Quem é Jacinto Benavente? É, antes de tudo, um homem que viveu muito, pois só morreu em 1954; mas nasceu em 1866, sob o reinado de uma mulher, Isabel II, filha de Fernando VII - aliás na véspera do exílio -, numa capital ainda sacudida das perturbações suscitadas pelo General Prim e envenenada por uma epidemia de cólera. Era o tempo em que, em Paris, Napoleão III prosseguia, entre festas e bailes, numa política de expedientes e de riscos que o levaria ao desastre de 1870. Tudo isso terá certo ar antiquado, que não é sem encanto, mas explica, ao mesmo tempo, que Benavente tivesse ocasião, desde aquela data longínqua, de ver e de assimilar muitas coisas! E não é isto o essencial para um teatrólogo?
Seu pai nascido em Múrcia, em 1818, era médico e cirurgião, muito amado pelas crianças, seus mais numerosos clientes. Pouco se sabe de sua mãe, Venancia Martínez; mas de seus dois irmãos mais velhos, Mariano e Avelino, sabe-se que o primeiro deveria ser advogado e o segundo médico, tal como o pai.
Costuma-se procurar na infância das personagens notórias determinados elementos que se possam interpretar como sinais precursores de seu destino. Cada um apreciará a seu modo o que nos relata um dos seus mais fiéis e mais recentes biógrafos, Federico Carlos Sainz de Robles: o pequeno Jacinto Benavente foi batizado na antiga paróquia de São Sebastião, onde se acham inumados diversos autores dramáticos, o mais célebre dos quais é Lope de Vega. Suas mais remotas lembranças, contou ele próprio, ligam-se à morte do General Prim e à de um certo poeta Bécquer - atacado de tuberculose - por volta de 1870. Lembranças antes trágicas para um futuro autor cômico.
Seu pai nascido em Múrcia, em 1818, era médico e cirurgião, muito amado pelas crianças, seus mais numerosos clientes. Pouco se sabe de sua mãe, Venancia Martínez; mas de seus dois irmãos mais velhos, Mariano e Avelino, sabe-se que o primeiro deveria ser advogado e o segundo médico, tal como o pai.
Costuma-se procurar na infância das personagens notórias determinados elementos que se possam interpretar como sinais precursores de seu destino. Cada um apreciará a seu modo o que nos relata um dos seus mais fiéis e mais recentes biógrafos, Federico Carlos Sainz de Robles: o pequeno Jacinto Benavente foi batizado na antiga paróquia de São Sebastião, onde se acham inumados diversos autores dramáticos, o mais célebre dos quais é Lope de Vega. Suas mais remotas lembranças, contou ele próprio, ligam-se à morte do General Prim e à de um certo poeta Bécquer - atacado de tuberculose - por volta de 1870. Lembranças antes trágicas para um futuro autor cômico.
Fonte: "PEQUENA HISTÓRIA"
DA ATRIBUIÇÃO DO PRÊMIO NOBEL A JACINTO BENAVENTE - 1922
Editora Opera Mundi - Rio de Janeiro - 1971
pág. 26
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