deu a notícia que decepcionou os fãs: a exibição não seria em 3D. Confira um trecho do comunicado oficial da empresa: "Apesar dos esforços de todos, não conseguimos converter o filme inteiramente e alcançar os padrões mais altos de qualidade".

No entanto, o diretor David Yates aprovou a notícia. E a crítica especializada em cinema também. já que o mesmo procedimento que estava sendo feito com As Relíquias da Morte - Parte 1 foi utilizado em Fúria de Titãs e acabou levando várias bordoadas da imprensa.

Agora, para As Relíquias da Morte - Parte 2, tudo indica que vai dar certo - mesmo depois de Mark Williams (o Sr. Weasley) ter declarado à imprensa que duvidava que a versão 3D fosse aprovada. Afinal, não é magia. É tecnologia!

Fonte:
100 RESPOSTAS HARRY POTTER - O GUIA DEFINITIVO
Pág. 8
Editora Abril
Mundo Estranho
Edição 112-A
R$ 9,95

ABUTRE

(The Vulture)

Amazing Spider-Man (1963) 64-A
Comic Book by Marvel, Sep 1968

Supervilão alado que assombrava a todos por praticar roubos sensacionais sem ser apanhado... até que apareceu o Homem-Aranha. Este descobriu que o bandido usava um dispositivo magnético para voar e usou um inversor antimagnético para vencê-lo. Criado por Stan Lee em 1963, apesar de ter sido derrotado, o Abutre ainda voltou a agir várias vezes, sempre na intenção de destruir o Homem-Aranha, seu maior inimigo.

Fonte: Dicionário Marvel - 1

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os Pilares da Terra - Volume I


Quatro semanas após a Páscoa, Aliena e Richard entraram em Winchester com um cavalo velho puxando uma carroça feita em casa, transportando um imenso saco com duzentas e quarenta peles de carneiro - o número preciso que fazia um saco-padrão.
Nesse ponto eles descobriram os impostos.
Antes sempre tinham entrado na cidade sem chamar nenhuma atenção, mas dessa vez aprenderam porque os portões da cidade eram estreitos e constantemente guarnecidos por funcionários da alfândega. Havia um pedágio de um penny para cada carroça de bens que entrasse em Winchester. Por sorte, ainda possuíam alguns pennies de sobra, e puderam pagar, pois, de outro modo, teriam sido barrados.
A maior parte das lãs tinha lhes custado entre meio penny e três quartos de penny cada. Haviam pago setenta e dois pence pelo cavalo velho, e a carroça desmantelada viera junto. A maior parte do resto do dinheiro fora gasta com comida. Mas naquela noite teriam uma libra de prata e um cavalo com carroça.

pág. 435