DEMOLIDOR
Por Bernardo Santana
"...Demolidor era um daqueles títulos que eram dados a novos roteiristas. Vendia de maneira consistente, mas não muito bem. Então não havia risco de se estragar nada. Servia como laboratório, onde se podia fazer experimentos". O testemunho é de Steve Gerber, roteirista criador de Howard, o Pato, e ilustra bem a oportunidade que o jovem Miller teve ao assumir Daredevil.
Desde 1979 atuando como desenhista no título, Miller já havia transformado a própria Cozinha do Inferno em um personagem e imprimido um clima noir inédito nos gibis da Casa das Ideias. Depois que assumiu como roteirista, em janeiro de 1981, a revolução só se aprofundou.
A narrativa cinematográfica, o uso econômico dos diálogos e recordatórios, a influência clara da obra de Will Eisner e a mudança de tom nas histórias - de confrontos comuns contra supervilões para um mergulho no mundo do crime -, transformaram a revista do Demolidor de dor de cabeça em título mais quente nas prateleiras. E isso só custou a vida pessoal do pobre Matt Murdock.
São dessa época o nascimento da rivalidade Rei do Crime-Demolidor, a criação e primeira morte de Elektra, os confrontos históricos com o Mercenário, a revelação de sua identidade e sequencias nefastas, e várias outras marcas registradas do Homem Sem Medo. Sem dúvida, o auge do personagem até hoje (e que pode ser conferido nos quatro volumes de Os Maiores Clássicos do Demolidor, lançados pela Panini Comics).
FONTE: WIZMANIA # 11 - MARÇO DE 2009
Pág. 76
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