13/03/2009
A palavra “advento” embute um sentido religioso, como mostram os dicionários. Um significado derivado de religião, aliás, seria “religar” (viria de religo, do latim). É bom lembrar, porém, que lingüistas ainda não se entenderam perfeitamente sobre essa raiz e essa derivação, já tão popularizadas que será difícil revê-las, diga-se. De todo modo, advento traduz, com toda a certeza, a esperança presente dos homens em certa glória no porvir.
Por isso, não é demais falar no “advento” da sigla WWW, ocorrido há 20 anos. A rede mundial de computadores, com tão tenra idade, abriu todas as portas do mundo para o relacionamento, a troca e a partilha de informações (dados, imagens e sons) e, principalmente, para a consciência de que estamos, finalmente, religados com todos os homens e mesmo com as comunidades mais remotas. Basta digitar o famoso WWW (Word Wide Web, na sigla em inglês).
Quando a rede surgiu, em 1989, muitos não a entenderam e se revestiram do temor diante do desconhecido, mas nem por isso a reverenciaram menos. Os que vislumbraram a potencialidade daquela estranha ferramenta se uniram na reverência, ainda que por razões opostas. De todo modo, todos sabiam estar diante de algo que dominaria o mundo. Até seus inventores Tim Berners-Lee e Robert Cailliau. “Senão não a teríamos chamado de World Wide Web [rede mundial] antes mesmo de ter qualquer código em funcionamento”, disse Cailliau ao jornal Folha de S.Paulo.
A web nasceu na Suíça, em março daquele ano, no famoso laboratório Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), o centro que desenvolveu o acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC na sigla em inglês). A internet já existia em 1989, mas era restrita ao círculo acadêmico. O WWW democratizou o acesso à rede.
Um dia, os historiadores se debruçarão sobre o impacto dessa revolução tecnológica no planeta, que ainda estamos muito longe de perceber por inteiro.
Por Liliana Pinheiro
Fonte: http://blogdahistoriaviva.blog.uol.com.br/
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