quinta-feira, 19 de março de 2009

Nikolai Gógol

Nikolai Vassílievitch Gógol nasceu em Sorotchinsy, Ucrânia, a 19 de março de 1809, e morreu em Moscou, a 21 de fevereiro de 1852. De família patriarcal de cossacos, viveu até os doze anos na pequena propriedade paterna de Vasilievka – e a Ucrânia, com seu folclore, seria sua primeira fonte de inspiração. Aos 16 anos perdeu o pai. A influência da personalidade da mãe, mulher muito religiosa, não o abandonaria jamais. Em dezembro de 1821, mudou-se para São Petersburgo, com a intenção de conquistar a glória literária. Mas seu romântico Hans Kuechelgarten, que publicou em 1829 sob o pseudônimo de V. Aulov, foi mal acolhido pelos críticos. Lamentando o fracasso, tentou exercer um cargo público, deixando-o pouco depois. São dessa época os contos ucranianos que publicou em Noites na Fazenda de Dikanka (1831/32). Conheceu o escritor Aleksandr S. Pushkin, que deveria influenciá-lo e dar-lhe os temas de O Inspetor Geral e de Almas Mortas. Nomeado professor de História da Idade Média na Universidade de São Petersburgo, continuou a carreira literária. Uma nova coleção de novelas, Os Arabescos (1835), era composta por O Retrato, A perspectiva Névski e Diário de um Louco. Neste último aparece o problema crucial de toda a obra de Gógol: o mal, o diabo em sua verdadeira natureza humilhante e invejosa, que aniquila o homem e o enlouquece. Outras novelas foram unidas na coletânea Mirgorod (1835), de inspiração ucraniana. Entre estas, a mais importante é Taras Bulba. Contando a gloriosa luta dos ucranianos contra os poloneses, Taras Bulba surpreendeu a todos pela força de seu otimismo um tanto heróico e nacionalista. O humor amargo e sarcástico de Gógol já se manifestara na novela O Nariz (1833) e iria se apresentar totalmente livre em o O Inspetor Geral (1836), violenta sátira aos funcionários russos das províncias. A apresentação da peça provocou a indignação da platéia de burocratas e burgueses. Desgostoso, o escritor partiu para o estrangeiro: Alemanha, Suíça, França e Itália. Em 1841 publicou a novela O Capote, que exerceu enorme influência na literatura russa e inaugurou o Realismo nesse país. Em 1842, publicou Almas Mortas, romance no qual trabalhou durante mais de quinze anos. A partir de 1842 viveu com andarilho, deprimido por grave crise religiosa. Em 1852 queimou o segundo volume de Almas Mortas e se abandonou à morte por inanição.

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