sábado, 31 de outubro de 2009

Adormecida


Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos - beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! - tu és a virgem das campinas!
"Virgem! - tu és a flor da minha vida!..."

Castro Alves

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Felicidade


A doce tarde morre. E tão mansa
Ela esmorece,
Tão lentamente no céu de prece,
Que assim parece, toda repouso,
Como um suspiro de extinto gozo
De uma profunda, longa esperança
Que, enfim cumprida, morre, descansa...

E enquanto a mansa tarde agoniza
Por entre a névoa fria do mar
Toda a minh'alma foge na brisa:
Tenho vontade de me matar!

Oh, ter vontade de se matar...
Bem sei é cousa que não se diz.
Que mais a vida me pode dar?
Sou tão feliz!

- Vem, noite mansa...

Manuel Bandeira

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tenho tanto sentimento


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pintando tela


De posse da tela em branco,
tomei das tintas e dos pincéis. Com o carvão rabisquei,
esbocei teu corpo nu. Mesclei as tintas na palheta.
tomei o pincel, dele fiz extensão da minha alma.

Primeiros toques, foi como te tocar.
A tinta deslizou suave nas cerdas do pincel.
Pintei teu corpo, teu rosto, com tons suaves
para te imacular. Como uma jóia
pintei teu corpo, delineei teu rosto.
teus olhos, meu espelho.

Não tenho pressa, tenho a eternidade para terminar,
e se este tempo presente se findar, ficou pintado,
até este momento o meu amor por ti .
Amarte foi uma dádiva que pude registrar, na tela que vai ficar.

Yvonne Anita Muller

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Vinicius de Moraes

Joyce

VINICIUS DIVIDIDO

Bem provavelmente, os que ainda se lembram de ter visto Vinicius num palco, nos anos 60 ou 70, acompanhado por Toquinho ao violão e por alguma das cantoras com quem ele trabalhou por mais tempo - Marilia Medalha, Maria Bethânia, Maria Creuza, Joyce -, dirão que seu instrumento em cena era o uísque. Porque era assim que Vinicius aparecia para as platéias: sentado a uma mesa, a bordo de um copo e um microfone, contando histórias e dando o mote ou engrossando o coro para a cantora e os músicos que estavam ali para, em cerca de duas horas, interpretar 20 ou 30 de suas canções - uma fração de sua formidável obra.
Ponha formidável nisso, e talvez insuperável. Habituamo-nos de tal forma ao lado folclórico de Vinicius que, às vezes, esquecemos o que lhe centenas de melodias com suas letras. Quantas noites - em que ele poderia estar bebendo com os amigos, dedicando-se a uma conquista amorosa ou mesmo cantando sem compromisso, como sempre gostou de fazer - não foram perdidas, com ele torrando as pestanas em busca de uma ideia ou de uma rima para alguma letra? Mas o resultado é um acervo invejável: mais de 300 canções numa carreira que, como letrista, estendeu-se de por volta de 1953 (no começo, timidamente), até sua morte, 27 anos depois. O impressionante, no entanto, é a qualidade: até hoje, qual outro letrista da música popular pode se orgulhar de ter trabalhado com tantos contemporâneos ilustres?
Mais ou menos por ordem de entrada em cena, Vinicius foi parceiro de Paulo e Haroldo Tapajós, Antonio Maria, Adoniram Barbosa, Antonio Carlos Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Pixinguinha, Ary Barroso, Moacir Santos, Paulinho Nogueira, Francis Hime, Capiba, Edu Lobo, Edino Krieger, Cláudio Santoro, Paulo Soledade, Chico Buarque, Carlinhos Vergueiro, Toquinho e tantos outros. Sem falar nas parceiras "póstumas" (com os já mortos Ernesto Nazareth e Garoto), nas muitas com seus intérpretes e naquelas em que foi parceiro de si mesmo, criando as melodias para suas próprias letras - algumas delas, nada desprezíveis, como as de "Medo de Amar", "Pela Luz dos Olhos Teus", "Valsa de Eurídice", "Serenata do Adeus".
Nem tudo que Vinicius escreveu com seus parceiros emplacou, é claro. Muitas letras, mesmo contendo bons achados, se perderam na mesmice de melodias. E houve também casos em que ele, menos inspirado, contribuiu para apagar uma bela canção. Mas o saldo é esmagador a seu favor: Vinicius foi o co-autor de pelo menos 80 clássicos, entre sambas, valsas, modinhas, serestas, marchas-rancho, pontos de macumba e canções de difícil classificação rítmica, mas de explosivo impacto lírico, dramático ou humorístico - como definir, por exemplo, "A Tonga da Mironga do Kabuletê", dele com Toquinho?
Vinicius fez letras em francês, espanhol, italiano e nagô - embora a fluência, a malemolência e a picardia de suas palavras fossem de inspiração predominantemente carioca. Não era à toa que, segundo ele, "ser carioca era ter, como programa, não tê-lo". Vinicius não tinha um programa como letrista - acoplava-se ao compositor que o solicitava e se adaptava ao seu estilo: romântico, como Tom; crítico, como Carlinhos Lyra; vibrante, como Baden Powell; contagiante, como Toquinho. Mas o resultado era sempre, invariavelmente, Vinicius.
Aos que o criticaram por "trocar a poesia pela música popular", pode-se contrapor que, na verdade (e, até hoje, poucos sabem disto), pode ter sido o contrário: aos 18 anos, Vinicius teve sua primeira música lançada em disco um ano antes de ver seu primeiro poema sair em livro. Surpreso? Pois foi o que aconteceu. "Loura ou Morena", um simpático e inocente fox-trot de sua autoria, em parceria com os irmãos Tapajós ("Se por acaso o amor me agarrar/ Quero uma loura para namorar/ Corpo bem feito, magro e perfeito/ E o azul do céu no olhar..."), saiu num 78 rpm da Columbia em julho de 1932, interpretada por Paulo e Haroldo, tendo no lado B outra composição da trinca: o fox-blue "Doce Ilusão". E seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância, só sairia, publicado pela Schmidt, em 1933.
E, mesmo assim, com restrições. Ao mesmo tempo em que divagava e filosofava com uma plêiade de jovens intelectuais, de alto refino e sofisticação, comandada por Octavio de Faria, Vinicius pertencia a uma outra turma, esta da pesada, de rapazes do Catete, para quem a ideia de elevação espiritual consistia em jogar sinuca, meter-se em brigas ou, no Carnaval, bolinar as baianas e odaliscas nas ruas, cheirar lança-perfume no ombro uns dos outros e sair urrando pela cidade, de Botafogo à Gávea. Certa vez, um deles, chamado Paulão, cruzou com Vinicius no bonde e fulminou-o com a suspeita:
"É verdade que você está escrevendo... poesia?" (E, ao falar poesia, mal conseguia disfarçar o nojo.)
No fundo, queria saber se Vinicius tinha se convertido ao homossexualismo, para ele condição obrigatória de ser poeta. Vinicius fingiu espanto:
"Euuuuuuuuuuuu?".
O que Paulão não diria se soubesse que seu amigo de farras levava vida dupla e, na sua identidade secreta de jovem bardo, escrevia coisas como "Almas que povoai o caminho da luz/ Que, longas, passeais nas noites lindas/ Que andais suspensas a caminhar no sentido da luz/ O que buscais, almas irmãs da minha?". (São versos do poema "Místico", de O Caminho para a Distância.)
Com ou sem Paulão, estava escrito que, numa primeira instância, a poesia venceria e abortaria no ovo a carreira musical de Vinicius - porque ele próprio, refletindo o espírito da época, também considerava "menor" a música popular. Daí que, pelos 20 anos seguintes, Vinicius dedicou-se à poesia - seus amigos passaram a ser Augusto Frederico Schmidt, Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Murilo Mendes e até o jovem João Cabral de Mello Neto - e estancou sua veia para a música. No entanto, nada o impedia de praticá-la como amador, pelo prazer de tocar violão (cujos rudimentos aprendeu) e cantar com os amigos. E foi assim que, sempre que o Itamaraty o estacionava no Rio, nos anos 40 e 50, Vinicius nunca deixou de cometer deliciosos duetos com Tonia Carrero ou Elsie Lessa, em saraus na casa de Anibal Machado ou de Carlos Leão. Outro amigo, o jornalista Lucio Rangel, era um ser eminentemente musical e, a seu lado, Vinicius convivia também com potências do samba, como Ismael Silva, Ciro Monteiro e Bororó, este o autor dos irresistíveis "Curare" e "Da Cor do Pecado".
Naturalmente, nada disso se compararia ao turbilhão musical em que sua vida se transformou quando ele e Tom Jobim se juntaram, em 1956, para compor as canções para sua peça Orfeu da Conceição e, poucos meses depois, o país inteiro parecia estar cantando "Se Todos Fossem Iguais a Você".


Veja também:
O ANEL NA CAUDA
PINTANDO OS CANECOS
RECEITA DE VINICIUS

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


Não estejas longe de mim um só dia, porque como,
Porque, não sei dizê-lo, é comprido o dia,
E te estarei esperando como nas estações
Quando em alguma parte dormitaram os trens.

Não te vás por uma hora porque então
Nessa hora se juntam as gotas do desvelo
E talvez toda a fumaça que anda buscando casa
Venha matar ainda meu coração perdido.

Ai que não se quebrante tua silhueta na areia,
Ai que não voem tuas pálpebras na ausência:
Não te vás por um minuto, bem-amada,

Porque nesse minuto terás ido tão longe
Que eu cruzarei toda a terra perguntando
Se voltarás ou se me deixaras morrendo.


Pablo Neruda

By: Monte Stinnett

Outra flor no jardim:
DEUS SEMPRE CONDUZ VOCÊ AO RUMO CERTO.

domingo, 25 de outubro de 2009


A teus mimosos pés, meu bem, rendido,
Confirmo os votos que a traição manchara;
Fumam de novo incensos sobre a ara,
Que a vil ingratidão tinha abatido.

De novo sobra as asas de um gemido
Te of'reço o coração, que te agravara;
Saudoso torno a ti, qual torna à cara,
Perdida Pátria o mísero banido;

Renovemos o nó por mim desfeito,
Que eu já maldigo o tempo desgraçado
Em que a teus olhos não vivi sujeito;

Concede-me outra vez o antigo agrado;
Que mais queres? Eu choro, e no meu peito
O punhal do remorso está cravado.


Bocage


Outra flor no jardim:
Timidez

sábado, 24 de outubro de 2009

DC 2000 # 9 (SETEMBRO/1990)
R$ 1,90
Abril Jovem










DINHEIRO DE BRINQUEDO
XEQUE-MATE
Argumento: PAUL KUPPERBERG
Desenhos: JOHN STATEMA
Arte-final: AL VEY

Checkmate (Vol 1) 9-A
Comic Book by DC, Dec 1988



















OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE VANESSA KAPATELIS NA ILHA PARAÍSO
MULHER-MARAVILHA
ARGUMENTO: GEORGE PÉREZ
DESENHOS: ROSS ANDRU & GEORGE PÉREZ

EPÍLOGO
ILUSTRADO POR
BRIAN BOLLAND & MARK FARMER

Wonder Woman Annual 1-A
Comic Book by DC, Aug 1988



















UM DEUS ENTRE OS HOMENS
A God Among Men

MULHER-MARAVILHA
ARGUMENTO E DESENHOS: GEORGE PÉREZ
ARTE-FINAL: WILL BLYBERG

Wonder Woman (Vol 2) 23-A
Comic Book by DC, Dec 1988


















TESTE DE CAMPO
Grassroots Hero

STARMAN
CRIADO POR
ROGER STERN - ARGUMENTISTA & TOM LYLE - DESENHISTA
ARTE-FINAL: BOB SMITH

Starman (Vol 1) 2-A
Comic Book by DC, Nov 1988

GEORGE PÉREZ

MESTRE...
...EM EVOLUÇÃO

Um dos profissionais mais completos do mercado, o veterano George Pérez deixou sua marca nos quadrinhos e vive se reinventado

Por Maurício Muniz


Ao longo de uma carreira de mais de três décadas, George Pérez provou que é um dos mais consistentes desenhistas dos quadrinhos modernos e que seu traço continua sendo constantemente aprimorado. Aos 54 anos, está mais ativo do que nunca e continua a brindar os leitores com seu estilo sempre marcante e surpreendente.

Pérez nasceu nos Estados Unidos em 9 de junho de 1954, anos após sua família mudar-se de Porto Rico para lá. Como imigrantes pobres, os pais do futuro desenhista trabalharam como operários numa fábrica, até conseguirem melhores condições e mudaram-se do bairro barra-pesada do Bronx para Flushing, que era um pouco mais tranquilo. Ali, nos anos 60, o jovem George costumava visitar uma loja de quadrinhos onde podia folhear as revistas e gastar seus parcos recursos com algumas. Foi um passo para apaixonar-se pelos quadrinhos e começar a desenhar seus próprios personagens, inspirado por Jack Kirby, Curt Swan, Gil Kane e Neal Adams.

Curiosamente, a Sra. Pérez incentivava o filho a ler quadrinhos, assim George poderia aprimorar seu inglês, já que a língua predominante nos diálogos da família era o espanhol. Contudo, a mãe de George não aprovou a escolha do filho em estudar numa escola de artes e convenceu-o a cursar o colegial numa escola católica. Mesmo assim, o rapaz desenvolveu sozinho suas habilidades como desenhista e até como escritor, em alguns contos que chamaram a atenção de seus professores e amigos.


FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 10 - MAIO/JUNHO DE 2008

SUPERMAN

O maior dos SUPER-HERÓIS

O surgimento do Superman é o marco zero dos quadrinhos de super-heróis. Os detalhes estão neste Dossiê de Aço

Até nos mais longínquos recantos do mundo é fácil encontrar quem conheça aquele famoso "S" vermelho dentro da insígnia em forma de diamante.
Faz tempo que a imagem do Superman ultrapassou os gibis - sua mídia de estreia - e caiu no inconsciente coletivo. Mesmo assim, ele continua firme e forte nos quadrinhos, onde sobreviveu à kryptonita, aos supervilões e às mudanças culturais. Prova disso, são os 55 momentos memoráveis mostrados nesta edição e que resumem os 71 anos de carreira do Homem de Aço.
O herói de Krypton foi criado por Jerome "Jerry" Siegel e Joseph "Joe" Shuster. Siegel era um garoto judeu de Cleveland que adorava ler gibis e pulps - em especial os trabalhos de Edgar Rice Burroughs (Tarzan e John Carter de Marte e Philip Wylie (Gladiador) - além das histórias do aventureiro Doc Savage. Em 1933, bolou a HQ de um vilão alienígena chamado Superman que fizera mal uso de seus poderes. No ano seguinte, reformulou o personagem, tornando-o agora um alienígena que chega à Terra para lutar pela justiça. Entusiasmado, Siegel correu à casa do parceiro, colega de escola e desenhista Shuster para explicar o que tinha em mente. Shuster então criou o famoso visual do herói.
Siegel e Shuster tiveram dificuldades para vender sua tira aos jornais. Mas Maxwell Charles Gaines - um dos fundadores dos modernos comics - via a história do Super com simpatia e a indicou para Harry Donelfeld e Jack Liebowitz, proprietários da National Periodicals (atual DC Comics). A história foi aprovada mas, como tinha sido feita para jornais, teve que ser adaptada para o formato de revista. Assim, com 13 páginas, Superman finalmente estreou em 1938 no primeiro número da revista Action Comics. Era o início da maior lenda dos quadrinhos americanos.


FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 18 - SETEMBRO/OUTUBRO DE 2009

Veja também:
Jerry Siegel
Joe Shuster

PERSONAGENS FEMININAS

DOSSIÊ CAPITÃO AMÉRICA - ANOS 40

Talvez por causa das insinuações sobre Batman e Robin, os autores colocaram o Capitão América contracenando com figuras femininas, afinal, pegava mal o herói andar apenas com um garoto. Logo na primeira história surgia X-13 - também chamada de Agente R -, personagem que, disfarçada de idosa, guardava a entrada do laboratório onde Rogers se transformou no Capitão. Algumas fontes afirmam que ela e Peggy Carter (personagem dos anos 1970) eram a mesma pessoa, mas essa informação nunca foi confirmada.

Já na segunda história surgiu Betty Ross, uma agente que se tornou figura recorrente na série, a ponto de, em 1947, ser promovida a parceira do Capitão América. Uma curiosidade: Betty Ross era o nome da mulher que confeccionou a bandeira americana. O nome parece ter agradado a Lee e Kirby, pois a dupla o usou em outros trabalhos, como a namorada do Incrível Hulk.

Betty Ross vestida como Golden Girl

FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 17 - JULHO/AGOSTO 2009

Veja também:
NASCE UMA LENDA
SURGE O JOVEM PARCEIRO
A IDENTIDADE SECRETA

Dossiê WOLVERINE

O espaço na imprensa brasileira dedicado à recente visita do ator Hugh Jackman para promover o filme X-Men Origens: Wolverine em nosso país só comprova a popularidade alcançada pelo herói dos quadrinhos. Criado em 1974 como um coadjuvante numa história do Hulk, Wolverine logo ganhou a simpatia dos leitores e, após sua entrada para os X-Men em 1975, sua posição de destaque no Universo Marvel ficou inegável. Ao mesmo tempo em que o grupo mutante se tornava campeão de venda, Wolverine abria mais espaço em participações especiais em outras revistas ou em histórias-solo.
Seu sucesso marcou a ascensão dos anti-heróis nas HQs a partir dos anos 80, com personagens mais violentos e sombrios.
Mas a verdade é que nenhum deles conseguiu o mesmo sucesso do baixinho canadense, cujo carisma é sua principal arma nos quadrinhos, na TV e no cinema.



FONTE:
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 16 - MAIO/JUNHO DE 2009

Sem querer


Eu quero um dia de sol
Durante o inverno
E alguém que me jure
O seu amor eterno

Eu quero um céu de morango
E uma geléia
Feita de azul
Aprender a nadar
Uma viagem pro sul

Eu quero a paz mundial
E que a pipoca tenha mais sal
Dormir no sofá
Não ter mais que estudar

Eu quero achar meu fim e começo
E que tudo pare de ter um preço
Ter a mente sã
E balinhas de hortelã

Eu quero viver numa tribo
Que alguém venha dançar comigo
Viver em perigo
Ter um melhor amigo

Eu quero fazer bolhas de sabão
Dirigir na contra-mão
Catar conchinhas
Dormir com as galinhas

Eu quero pintar a rua com giz
Sapatos de verniz
Botar os pingos nos is
E criar o meu final feliz

Laura


FONTE: Conjunto Desordenado de Palavras

Outra flor no jardim:
Nosso lado infantil não morre nunca

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SUPER-HOMEM # 27 (SETEMBRO/1986)
R$ 4,50
Editora Abril










À MERCÊ DA MAGIA
Two for the Death of One

SUPER-HOMEM X LORDE SATANIS
Argumento: Marv Wolfman
Desenhos: Curt Swan
Arte-final: Dave Hunt
Letras: Lilian Toshimi
Cor: Flora Schuch

Action Comics 534-A
Comic Book by DC, Aug 1982



















ALUCINADA TRAIÇÃO
JONAH HEX
Roteiro: Michael Fleisher
Fotografia: Mark Texeira
Iluminação: Janke
Legendas: Lilian Toshimi
Cor: Rita de Carvalho

Hex 2-A
Comic Book by DC, Oct 1985



















O QUE VOCÊ FARIA DEPOIS DO JUÍZO FINAL?
What Do You Do on the Day after Doomsday?

LEGIÃO DOS SUPER-HERÓIS
Argumento: Paul Levitz e Keith Giffen
Desenhos: Keith Giffen
Arte-final: Larry Mahlstedt
Cor: Cleusa Acosta

Legion of Super-Heroes (Vol 2) 296-A
Comic Book by DC, Feb 1983

BILL SIENKIEWICZ

Quadrinhos expressionistas

Bill Sienkiewicz inovou as HQs nos anos 1980, mas teve uma carreira de altos e baixos nos últimos anos.
Saiba mais sobre sua espetacular arte

Por Maurício Muniz


No fim dos anos 1970, os leitores de quadrinhos conheceram um desenhista inovador e de nome um tanto complicado: Bill Sienkiewicz. Mas esse "nome artístico" é até fácil se comparado ao verdadeiro de Boleslav William Felix Robert Sienkiewicz, americano nascido no dia 3 de maio de 1958 na cidade de Blakely, uma localidade com pouco mais de 7.000 habitantes no Estado da Pennsylvania.
Descendente de um premiado romancista polonês chamado Henryk Sienkiewicz, Bill demonstrou talento para as artes. Por isso, para dar a ele a chance de desenvolver esta habilidade, a família se mudou para New Jersey quando o desenhista tinha cinco anos.
Na infância, Bill Sienkiewicz era gordinho e tímido, fatores que o levaram a se expressar por meio de desenhos e ilustrações. Sua influências eram os artistas que criavam suas revistas favoritas na época: Jack Kirby e seu trabalho lendário com o Quarteto Fantástico, e Curt Swan em sua longa passagem pelo Superman.
O ingresso na School of Fine and Industrial Arts de Newark foi um passo óbvio para alguém apaixonado por artes. Outro passo óbvio foi, após a formatura, buscar emprego para trabalhar com histórias em quadrinhos.
Foi o início de uma carreira que tornaria Sienkiewicz um dos grandes quadrinistas dos anos 80 com uma leva de seguidores.


FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 15 - MARÇO/ABRIL 2009

A QUEDA DOS HERÓIS

Dossiê STAN LEE

Em 1949, com o final da Segunda Guerra, as revistas de super-heróis perderam popularidade e os títulos da Timely foram cancelados. A editora passou a se dedicar a um público mais adulto, com títulos de romance, ficção, mistério e, principalmente, de horror - um gênero em ascensão na época - sob o selo Atlas Comics.
As histórias em quadrinhos continuaram, mas com um percentual bem reduzido de títulos. Nesse período, Stan Lee passou a escrever histórias de western, algumas infantis e de mistério e criou personagens como Battle Brady e Western Kid (ambos em título próprio) e Ringo Kid (para a revista Wild Western). Em 1954, houve uma tentativa de ressuscitar os super-heróis e Lee escreveu histórias do Namor.
No mesmo ano, o psiquiatra Fredric Wertham lançou uma "campanha pela decência" e iniciou sua perseguição às HQs com a publicação do livro Sedução de um inocente. Wertham acreditava que os quadrinhos induziam crianças e jovens a comportamentos violentos e sexualidade precoce. Por conta dessas teorias, a indústria implementou um código e um selo para identificar as revistas aprovadas. Como editor-chefe da Atlas, Lee chegou a debater várias vezes com o psiquiatra sobre o assunto, mas não obteve sucesso. No final da década de 1950, insatisfeito com a carreira, Lee pensou até em abandoná-la...

Wild Western


Fonte: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 14 (JANEIRO/FEVEREIRO 2009)

FALTA DE EVOLUÇÃO DOS PERSONAGENS

Dossiê TITÂNICO - ANOS 60


Apesar do apelo, a revista dos Titãs alcançou sucesso moderado. O motivo eram as tramas sem sentido e com soluções simples demais, sem uma continuidade coerente e nenhum aprofundamento sobre a vida dos protagonistas, além do fato de serem super-heróis. O caso mais grave era da Moça Maravilha, que entrou na equipe sem qualquer menção à sua origem ou sequer uma identidade secreta.
Só a partir da edição 15, com a entrada do editor Dick Giordano, as HQs ganharam alguma coerência. A pedido dos leitores, Ricardito - o parceiro do Arqueiro Verde - substitui Aqualad na edição 19 (1969) e a Moça Maravilha ganha um passado em um pequeno conto no número 22 (1969), um dos primeiros trabalhos do jovem roteirista Marv Wolfman.

FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 12 - SETEMBRO/OUTUBRO 2008

BATDOSSIÊ - ANOS 70

Retorno às origens

A década de 70 foi marcada por grandes equipes criativas e a volta do lado mais sombrio do Morcego

Por André Morelli


UMA REVOLUÇÃO NA MITOLOGIA

Em janeiro de 1970, o trio Dennis O'Neil (roteiro), Neal Adams (desenhos) e Dick Giordano (arte-final) estreou em Detective Comics # 395, com a missão de trazer de volta o clima sombrio das primeiras histórias do Batman que, na época, ainda sofriam a influência do seriado da TV. O terreno já estava preparado desde 1969, quando Dick Grayson se mudou para a faculdade, liberando o Homem-Morcego para atuar sozinho, em HQs que retornavam os temas policias do herói, além de incluir uma caracterização soturna, inspirada em contos de horror gótico. A equipe marcou sua passagem pela revista como uma das melhores fases do herói. Vilões clássicos como o Duas-Caras foram resgatados e novos e importantes elementos na mitologia do Homem-Morcego foram criados - caso do Beco do Crime e do Asilo Arkham. Neal Adams renovou as histórias do herói com seu uso de referências fotográficas e ângulos ousados, além de colaborar diretamente com os coloristas na finalização das revistas. A imagem que o artista criou para o Batman, com uma longa capa e orelhas pontudas, se tornou o padrão para as décadas seguintes. Já O'Neil, mesmo com a saída de Adams, continuou a escrever grandes histórias do Homem-Morcego, até se tornar editor das revistas do Batman, cargo que ocupou durante muitos anos.


FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 11 - JULHO/AGOSTO 2008

Via Láctea


XIII

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

Olavo Bilac


Outra flor no jardim:
O SENTIMENTO DE GRATIDÃO ILUMINA A VIDA.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

HAL JORDAN

Segundo e mais popular Lanterna Verde, surgiu na revista Showcase # 22, de 1959. A trama é a seguinte: quando a espaçonave do alienígena Abin Sur foi bombardeada pela radiação terrestre e caiu no sudoeste americano, ele ordenou que seu anel encontrasse alguém honesto e destemido para sucedê-lo como Lanterna Verde do setor espacial 2814. O piloto de testes Hal Jordan foi literalmente carregado pela energia verde até o local da queda, onde o moribundo Abin Sur transmitiu a ele o cargo e o alertou sobre a fraqueza do anel contra a cor amarela e necessidade de recarregá-lo a cada 24 horas.


Essa origem foi recontada na minissérie Amanhecer Esmeralda, de 1990, mas com poucas modificações: a nave de Abin Sur foi derrubada pelo robô Legião, que queria se vingar dos Guardiões do Universo, e Hal Jordan, apesar de continuar honesto e corajoso, era agora um homem atormentado pela morte do pai, também piloto, e com problemas com o álcool.
Depois disso, Jordan transformou-se no vilão Parallax em Crespúsculo Esmeralda (1994), sacrificou-se para salvar o sistema solar do Devorador de Sóis em A Noite Final (1996), teve sua alma unida ao Espectro em Dia do Julgamento (1999) e voltou a ser Lanterna Verde na minissérie Renascimento (2004). Como Lanterna Verde, Hal Jordan é um dos membros fundadores da Liga da Justiça.

Hal Jordan

Fonte: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 10 (MAIO/JUNHO 2008)

9. HOMEM-ARANHA NA TV

No final de 1967, estreou na rede ABC o desenho animado The Amazing Spider-Man, uma adaptação fiel às histórias do herói. O programa teve papel crucial no aumento da popularidade do Aranha, pois levou o personagem para um público mais amplo, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países.

Produzido pelo estúdio Grantray-Lawrence Animation, o desenho tinha poucos recursos, mas era muito melhor do que as séries "desanimadas" dos outros personagens da Marvel que surgiram nos anos seguintes. A música de abertura se tornou um clássico e foi regravada por inúmeras bandas de rock. A mais conhecida foi a versão do grupo punk Ramones.

A série durou três temporadas e contabilizou 79 episódios. Em 2004, foi lançado nos Estados Unidos um box de DVDs com todos esses episódios.





Veja também:
Nasce um mito

Dor Oculta


Quando uma nuvem nômade destila
Gotas, roçando a crista azul da serra,
Umas brincam na relva; outras tranqüila,
Serenamente entranham-se na terra.

E a gente fala da gotinha que erra
De folha em folha e, trêmula cintila,
Mas nem se lembra da que o solo encerra,
Da que ficou no coração da argila!

Quanta gente, que zomba do desgosto
Mudo, da angústia que não molha o rosto
E que não tomba, em gotas, pelo chão,

Havia de chorar, se adivinhasse
Que há lágrimas que correm pela face
E outras que rolam pelo coração!

Guilherme de Almeida


Outra flor no jardim:
A VIDA VALE A PENA

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O INCRÍVEL HULK # 2 (AGOSTO/83)
R$ 55,00
Editora Abril










O MONSTRO E A MÁQUINA
O INCRÍVEL HULK
Argumento: Roger Stern
Desenhos: Sal Buscema
Arte-final: M. Esposito
Letras: José Luiz
Cor: Cleusa

Incredible Hulk (Vol 2) 235-A
Comic Book by Marvel, May 1979


















MATAR OU MORRER
O INCRÍVEL HULK
Argumento: Roger Stern
Desenhos: Sal Buscema
Arte-final: M. Esposito
Letras: José Luiz
Cor: Cleusa

Incredible Hulk (Vol 2) 236-A
Comic Book by Marvel, Jun 1979



















O PREÇO DA VINGANÇA
O INCRÍVEL HULK
Argumento: Roger Stern
Desenhos: Sal Buscema
Arte-final: M. Esposito
Letras: José Luiz
Cor: Cleusa

Incredible Hulk (Vol 2) 237-A
Comic Book by Marvel, Jul 1979


















CONTOS DE ASGARD
o lar dos deuses nórdicos

OS ARGONAUTAS
UMA HISTÓRIA DA JUVENTUDE DE THOR NARRADA POR STAN LEE,
COM DESENHOS DE JACK KIRBY,
ARTE-FINAL DE VINCE COLLETTA,
LETRAS DE E. GASPARIM
E COR DE RITA.

CONTOS DE ASGARD
o lar dos deuses nórdicos

PARTE II
TEMPESTADE

UMA HISTÓRIA DA JUVENTUDE DE THOR NARRADA POR STAN LEE,
COM DESENHOS DE JACK KIRBY,
ARTE-FINAL DE VINCE COLLETTA,
LETRAS DE E. GASPARIM
E COR DE RITA.

O VINGADOR NOTURNO
ROM, O CAVALEIRO DO ESPAÇO
Argumento: Bill Mantlo
Arte-final: Sal Buscema
Letras: E. Gasparim
Cor: Flora

ROM 9-A
Comic Book by Marvel, Aug 1980

TENTATIVAS E CANCELAMENTOS

Criador

Alex Ross

Por Maurício Muniz

Ross estava empolgado com o resultado dos seus primeiros quadrinhos e aumentou seus esforços para conseguir outras chances na área. Apaixonado por super-heróis, começou a enviar à Marvel e à DC artes pintadas com seus personagens preferidos: Superman, Homem-Aranha, Batman, a família Marvel, Sandman e outros.
Impressionado com o trabalho do artista, um dos editores da Marvel à época, Kurt Busiek, encomendou ao rapaz uma história curta para a edição 5 de Open Space, uma antologia de ficção científica. Para o azar de Ross, a revista foi cancelada no número 4 e sua história caiu no limbo. Porém, Busiek e o ilustrador ficaram amigos e começaram a trabalhar juntos em uma proposta para o Homem de Ferro, com uma história que levaria o Vingador Dourado ao futuro, onde enfrentaria uma versão maligna.
Infelizmente, outra vez os planos não deram em nada. O máximo que Ross conseguiu foi emplacar um trabalho ligado à DC: a capa de um romance que adaptava a saga da morte e ressurreição do Superman.


FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 8 - JANEIRO/FEVEREIRO 2008

Veja também:
ALEX, o grande
PRIMEIROS TRABALHOS COM HQs

FERA

(Henry "Hank" Philip McCoy)

Desde criança, Hank já apresentava pés e mãos bem desenvolvidos, uma arma secreta que o transformou no astro de futebol americano de seu colégio durante a adolescência. Popular e querido, por anos enganou as pessoas que desconfiavam que ele era um mutante. Seu intelecto brilhante e suas habilidades acrobáticas eram escondidas pela imagem de esportista fanfarrão, até um incidente durante um jogo deixar claro que ele era muito mais do que um atleta habilidoso. Desligado do time de futebol e marginalizado pelos antigos amigos, Hank foi procurado pelo Professor X e aceitou se tornar um X-Man.
No início, o Fera ainda tinha aparência humana e temperamento explosivo. Seu estilo intelectual surgiu aos poucos, assim como seu gosto pela ciência. Tem força, agilidade e reflexos sobre-humanos. Além disso, pode fazer quase tudo com os pés, de atender um telefone a escrever no computador. Também pode aderir nas paredes, mas Hank usa pouco esse dom.


Fonte: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 4 (ABRIL/MAIO 2007)

Veja também:
PROFESSOR X (Charles Francis Xavier)

Ficaram-me as penas


O pássaro fugiu, ficaram-me as penas
da sua asa, nas mãos encantadas.
Mas, que é a vida, afinal? Um vôo, apenas.
Uma lembrança e outros pequenos nadas.

Passou o vento mau, entre açucenas,
deixou-me só corolas arrancadas...
Despedem-se de mim glorias terrenas.
Fica-me aos pés a poeira das estradas.

A água correu veloz, fica-me a espuma.
Só o tempo não me deixa coisa alguma
até que da própria alma me despoje!

Desfolhados os últimos segredos,
quero agarrar a vida, que me foge,
vão-se-me as horas pelos vãos dos dedos.

Cassiano Ricardo


Outra flor no jardim:
Prazer de viver nasce da renúncia (Maktub)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Poderoso Mightor

(1967)

Tor é um jovem da idade da Pedra que após salvar um velho eremita, recebeu uma clava mágica como recompensa. Ao levantá-la e pronunciar o nome "Mightor", Tor se transforma numa espécie de super-herói das cavernas, com capacidade de vôo e superforça. Mightor usa máscara para esconder sua identidade e proteger sua amada Sheera e o irmão caçula Li'l Rok. Ambos são os maiores alvos de vilões que dão muito trabalho a Mightor. O único que conhece a identidade do herói é Tog, a audaz e fiel ave de Tor, que também recebe poderes e se transforma num dragão. Li'l Rok tem uma fixação por Mightor e frequentemente veste-se como o herói, acompanhado de Ork, um pterodátilo vermelho.

Mightor e Tog

Li'l Rok e Ork
Veja também:
Space Ghost
Homem-Pássaro
Galaxy Trio
Os Herculóides

Spleen


Quando o cinzento céu, como pesada tampa,
Carrega sobre nós, e nossa alma atormenta,
E a sua fria cor sobre a terra se estampa,
O dia transformado em noite pardacenta;

Quando se muda a terra em húmida enxovia
D'onde a Esperança, qual morcego espavorido,
Foge, roçando ao muro a sua asa sombria,
Com a cabeça a dar no tecto apodrecido;

Quando a chuva, caindo a cântaros, parece
D'uma prisão enorme os sinistros varões,
E em nossa mente em frebre a aranha fia e tece,
Com paciente labor, fantásticas visões,

- Ouve-se o bimbalhar dos sinos retumbantes,
Lançando para os céus um brado furibundo,
Como os doridos ais de espíritos errantes
Que a chorrar e a carpir se arrastam pelo mundo;

Soturnos funerais deslizam tristemente
Em minh'alma sombria. A sucumbida Esp'rança,
Lamenta-se, chorando; e a Angústia, cruelmente,
Seu negro pavilhão sobre os meus ombros lança!

Charles Baudelaire


Outra flor no jardim:
Destino (Mia Couto)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Vinicius de Moraes

Vinicius e Tom Jobim

RECEITA DE VINICIUS

A poesia é quase sempre um diálogo entre a solidão de quem escreve e a solidão de quem lê. Mas a música popular é gregária e coletiva por natureza: exige parceiros, acompanhantes, platéias. Além disso, toca no rádio, alimenta vitrolas, inspira beijos em festas e seu efeito é muito mais imediato e maciço. Em 1958, Vinicius, que nunca se filiara a um movimento poético, já estava de braço dado com seus novos parceiros - o violinista e cantor João Gilberto e o compositor, maestro e arranjador Tom Jobim -, numa aventura lírico-musical que parecia estar se transformando num movimento: a bossa nova.
A bossa nova vinha inaugurar um novo estilo de fazer música, de construir a letra, de tocar o violão, de cantar samba e até de ouvir. Como João Gilberto não era de falar falar muito (nem precisava) e Tom ainda não rompera com a timidez que o engolfava, só restava a Vinicius tornar-se o porta-voz ou ideólogo dessa nova linguagem, em artigos e entrevistas. O que parecia apenas natural: ele era o mais velho, o mais intelectualizado e, além disso, o único que podia ostentar um sólido currículo construído antes da bossa nova. Mas foi esta que, para o bem ou para o mal, tornou-se muito mais conhecido e o fez, da noite para o dia, um nome nacional.
Na esteira de Vinicius vieram milhares de jovens que, na impossibilidade de ser poetas ou letristas como ele, só podiam tentar imitar o seu estilo de vida. Mas não era fácil. Ser com o Vinicius significava exercer plenamente a independência, ser corajoso e ter medo, entrar e sair de paixões imortais, aventurar-se por todas as formas de criação, abraçar causas perdidas, preferir a alvorada ao crepúsculo, trabalhar muito e, se possível, vagabundear ainda mais. Nas horas vagas, era preciso sobreviver a um desastre de avião (como aconteceu a ele em 1945), sequestrar a namorada e fugir com ela para Paris (o que Vinicius fez com Nelita Abreu Rocha em 1963), beijar a mão de Greta Garbo, esnobar a casa de Goethe em Frankfurt e ser amigo de Jayme Ovalle, Carmen Miranda e Orson Welles. Tudo isso era ser Vinicius - quem se habilitava?
Na verdade, isso era ser apenas uma parte de Vinicius. O Vinicius completo era inimitável e irreproduzível. E sua saga, que ainda está para ser contada em peça, livro, disco, vídeo, painel, perfomance e megashow, não caberia nem num baile das sete artes.


Veja também:
O ANEL NA CAUDA
PINTANDO OS CANECOS

Eu Escrevi um Poema Triste


Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mario Quintana


Outra flor no jardim:
Se tudo existe (Clarice Lispector)

domingo, 18 de outubro de 2009

operação CAVALO DE TRÓIA
HERMON

Título Original
CABALLO DE TROYA 6 - HERMÓN


6

J. J. BENÍTEZ

Editorial Planeta, Barcelona
(Espanha)

(1999)


Todos os direitos reservados à
Editora Mercuryo Ltda.
Edição: 2000

Este sexto volume da série Cavalo de Tróia, continuando o diário do major norte-americano, traz, entre milhares de dados técnicos e históricos rigorosamente comprovados, novos capítulos que foram ocultados pelos evangelistas.
  • Aparições de Jesus de Nazaré depois de sua Ressurreição: você sabia que foram muitas mais do que as relatadas nos Evangelhos?

  • O primeiro cisma entre os discípulos: por que ninguém falou disso?

  • Análise do DNA: outra demolidora "surpresa"...

  • O reencontro com o Mestre, no terceiro "salto" no tempo.

  • Um livro duro, valente e terno, no qual o Filho do Homem aparece de novo, fascinando com suas palavras e sua irresistível humanidade.

    "Se algum dia contar toda a verdade sobre Cavalo de Tróia, ninguém acreditará em mim: sou apenas um transmissor", adverte o escritor.

    (461 págs.)

    The Voca People



    FONTE: Universo 42

    Número 23

    (The Number 23)

    direção: Joel Schumacher

    atores:
    Jim Carrey,
    Virginia Madsen,
    Logan Lerman,
    Danny Huston,
    Michelle Arthur

    descrição:

    Um homem ganha de sua esposa um livro. Ao lê-lo ele reconhece várias das passagens como sendo de sua vida, o que torna cada vez mais paranóico. Dirigido por Joel Schumacher (O Fantasma da Ópera) e com Jim Carrey e Virginia Madsen no elenco.

    sinopse:

    Walter Sparrow (Jim Carrey) é um simplório pai de família, que ganhou um livro de presente de sua esposa, Agatha (Virginia Madsen). Chamado "O Número 23", o livro narra a obsessão de um homem com este número e como isto começa a modificar sua vida. Ao lê-lo Walter reconhece várias de suas passagens, como sendo situações que ele próprio viveu. Aos poucos ele nota a presença do número 23 em seu passado e também no presente, tornando-se cada vez mais paranóico. Como o livro termina com uma morte brutal, Walter passa a temer que ele esteja se tornando um assassino.

    ficha técnica:

    título original: The Number 23
    gênero: Suspense
    duração: 01h38min
    ano de lançamento: 2007

    FONTE: Adoro Cinema

    Bernoffski, Vigi

    Personagem do "Lost Experience" citado por Rachel Blake. Bernoffski é um matemático polonês morto em um incêndio no Vik Institute. Armand Zander diz, no entanto, que ele teria sido trancado com outros matemáticos para tentar resolver uma equação.



    Links:
    Blake, Rachel;
    Lost Experience;
    Equação Valenzetti;
    Zander, Armand;
    Vik Institute.

    DC 2000 # 8 (AGOSTO/1990)
    R$ 1,90
    Abril Jovem










    TODA ROSA TEM ESPINHOS
    XEQUE-MATE
    Argumento: PAUL KUPPERBERG
    Desenhos: STEVE ERWIN
    Arte-final: AL VEY

    Checkmate (Vol 1) 8-A
    Comic Book by DC, Nov 1988



















    PRÓLOGO
    MULHER-MARAVILHA
    ILUSTRADO POR
    CHRIS MARRINAN & WILLIE BLYBERG

    CAPÍTULO 1:
    O MERGULHO DO PÁSSARO

    ILUSTRADO POR
    ARTHUR ADAMS

    CAPÍTULO 2:

    ILUSTRADO POR
    JOHN BOLTON

    CAPÍTULO 3:
    A PRIMEIRA ESTÁTUA

    ILUSTRADO POR
    JOSÉ LUIS GARCIA-LOPEZ

    CAPÍTULO 4:
    RETORNO AO MUNDO

    ILUSTRADO POR
    CURT SWAN & BOB McLEOD

    Wonder Woman Annual 1-A
    Comic Book by DC, Aug 1988



















    HERÓI COMO A GENTE
    Grassroots Hero

    STARMAN
    CRIADO POR
    ROGER STERN - ARGUMENTO & TOM LYLE - DESENHOS
    ARTE-FINAL: BOB SMITH

    Starman (Vol 1) 1-A
    Comic Book by DC, Oct 1988