terça-feira, 7 de julho de 2009

Biblioteca FOLHA

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

Cem Anos
de Solidão


(1967)


2003

"O Coronel Aureliano Buendía promoveu 32 revoluções armadas e perdeu todas." Na descrição que Gabriel García Márquez faz do protagonista deste Cem Anos de Solidão estão ao mesmo tempo o humor funesto com que trata da impotência do homem e o tom de extrema naturalidade que usa para narrar fatos inverossímeis.
Publicado em 1967, o romance conta a história dos Buendía, família condenada por uma força inexplicável a viver um século de solidão. Sucessivas gerações de homens e mulheres marcados por sinais trágicos fazem mover uma engrenagem de repetições de comportamentos obsessivos e desilusões. Tudo se passa na fictícia Macondo, cuja história é pontuada por eventos fantásticos, visitas de ciganos e a ação corrosiva e quase imperceptível de insetos.
É possível interpretar o romance como uma metáfora do isolamento e da desesperança da América Latina. O pano de fundo é o dos sangrentos enfrentamentos entre conservadores e liberais, que cindiram a Colômbia a partir de meados do século 19.
Tamanha é a quantidade de novos personagens que fluem da história central, que alguns preferem ler o livro desenhando uma árvore genealógica dos Buendía. Não se deve desprezar, porém, a sedutora alternativa de deixar-se confundir pelas caóticas ramificações da estirpe, que dão força à sensação de repetição e de catástrofe com que o romance está comprometido.


SYLVIA COLOMBO
Editora-adjunta da Folha / "Ilustrada"

(383 págs.)

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