domingo, 11 de janeiro de 2009

Panorama da LITERATURA INGLESA

Literatura inglesa

Sobre livros e ilhas

Há certo consenso sobre o papel central que a literatura inglesa ocupa no cânone do Ocidente. Basta mencionar que foi nessa língua que escreveu Shakespeare, que carrega sem esforço o epíteto de fundador de tradições.
Natural, portanto, que esta série sobre grandes literaturas mundiais comece naquela Londres culturalmente vibrante do período elisabetano.
Para apresentar este panorama, reunimos colaboradores que, devido à familiaridade com os autores tratados, poderiam estar conversando sobre eles num pub. E às vezes o fazem. É o caso de José Antonio Arantes, que mora em Cambridge. Tradutor de William Blake e James Joyce, Arantes escreve românticos e modernos – e ainda nos brinda com traduções feitas especialmente para esta publicação.
A Fábio de Souza Andrade coube uma tarefa dupla.
Em um primeiro momento, como se ministrasse uma aula inaugural, ele empreende um sobrevôo por escolas e períodos. Em seguida, fecha o foco sobre autores que conhece de perto, como Samuel Beckett, de quem traduziu Esperando Godot.
Ricardo Lísias, que tem no currículo uma tradução de Dickens a quatro mãos com Machado de Assis, desta vez troca os vitorianos pelos elisabetanos, e nos mostra a atualidade do bardo. Escrevem ainda Cilaine Alves Cunha, Daniel Puglia, Maurício Arruda Mendonça, Marcos Soares e Ricardo Musse, conhecedores da literatura inglesa.
Duas palavras sobre critérios: o polonês Joseph Conrad e o americano T. S. Eliot são mais britânicos que muitos súditos de Sua Majestade; e a literatura inglesa perderia tempero sem a contribuição irlandesa – o que justifica a inclusão de escritores estrangeiros e de Dublin.
No mais, esta publicação inverte a clássica formulação e pergunta: que livros você traria dessas ilhas?

OSCAR PILAGALLO, editor

Fonte: CADERNOS ENTRE LIVROS Nr. 1 – DUETTO EDITORIAL

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