sábado, 8 de janeiro de 2011

MAGO dos quadrinhos

Criador

Misterioso e genial, Alan Moore é considerado o melhor roteirista já surgido nas HQs. Saiba porquê

Por Maurício Muniz


Poucas vezes alguém explorou a linguagem dos quadrinhos como fez Alan Moore. Suas obras apresentam um aprofundamento psicológico e criativo dos personagens jamais visto nos tradicionais gibis. V de Vingança, Watchmen, Big Numbers, Do Inferno, Liga Extraordinária, Tom Strong... A lista de criações de Moore é extensa e têm algo em comum: são obras-primas. Algumas, de teor literário.

V de Vingança

Em V de Vingança, Moore mostra uma Inglaterra totalitária onde só um homem ousa desafiar o sistema

Watchmen

Watchmen, a obra-prima de Moore, figura entra as 100 melhores
obras literárias do século 20


Filho de um operário e uma dona de casa. Alan Moore nasceu em 18 de novembro de 1953 na pequena cidade inglesa de Northampton. Ainda criança, descobriu os quadrinhos americanos das revistas Detective Comics, Fantastic Four e Flash. Falastrão e cheio de ideias, começou a se destacar na escola pública em que estudava, principalmente em gramática. Tanto que passou sem problemas pelo 1o. grau. Mas, chegado o colegial, as coisas mudaram. Moore mudou de escola e em pouco tempo ficou abalado ao notar que vários alunos eram mais inteligentes e melhor preparados do que ele por terem estudado em escolas particulares. Um tanto decepcionado, Moore começou a minar seu interesse pelo ambiente escolar, ainda mais por achá-lo opressivo e intelectualmente pobre.
No final da década de 60, era comum tráfico de LSD pelos próprios alunos nas faculdades. Era uma prática ilegal que poderia causar sérias repercussões. Por conta disso, Moore foi expulso do colégio em que estudava em 1970, aos 17 anos, depois de ser pego em flagrante. O diretor que o pegou vendendo drogas enviou cartas a diversas escolas da Inglaterra avisando sobre a ficha do rapaz. O fato acabou com as chances de Moore ser aceito em qualquer uma delas.
Sem poder continuar os estudos, Moore saiu em busca de um emprego, mas acabou sofrendo com suas péssimas referências escolares e, durante um tempo, só conseguiu serviços ruins e que pagavam pouco. Paralelamente, ele começou a contribuir para algumas revistas com matérias, ensaios, contos e até HQs escritas e desenhadas por ele.
Aos 20 anos, Moore conheceu e se apaixonou por Phyllis. Em pouco tempo, foram morar juntos e não demorou para que ela ficasse grávida. Na época, Moore trabalhava como auxiliar de escritório e, preocupado com o futuro, resolveu deixar o emprego e concentrar todos os seus esforços na carreira de escritor. Daí procurou a revista semanal de música Sounds, que trazia um espaço para quadrinhos, e criou o detetive particular Roscoe Moscow. Bem-humorada e cheia de referências culturais, a série lançada em 1979 foi bem aceita, o que deu a Moore confiança o bastante para procurar o jornal Northampton Post e oferecer a tira de humor diária Maxwell the Magic Cat, que durou sete anos. Empolgado com o sucesso, em pouco tempo Moore já estava escrevendo histórias curtas para as revistas 2000 AD e para a Dr. Who Magazine.

Maxwell the Magic Cat

FONTE: MUNDO DOS SUPER-HERÓIS # 4
- Abril/maio de 2007
págs. 46 e 47

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