terça-feira, 14 de abril de 2009

Biblioteca FOLHA

VLADIMIR NABOKOV

Lolita

Título original:
Lolita
(1955)

2003

Tradução de Jorio Dauster

Um dos clássicos da literatura do século 20, Lolita é bem mais do que um romance. É o momento de reflexão do homem na meia-idade, diante do desafio da geração mais nova. No livro de Nabokov, o tema é centrado no relacionamento radical do boy meets girl, embora o homem em questão esteja longe de ser um rapaz e a moça não seja mais do que uma menina. Suspeito de ser um livro fácil, destinado ao escândalo, Lolita logo se firmou como uma obra-prima - e foram muitos os que compararam Nabokov a Flaubert, não apenas pela capacidade na penetração psicológica, mas no show da técnica e na perfeição do estilo, a palavra justa no justo lugar da narrativa.
A trama que envolve os dois personagens principais escapa da simples intriga sexual e se transforma numa meditação sobre o tempo e sua velocidade. Tempo que retardou, no professor, a paixão que nunca sentira. Tempo que acelerou na adolescente, condicionada pelas circunstâncias de uma época que derrubava tabus milenares, o encontro com a maturidade precoce, a burguesa fracassada e exausta, sem direito ao desespero de uma Bovary antecipada.

CARLOS HEITOR CONY
Membro do Conselho Editorial e colunista da Folha

(319 págs.)

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