FONTE: The New York Times
23/11 - 14:53
Poucas pessoas querem começar uma fazenda na vida real, mas desde junho mais de 60 milhões plantaram acres virtuais em um aplicativo do Facebook chamado FarmVille.
Conheça a especialista em soja Manisha Pandit de Louisville, Colorado, que não deixa sua filha de 11 anos ter uma página no Facebook mas a chama de vez em quando para ajudar a plantar e colher em sua fazenda no FarmVille.
Ou a amante de animais Diana Sisson de Topeka, Kansas, que é tão viciada em FarmVille que ocasionalmente dorme sobre o teclado acessando o Facebook.
Sisson fica hipnotizada com as artimanhas dos lindos esquilos que sua irmã lhe enviou como um "presente" através do FarmVille.
Ou acompanhe Genie Como, uma estudante de Englewood, Colorado, que se vestiu como seu avatar do FarmVille no Dia das Bruxas e interrompe a lição de casa para plantar árvores de romã online.
Metade da população parece viciada em FarmVille, enquanto a outra metade nunca ouviu falar do jogo. De adolescentes a octogenários, a empresa Zynga alega que 22 milhões de usuários visitam seu FarmVille diariamente.
Eles convidam amigos do Facebook para serem seus "vizinhos" de fazenda, que podem ajudar a fertilizar sua terra ou perseguir raposas. Eles podem até usar dinheiro real para comprar dinheiro da fazenda virtual e aumentar sua área - é assim que a Zynga ganha dinheiro.
"Minha amiga começou um mês atrás e nós ficamos tão animadas quando eles mandam novos presentes", disse Sisson, trabalhadora postal aposentada.
"Eu coloquei meu tio de 81 anos no FarmVille. Meu cabeleireiro, também. O locutor da rádio hoje estava falando sobre a fazenda dele".
Existe uma especulação online sobre a Zynga em breve anunciar uma colheita de maconha medicinal, ao lado de cevada e abóbora.
Modas de jogo atingiram a América desde que o Atari lançou Pong nos anos 1960.
“Call of Duty 2: Modern Warfare” conseguiu US$ 310 milhões no dia de seu lançamento, em 10 de novembro, segundo a fabricante Activision.
No entanto, os especialistas em jogos e jogadores afirmam que o FarmVille pode ter poder de permanência por causa da ampla gama de jogadores que atrai.
Mais mulheres gostam do jogo porque estão construindo algo e se conectando com vizinhos, ao invés de explodir continentes, afirmou Roger Feldkamp, presidente do clube de jogos da Universidade de Denver e estudante de criação de videogames.
Proprietários companheiros podem conseguir mais acres no FarmVille. Decoradores rearranjam seus arvoredos de bordo. Avós perguntam aos sobrinhos se berinjela dá mais dinheiro do que trigo. "Plantações" amadurecem em duas horas ou em alguns dias, garantindo que os viciados no jogo voltarão para a colheita.
Especialistas cunharam o termo jogo humanitário, conta o professor Scott Leutenegger, da Universidade de Denver, que diz que o FarmVille se aproxima desta definição com sua ênfase em cooperação, estratégia e criação ao invés de destruição.
"É bem feito, é bonito, é divertido", disse Leutenegger. "E você tem o enorme poder de marketing viral do Facebook".
O próximo mercado está um passo social adiante, afirma Leutenegger. Sites como Games for Change estão popularizando desafios orientados por temas.
PeaceMaker lida com o conflito entre Israel e Palestina com base em uma pesquisa extensa, enquanto Darfur is Dying usa jogo para chamar atenção para os 2.5 milhões de refugiados da guerra. Estudantes de desenvolvimento de videogames criaram jogos baseado em assuntos como imigração e outros conflitos ocidentais.
"Na minha opinião, sem exagero, nós estamos diante de um fenômeno cultural significativo. A questão é se os jogos serão usados para o bem, para o mal, ou ambos", afirmou Leutenegger.
Ou se eles simplesmente serão chatos.
Sisson não sai de casa quando tem biscoitos "assando" em um site parceiro do FarmVille, o YoVille. Seu marido lhe comprou um laptop com acesso wifi para que ela pudesse servir as refeições e redecorar o bar a caminho de visitar seus netos.
Sisson e outros usuários se recusam a estabelecer um limite entre o dinheiro real e as moedas de ouro ou mansões do FarmVille.
"Eu posso muito bem ir até o cassino e colocar US$ 20 em uma máquina caça-níqueis", ela disse. "Mas como eu explico ao meu marido que gastei US$ 500 em mobília que só existe em um jogo?"
Feldkamp, entretanto, qualifica isso como uma brecha generacional no jogo. Usuários mais jovens veem todo o dinheiro de entretenimento como fungível - ou você paga por uma cópia de "Scrabble" adiantado ou é um jogo virtual gratuito e gastar dinheiro dele irá apenas melhorar sua experiência. "Não é diferente de se alugar um filme", ele disse.
FarmVille às vezes cansa e é visto pelos usuários como um espaço para armadilhas de marketing, afirmou Pandit.
Especialista em marketing viral que trabalha de casa, Pandit afirma que muitos dos "quizzes" e ofertas especiais que podem levar a gastos inesperados no cartão de crédito, na conta de celular ou a vírus no computador.
A Zynga afirma que está trabalhando mais agressivamente para filtrar fraudes. Enquanto isso, a página "Não Jogo FarmVille" tem mais de 1.6 milhões de fãs no Facebook.
Pandit tem 200 acres de terra no FarmVille, 20 vizinhos para ajudar e uma horta de abacates e limeiras. Mas ela está a ponto de vender sua fazenda.
Embora haja muitas coisas que ela e seus amigos onlines amem a respeito do FarmVille, Pandit diz que companhias como a Zynga precisam aprender a não aplicar truques em seus usuários.
A Zynga tem "muitas pontos positivos", ela disse. "Pena que como princípio de negócios seja tão ruim".
Vovó Sisson ficará a postos, pelo menos até a próxima colheita (em cinco minutos). Ela serviu 17 mil pratos de galinha em Cafe Worlds e está decorando um aquário virtual em FishVille. É isso ou assistir mais programas ruins na televisão.
"Minha filha disse à família, 'se você não encontrar a mamãe no telefone, entre na internet e ela estará no FarmVille', disse Sisson com um riso.
Por Michael Booth
23/11 - 14:53
Poucas pessoas querem começar uma fazenda na vida real, mas desde junho mais de 60 milhões plantaram acres virtuais em um aplicativo do Facebook chamado FarmVille.
Conheça a especialista em soja Manisha Pandit de Louisville, Colorado, que não deixa sua filha de 11 anos ter uma página no Facebook mas a chama de vez em quando para ajudar a plantar e colher em sua fazenda no FarmVille.
Ou a amante de animais Diana Sisson de Topeka, Kansas, que é tão viciada em FarmVille que ocasionalmente dorme sobre o teclado acessando o Facebook.
Sisson fica hipnotizada com as artimanhas dos lindos esquilos que sua irmã lhe enviou como um "presente" através do FarmVille.
Ou acompanhe Genie Como, uma estudante de Englewood, Colorado, que se vestiu como seu avatar do FarmVille no Dia das Bruxas e interrompe a lição de casa para plantar árvores de romã online.
Metade da população parece viciada em FarmVille, enquanto a outra metade nunca ouviu falar do jogo. De adolescentes a octogenários, a empresa Zynga alega que 22 milhões de usuários visitam seu FarmVille diariamente.
Eles convidam amigos do Facebook para serem seus "vizinhos" de fazenda, que podem ajudar a fertilizar sua terra ou perseguir raposas. Eles podem até usar dinheiro real para comprar dinheiro da fazenda virtual e aumentar sua área - é assim que a Zynga ganha dinheiro.
"Minha amiga começou um mês atrás e nós ficamos tão animadas quando eles mandam novos presentes", disse Sisson, trabalhadora postal aposentada.
"Eu coloquei meu tio de 81 anos no FarmVille. Meu cabeleireiro, também. O locutor da rádio hoje estava falando sobre a fazenda dele".
Existe uma especulação online sobre a Zynga em breve anunciar uma colheita de maconha medicinal, ao lado de cevada e abóbora.
Modas de jogo atingiram a América desde que o Atari lançou Pong nos anos 1960.
“Call of Duty 2: Modern Warfare” conseguiu US$ 310 milhões no dia de seu lançamento, em 10 de novembro, segundo a fabricante Activision.
No entanto, os especialistas em jogos e jogadores afirmam que o FarmVille pode ter poder de permanência por causa da ampla gama de jogadores que atrai.
Mais mulheres gostam do jogo porque estão construindo algo e se conectando com vizinhos, ao invés de explodir continentes, afirmou Roger Feldkamp, presidente do clube de jogos da Universidade de Denver e estudante de criação de videogames.
Proprietários companheiros podem conseguir mais acres no FarmVille. Decoradores rearranjam seus arvoredos de bordo. Avós perguntam aos sobrinhos se berinjela dá mais dinheiro do que trigo. "Plantações" amadurecem em duas horas ou em alguns dias, garantindo que os viciados no jogo voltarão para a colheita.
Especialistas cunharam o termo jogo humanitário, conta o professor Scott Leutenegger, da Universidade de Denver, que diz que o FarmVille se aproxima desta definição com sua ênfase em cooperação, estratégia e criação ao invés de destruição.
"É bem feito, é bonito, é divertido", disse Leutenegger. "E você tem o enorme poder de marketing viral do Facebook".
O próximo mercado está um passo social adiante, afirma Leutenegger. Sites como Games for Change estão popularizando desafios orientados por temas.
PeaceMaker lida com o conflito entre Israel e Palestina com base em uma pesquisa extensa, enquanto Darfur is Dying usa jogo para chamar atenção para os 2.5 milhões de refugiados da guerra. Estudantes de desenvolvimento de videogames criaram jogos baseado em assuntos como imigração e outros conflitos ocidentais.
"Na minha opinião, sem exagero, nós estamos diante de um fenômeno cultural significativo. A questão é se os jogos serão usados para o bem, para o mal, ou ambos", afirmou Leutenegger.
Ou se eles simplesmente serão chatos.
Sisson não sai de casa quando tem biscoitos "assando" em um site parceiro do FarmVille, o YoVille. Seu marido lhe comprou um laptop com acesso wifi para que ela pudesse servir as refeições e redecorar o bar a caminho de visitar seus netos.
Sisson e outros usuários se recusam a estabelecer um limite entre o dinheiro real e as moedas de ouro ou mansões do FarmVille.
"Eu posso muito bem ir até o cassino e colocar US$ 20 em uma máquina caça-níqueis", ela disse. "Mas como eu explico ao meu marido que gastei US$ 500 em mobília que só existe em um jogo?"
Feldkamp, entretanto, qualifica isso como uma brecha generacional no jogo. Usuários mais jovens veem todo o dinheiro de entretenimento como fungível - ou você paga por uma cópia de "Scrabble" adiantado ou é um jogo virtual gratuito e gastar dinheiro dele irá apenas melhorar sua experiência. "Não é diferente de se alugar um filme", ele disse.
FarmVille às vezes cansa e é visto pelos usuários como um espaço para armadilhas de marketing, afirmou Pandit.
Especialista em marketing viral que trabalha de casa, Pandit afirma que muitos dos "quizzes" e ofertas especiais que podem levar a gastos inesperados no cartão de crédito, na conta de celular ou a vírus no computador.
A Zynga afirma que está trabalhando mais agressivamente para filtrar fraudes. Enquanto isso, a página "Não Jogo FarmVille" tem mais de 1.6 milhões de fãs no Facebook.
Pandit tem 200 acres de terra no FarmVille, 20 vizinhos para ajudar e uma horta de abacates e limeiras. Mas ela está a ponto de vender sua fazenda.
Embora haja muitas coisas que ela e seus amigos onlines amem a respeito do FarmVille, Pandit diz que companhias como a Zynga precisam aprender a não aplicar truques em seus usuários.
A Zynga tem "muitas pontos positivos", ela disse. "Pena que como princípio de negócios seja tão ruim".
Vovó Sisson ficará a postos, pelo menos até a próxima colheita (em cinco minutos). Ela serviu 17 mil pratos de galinha em Cafe Worlds e está decorando um aquário virtual em FishVille. É isso ou assistir mais programas ruins na televisão.
"Minha filha disse à família, 'se você não encontrar a mamãe no telefone, entre na internet e ela estará no FarmVille', disse Sisson com um riso.
Por Michael Booth
Michael, e eu que sou um mega-vício em FarmVille, fiz até um fã site!
ResponderExcluirDifícil é dizer se jogamos por prazer, para disputar com nossos vizinho ou se apenas queremos comprar a Villa.
Tem gente que leva muito a sério, eu acho!
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