terça-feira, 29 de junho de 2010

SUPERAMIGOS

SUPERAMIGOS # 2 (JUNHO/1985)
R$ 9,50
Editora Abril

NO LIMITE DA VIDA E DA MORTE
A Meeting With Life and Death

ESQUADRÃO ATARI
Argumento: Gerry Conway
Desenhos: José Garcia Lopez
Arte-final: Ricardo Villagrán
Letras: Lilian Toshimi
Cor: Cleusa

Atari Force (Vol 2) 6-A
Comic Book by DC, Jun 1984

O FIM DE UM IMORTAL
Even an Immortal Can Die

LANTERNA VERDE E ARQUEIRO VERDE
Argumento: Denny O'Neil
Desenhos: Neal Adams
Arte-final: Dick Giordano
Letras: José Luiz
Cor: Elza

Green Lantern (Vol 2) 80-A
Comic Book by DC, Oct 1970

LONGE DE CASA
Home is a Four-Letter Word

O GUERREIRO
Argumento e desenhos: Mike Grell
Letras: Edison Gasparim
Cor: Cleusa

Warlord (Vol 1) 6-A
Comic Book by DC, May 1977

DESTRUIÇÃO DE CHICAGO
SUPERMOÇA
Argumento: Paul Kupperberg
Desenhos: Carmine Infantino
Arte-final: Bob Oksner
Letras: José Luiz
Cor: Cleusa

Daring New Adventures of Supergirl 2-A
Comic Book by DC, Dec 1982

QUEM MATOU BRUCE WAYNE?
BATMAN
Argumento: Denny O'Neil
Desenhos: Neal Adams
Arte-final: Dick Giordano
Letras: Lilian Toshimi
Cor: Rita

Batman 245-A
Comic Book by DC, Oct 1972

O MESTRE DOS FANTOCHES
NOVOS TITÃS
Argumento: Marv Wolfman
Desenhos: George Pérez
Arte-final: Romeo Tanghal
Letras: Nilton Morise
Cor: Cleusa

New Teen Titans (Vol 1) 9-A
Comic Book by DC, Jul 1981

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O RETORNO DO DUAS-CARAS

Retorno às origens

A década de 70 foi marcada por grandes equipes criativas e a volta do lado mais sombrio do Morcego

Por André Morelli



Criado em 1942, Harvey Dent - o ex-promotor público que enlouqueceu depois que metade de seu rosto foi deformada - tornou-se um dos maiores prejudicados com a perseguição que as revistas em quadrinhos sofreram na década de 50. Tudo devido à sua aparência grotesca. Depois de fazer uma última aparição numa revista de 1954, foram necessários 17 anos até o retorno do personagem, em Batman 234 (de 1971) na história Half of Evil, escrita por Dennis O'Neil. O tempo em que o vilão ficou longe das revistas foi tão longo que sua origem foi reapresentada, numa versão totalmente fiel à original. A partir de então, o Duas-Caras voltou a ocupar papel de destaque na galeria de vilões do Batman, sem nunca mais se ausentar por tanto tempo.

Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 11
julho/agosto de 2008
pág. 27

Leia também:
SURGE RA'S AL GHUL

SINESTRO


O maior inimigo da Tropa dos Lanternas Verdes já foi considerado um de seus membros mais destacados. A história de Sinestro foi apresentada aos leitores em Green Lantern 7, vol. 2, de agosto de 1961: então Lanterna Verde do Setor 1417, ele foi seduzido pelo poder e se tornou um tirano no planeta Korugar. Descoberto em seus crimes pelos Guardiões do Universo, foi banido para Qward, no universo de antimatéria, onde construiu um anel que controlava a energia amarela e passou a arquitetar sua vingança contra a Tropa. Em meados dos anos 80, a origem de Sinestro foi recontada junto com a reformulação do Lanterna Verde. Na saga Sinestro Corps, ainda inédita no Brasil, o vilão escravizou o povo de Qward e o obrigou a construir centenas de anéis amarelos, os quais distribuiu aos mais perigosos vilões do universo.



Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 10
maio/junho de 2008
pág. 19

11. A ESTRÉIA DO DESENHISTA GIL KANE

O fim da inocência

Durante a década de 70, o Aranha teve HQs que mudaram a forma como os super-heróis eram vistos pelo público

Por José Salles e André Morelli

11. A ESTRÉIA DO DESENHISTA GIL KANE

Em outubro de 1970, a revista Amazing Spider-Man 89 marcou a estréia do consagrado desenhista Gil Kane. Natural da Letônia, o artista já era considerado um dos mais importantes da Era de Prata por sua passagem pela DC nos anos 60. Lá, Kane desenhou títulos como Lanterna Verde e Eléktron. Seu desenho detalhista e repleto de ângulos ousados se encaixou perfeitamente no clima das HQs do Homem-Aranha, que viveu algumas de suas melhores histórias nesse período. Logo em sua estréia, Kane desenhou a trágica morte do Capitão George Stacy, pai de Gwen, namorada de Peter Parker.

No Brasil:
Almanaque do Aranha (Ebal, 1973) e Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha volume 3 (Panini, novembro de 2004), Homem-Aranha Premium 12 (Ed. Abril, setembro de 2001)

Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 9
março/abril de 2008
pág. 24

Veja também:
O SEGUNDO TÍTULO DO ARANHA

VERTIGO 4

VERTIGO # 4 (JANEIRO/2010)
R$ 9,90
Panini Comics

SEPULCRO VERMELHO
PARTE DOIS DE QUATRO
Red Sepulchre (Part 2 of 4)

JOHN CONSTANTINE
HELLBLAZER

Mike Carey - Roteiro
Marcelo Frusin - Arte
Lee Loughridge - Cores
Will Dennis - Editor original
Fabio Fernandes/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente

Hellblazer 178-A
Comic Book by Vertigo, Jan 2003

VIKINGS
O RETORNO DE SVEN - CAPÍTULO 4
"O GÉLIDO VENTO ORIENTAL"
The Drovers Lads

Brian Wood - Roteiro
Davide Gianfelice - Arte
Dave McCaig - Cores
Will Dennis - Editor original
Guilherme Braga/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente
Northlanders criado por Brian Wood

Northlanders 4-A
Comic Book by Vertigo, May 2008

SANDMAN APRESENTA:
A TESSALÍADA

PARTE 4: ALIMENTO PARA A ALMA
ou É O FIM DOS ENGENHOSOS PLANOS SECRETOS

Bill Willingham - Roteiro
Shawn McManus - Arte
Andrew Pepoy - Arte-final
Danny Vozzo - Cores
Jamison - Separação de cores
Shelly Bond - Editor original
Érico Assis/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente

Sandman Presents: The Thessaliad 4-A
Comic Book by Vertigo, Jun 2002

ESCALPO
HOKA-HEY
PARTE UM DE DUAS

Jason Aaron - Roteiro
R.M. Guéra - Arte
Lee Loughridge - Cores
Will Dennis - Editor original
Levi Trindade/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente
Scalped criado por Aaron & Guéra

Scalped 4-A
Comic Book by Vertigo, Jun 2007

lugar nenhum
capítulo 4
Mike Carey - Roteiro
Glenn Fabry - Arte
Tanya e Richard Horie - Cores
Neil Gaiman - Consultor
Jonathan Vankin - Editor original
Jotapê Martins & FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente
Baseado no romance de NEIL GAIMAN

Neverwhere 4-A
Comic Book by Vertigo, Nov 2005

domingo, 27 de junho de 2010

Redentor


Criado por Deus, o Redentor é uma espécie de Anti-Spawn, que carrega poderes semelhantes aos Soldados do Inferno, só que sua força provém da luz ao invés das trevas. Assim como os Spawns, os Redentores percorrem a Terra há séculos com o único propósito de redimir ou destruir seus inimigos. O atual Redentor, Phil Timper, entregou-se à luz divina na cadeia, depois de diversas passagens por centros de detenção. Transformou suas trevas em luz, percorrendo um longo caminho na esperança de ser digno do Reino dos Céus. A devoção foi recompensada e Timper foi aceito pela misteriosa Estação Angélico-Orbital, uma agência que trabalha a serviço dos Céus. Em seu primeiro encontro com o Spawn, o Redentor teve a mão esquerda decepada.
Antes de Phil, Jason Wynn também foi um Anti-Spawn. Enfrentou Al Simmons, mas não obteve sucesso. Sua humanidade foi restaurada e suas memórias sobre o episódio, apagadas. A primeira aparição do Redentor ocorreu na edição 15 de Spawn.


Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 2
janeiro/fevereiro de 2008
pág. 18

Os Impossíveis

(1966)

"Vamos nós!" é o famoso grito de guerra do trio Os Impossíveis, composto por Homem-Fluido, Coil - o Homem-Mola - e Multi-Homem. Na verdade, eles formam um famoso grupo musical no estilo Beatles. Quando o mundo está em perigo, Os Impossíveis são chamados pelo chefe Bid D e se transformam no trio de super-heróis. O palco vira um carro voador chamado impossicar e os braços e pernas do saltitante Homem-Mola se transformam em molas. O Multi-Homem pode se multiplicar em quantos quiser e o Homem-Fluido se transforma em água para passar por pequenas frestas.
Destacam-se entre os vilões: Paper-Doll, capaz de passar por baixo de portas como uma folha de papel e Beamatron, armado com mortais raios laser. Como diriam os vilões derrotados, "esses impossíveis são mesmo impossíveis!".

Os Impossíveis

Veja também:
Space Ghost
Homem-Pássaro
Galaxy Trio
Os Herculóides
Poderoso Mightor
Sansão e Golias

Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 1
agosto de 2006
pág. 10

sábado, 26 de junho de 2010

VERTIGO 3

VERTIGO # 3 (DEZEMBRO/2009)
R$ 9,90
Panini Comics

lugar nenhum
capítulo 3
Mike Carey - Roteiro
Glenn Fabry - Arte
Tanya e Richard Horie - Cores
Neil Gaiman - Consultor
Jonathan Vankin - Editor original
Jotapê Martins & FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente
Baseado no romance de NEIL GAIMAN

Neverwhere 3-A
Comic Book by Vertigo, Oct 2005

SEPULCRO VERMELHO
PARTE UM DE QUATRO
Red Sepulchre (Part 1 of 4)

JOHN CONSTANTINE
HELLBLAZER

Mike Carey - Roteiro
Marcelo Frusin - Arte
Lee Loughridge - Cores
Will Dennis - Editor original
Fabio Fernandes/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente

Hellblazer 177-A
Comic Book by Vertigo, Dec 2002

SANDMAN APRESENTA:
A TESSALÍADA

PARTE 3: O NECROMANTE
ou O QUE LHE FEZ PENSAR QUE FANTASMAS ANDAM COM DINHEIRO?

Bill Willingham - Roteiro
Shawn McManus - Arte
Andrew Pepoy - Arte-final
Danny Vozzo - Cores
Jamison - Separação de cores
Shelly Bond - Editor original
Érico Assis/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente

Sandman Presents: The Thessaliad 3-A
Comic Book by Vertigo, May 2002

ESCALPO
NAÇÃO INDÍGENA
CONCLUSÃO

Jason Aaron - Roteiro
R.M. Guéra - Arte
Lee Loughridge - Cores
Will Dennis - Editor original
Levi Trindade/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente
Scalped criado por Aaron & Guéra

Scalped 3-A
Comic Book by Vertigo, May 2007

VIKINGS
O RETORNO DE SVEN - CAPÍTULO 3
"OS FILHOS DO PASTOR"
The Drovers Lads

Brian Wood - Roteiro
Davide Gianfelice - Arte
Dave McCaig - Cores
Will Dennis - Editor original
Guilherme Braga/FD - Tradução
Daniel de Rosa - Letras
Fabiano Denardin - Editor
Bernardo Santana - Editor assistente
Northlanders criado por Brian Wood
Northlanders 3-A
Comic Book by Vertigo, Apr 2008

domingo, 20 de junho de 2010

SUPERAMIGOS

SUPERAMIGOS # 3 (JULHO/1985)
R$ 9,50
Editora Abril

CONTRA-ATAQUE
ESQUADRÃO ATARI
Argumento: Gerry Conway
Desenhos: José Garcia Lopez
Arte-final: Ricardo Villagrán
Letras: José Luiz
Cor: Cleusa

Atari Force (Vol 2) 7-A
Comic Book by DC, Jul 1984

A MALDIÇÃO DO REI
The Iron Devil

O GUERREIRO
Argumento e Desenhos: Mike Grell
Letras: E. Gasparim
Cor: Cleusa

Warlord (Vol 1) 7-A
Comic Book by DC, Jul 1977

EM BUSCA DO SANTO GRAAL
CAMELOT 3000
Argumento: Mike W. Barr
Desenhos: Brian Bolland
Arte-final: Terry Austin
Letras: Edison Gasparim
Cor: Flora

Camelot 3000 (Vol 1) 9-A
Comic Book by DC, Dec 1983

O DIA DA DECADÊNCIA
SUPERMOÇA
Argumento: Paul Kupperberg
Desenhos: Carmine Infantino
Arte-final: Bob Oksner
Letras: Lilian Toshimi
Cor: C. Tzanno

Daring New Adventures of Supergirl 3-A
Comic Book by DC, Jan 1983

O OUTRO LADO DO ESPELHO
...The Player on the Other Side!

BATMAN VS. O ESPREITADOR
Argumento: Mike Barr
Arte: Michael Golden & Mike DeCarlo
Letras: José Luiz
Cor: Flora

Batman: Special 1-A
Comic Book by DC, Jan 1984

Marley & Eu

DO MESMO DIRETOR DE "O DIABO VESTE PRADA"

Owen WILSON
Jennifer ANISTON

Depois dele, a vida dessa família
nunca mais será a mesma.

(MARLEY & ME)

Se emocione com o cão mais atrapalhado
e amado de todos os tempos!

Jennifer Aniston e Owen Wilson interpretam Jenny e John Grogan, um jovem casal analisando a hipótese de aumentar a família. E aí chegou o Marley... um Labrador adorável, mas também incontrolável, que é expulso da escola de treinamento para cães e, do dia pra noite, transforma a casa dos Grogan numa área de desastre. Em meio ao pandemônio que Marley cria ao longo dos anos, ele acompanha a família nos pontos altos e baixos da vida - e eles acabam percebendo que "o pior cão do mundo" de algum modo traz à tona o que há de melhor neles humanos.

lançamento: 2008 (EUA)
direção: David Frankel
atores: Owen Wilson , Jennifer Aniston , Eric Dane , Kathleen Turner , Alan Arkin
duração: 120 min
gênero: Comédia

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Espaço curvo e finito

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

José Saramago (1922-2010)

Fonte da imagem: Té la mà Maria - Reus

Live - Dolphin's Cry

terça-feira, 15 de junho de 2010

Desejo meu...

Hoje contei às flores
meus desejos mais doces
e claro, inclui você
a tudo que lindo fosse.
Um passeio sobre as nuvens
em manhãs de brisa leve
um banho de cachoeira
em tardes de primavera,
uma viagem sob as estrelas
em noites de Lua Cheia
um anjo sempre ao lado,
pão com frutas
e mel de abelhas...
Ah! Sempre que precisar
um abraço amigo
pra aconchegar.

Sirlei L. Passolongo

Fonte da imagem: Meu orkut


Fonte:

Meu orkut

Guns N' Roses - Welcome To The Jungle

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Perils of Love...

Poema de desintoxicação

Em densas noites
com medo de tudo:
de um anjo que é cego
de um anjo que é mudo.
Raízes de árvores
enlaçam-me os sonhos
no ar sem aves
vagando tristonhos.
Eu penso o poema
da face sonhada,
metade de flor
metade apagada.
O poema inquieta
o papel e a sala.
Ante a face sonhada
o vazio se cala.
Ó face sonhada
de um silêncio de lua,
na noite da lâmpada
pressinto a tua.
Ó nascidas manhãs
que uma fada vai rindo,
sou o vulto longínquo
de um homem dormindo.

João Cabral de Melo Neto

Fonte da imagem: Té la mà Maria - Reus


Fonte:

Blog: Terra de Esperança (sábado, 12 de junho de 2010)

domingo, 6 de junho de 2010

Arte de ser feliz

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz. Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, paras as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles

Fonte da imagem: Té la mà Maria - Reus


Fonte:

Português Dinâmico - Comunicação & Expressão - 7a. série (Siqueira & Bertolin)
IBEP
Págs. 4 e 5

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O maior dos Lanternas

Hal Jordan passou por profundas mudanças nas últimas décadas. Mas nunca perdeu o prestígio


Criado no final dos anos 1950, Hal Jordan foi o segundo Lanterna Verde dos quadrinhos e surgiu como parte de uma reformulação do editor Julius Schwartz em recriar os heróis da Era de Ouro sob a ótica da ficção científica. A origem do herói foi levemente modificada em duas ocasiões: na década de 1980, após a saga Crise nas Infinitas Terras, e em 2008, num arco recém-publicado no Brasil. A essência, porém, permaneceu a mesma.
Na trama, Hal Jordan era um piloto de provas rebelde que teve a vida transformada quando a nave de Abin Sur, o Lanterna Verde responsável por patrulhar o setor espacial 2814, onde se encontra a Terra, caiu em nosso planeta. Antes de morrer, o alienígena ordenou a seu anel que encontrasse um humano honesto e destemido para subtituí-lo, Jordan foi carregado pela energia verde até o local do acidente e recebeu de Abin Sur o anel e uma série de instruções, como a fraqueza contra a cor amarela e a necessidade de recarregá-lo a cada 24 horas. Com exceção disso, o anel é a arma mais poderosa do universo, movida pela força de vontade do seu portador e limitada apenas pela imaginação.
Depois de passar por um treinamento em Oa, Jordan voltou para a Terra e teve o primeiro contato com Sinestro, então um destacado membro da Tropa. Pouco depois, ele descobriu que Sinestro havia se tornado o tirano de seu próprio planeta, Korugar, e o delatou para os Guardiões. Sinestro foi punido e, a partir daí, tornou-se o mais mortal inimigo de todos os Lanternas.


Jordan foi um dos fundadores da Liga da Justiça em 1960 ao lado de Flash, Aquaman, Mulher-Maravilha, Batman, Superman e Caçador de Marte. No início da década de 1970, embarcou numa viagem pelo interior da América na companhia do Arqueiro Verde, quando encarou problemas sociais como drogas, racismo e devastação do meio ambiente. Mesmo antes de assumir o posto de Lanterna Verde, Hal Jordan vivia uma relação conflituosa com Carol Ferris, a presidente da Ferris Aeronáutica. A vida de super-herói complicou ainda mais o relacionamento, principalmente quando Carol sentiu-se atraída pelo Lanterna Verde e deu origem a um curioso triângulo amoroso. No início dos anos 1980, Jordan abandonou a Tropa para casar-se com Carol, mas seus planos foram frustados pelas Zamoranas, que transformaram a jovem na vilã Safira Estrela. Ele voltou a integrar a Tropa no final da saga Crise nas Infinitas Terras.
Nos anos seguintes, o Lanterna sofreu muitas mudanças. Quando sua cidade natal, Coast City, foi destruída pelo alienígena Mongul e os Guardiões impediram Hal de reconstruí-la, ele enlouqueceu, exterminou toda a Tropa, destruiu Oa e se tornou no maléfico Parallax. Mais tarde, foi revelado que Parallax era um ser milenar que habitava o interior da Bateria Central de Oa e que se aproveitou do sofrimento de Hal para dominar sua mente.
Como Parallax, Jordan tentou recriar o universo na série Zero Hora (1993) e causou a morte de vários heróis. Mesmo com sua visão distorcida, Parallax frequentemente deixava transparecer a essência íntegra de Hal Jordan. Numa de suas tentativas de corrigir o mundo, ele ressuscitou o Arqueiro Verde, morto anos antes ao impedir um atentado terrorista. A maior prova de sua bondade ficou demonstrada na saga A Noite Final (1996), quando uma entidade alienígena conhecida como Devorador de Sóis ameaçou destruir toda a vida em nosso sistema solar. Num sacrifício final, Parallax viajou até o Sol e drenou a energia negra da entidade, morrendo na explosão.
Em 1999, Hal Jordan voltou às HQs na minissérie Dia do Julgamento, como o Espectro, um antigo herói que encarna o Espírito da Vingança. Com a ajuda do Espectro original (Jim Corrigan), o anjo rebelde Asmodel quis dominar o Espírito da Vingança e destruir toda a vida do nosso planeta. Em busca da redenção dos pecados de Parallax, a alma de Hal Jordan enfrentou Asmodel e se tornou o novo Espectro.
Sua identidade de Lanterna Verde só foi restabelecida em 2004, na minissérie Renascimento, quando a entidade Parallax mais uma vez tentou dominá-lo e controlar o Espírito da Vingança. Jordan não só resistiu como também voltou a habitar seu próprio corpo, resgatado do Sol pelo Lanterna Kyle Rayner. Ele, então, comandou um ataque triunfante contra Parallax e reassumiu seu papel como o maior entre os Lanternas.
Visto no passado como fonte de inspiração para outros membros da Tropa, Hal foi recebido como um traidor e assassino quando foi reintegrado. O Lanterna da Terra precisou percorrer um longo caminho para reconquistar a confiança de seus companheiros, assumindo um importante papel nas últimas sagas envolvendo a Tropa nos quadrinhos, como a recente Guerra dos Anéis e A Noite mais Densa, maxissérie com estreia no Brasil prevista para os próximos meses.



FICHA TÉCNICA

Criação: John Broome
Primeira aparição: Showcase #22 (outubro de 1959)
Namoradas: Carol Ferris e Arísia
Principais inimigos: Sinestro, Safira Estrela, Parallax, Hector Hammond, Sonar e Doutor Polaris
Altura: 1,89m
Peso: 84Kg
Olhos: castanhos
Cabelos: castanhos

Por Jota Silvestre

Fonte:
Mundo dos SUPER-HERÓIS # 21
Abril/Maio de 2010
págs. 30 e 31

Canção quase inquieta

De um lado, a eterna estrela,
e do outro a vaga incerta,

meu pé dançando pela
extremidade da espuma,
e meu cabelo por uma
planície de luz deserta.

Sempre assim:
de um lado, estandartes do vento...
- do outro, sepulcros fechados.
E eu me partindo, dentro de mim,
para estar no mesmo momento
de ambos os lados.

Se existe a tua Figura,
se és o Sentido do Mundo,
deixo-me, fujo por ti,
nunca mais quero ser minha!

(Mas, neste espelho, no fundo
desta fria luz marinha,
como dois baços peixes,
nadam meus olhos à minha procura...

Ando contigo - e sozinha.
Vivo longe - e acham-me aqui...)

Fazedor da minha vida,
não me deixes!
Entende a minha canção!
Tem pena do meu murmúrio,
reúne-me em tua mão!

Que eu sou gota de mercúrio,
dividida,
desmanchada pelo chão...

Cecília Meireles

Fonte da imagem: Té la mà Maria - Reus


Fonte:

Blog: Terra de Esperança (segunda-feira, 31 de maio de 2010)