domingo, 31 de maio de 2009

Os princípios de

"perfeita respeitabilidade" que regeram os anos vitorianos sucedendo os românticos não impediram que, ao lado da força das caricaturas de Dickens, a fantasia de excêntricos como Lewis Carroll, pseudônimo de Charles Dodgson (1832-1898), subvertesse a lógica e falasse direto às crianças em Aventuras de Alice no país das maravilhas e Através do espelho. Às portas do século XX, o novo sopro do drama com Oscar Wilde, William B. Yeats e Bernard Shaw anunciava a revolução moderna, em que a saturação de todos os estilos em James Joyce, a confusão entre as vozes interiores e a observação do mundo exterior no estilo indireto livre de Virginia Woolf, a poesia de fragmentos de T.S. Eliot e a escrita voluntariamente empobrecida de Samuel Beckett são, cada um deles, novos mundos em pequena escala.
Encerrados os anos heróicos do modernismo, agitada pela realidade pós-colonialista, renovada pelo encontro de culturas (e nomes que soam estrangeiros, como Hanif Kureishi, Salman Rushdie ou Kazuo Ishiguro), a literatura inglesa continua longe de aceitar passiva o espaço estreito de um três por quatro.

Através do espelho

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